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Otávio
Não tenho forças para levantar. Tudo o que mais quero é poder ter a Alice em meus braços novamente. Nossas filhas e eu, precisamos dela. Meu mundo não será mais o mesmo. Ela é a luz da minha vida. Nós nem escolhemos os nomes das nossas princesinhas. Eu não vou conseguir sem ela ao meu lado. Deixo as lágrimas continuarem a rolar pelo meu rosto, lavando toda a dor que sinto com a possibilidade de perder o meu anjo.
Não tenho ideia de quanto tempo estou aqui, até que sinto as mãos do amigo e irmão, Tony, me levantando.
— Vamos cara. Você não pode ficar aqui. — Não digo nada, apenas aceno e sigo-o.
Ele leva-me até a sala de espera. Minha irmã ao me ver, vem correndo ao meu encontro. Abraça-me e desabo ainda mais. Nunca fui muito de chorar, apesar de ser sentimental, mas não estou conseguindo segurar as lágrimas. Parece que através delas consigo expressar tudo o que estou sentindo no momento.
— Calma, maninho. Tudo vai ficar bem. Alice vai sair dessa. Ela é forte. Logo vocês quatro vão para casa. — Mari tenta me consolar.
— Mas e se ela não conseguir? Se eu a perder? — Minha voz sai em meio à soluços.
— Não pense assim Otávio Andrade. Você nunca foi pessimista e não vai ser agora. Tenha fé meu irmão. Tudo vai ficar bem.
Sento em uma das cadeiras e coloco meus cotovelos sobre os joelhos segurando minha cabeça entre as mãos. Oro à Deus. Peço que ele não a leve, ainda é muito cedo.
Meu celular toca. É Jonas informando que a louca da Rebecca já está em uma clínica psiquiátrica. Tinha até esquecido dessa psicopata. Depois que saí, ela teve um surto e foi preciso amarrá-la em uma camisa de força. Segundo ele, seu pai garantiu que ela não sairia de lá tão cedo e mandou pedir-me mil desculpas. Agradeci ao Jonas por cuidar desse problema para mim e desliguei o telefone aliviado por saber que ela está no lugar merecido.
Os minutos passam parecendo horas. Ninguém vem nos dar notícias de Alice. Levanto e começo andar de um lado para o outro completamente impaciente.
Os pais da Alice e seu irmão chegaram alguns minutos atrás, e se juntaram aos nossos amigos na sala de espera. Resolvi sair para respirar um pouco de ar puro. Estava me sentindo sufocado com o olhar de compaixão de todos. Sei que estão sofrendo, mas não como eu.
Sento em um banco e fico olhando os carros entrando e saindo do hospital. Um senhor senta-se ao meu lado.
— Boa tarde meu filho. — O velhinho cumprimenta-me docemente.
— Boa tarde. — Cumprimento-o tentando não soar triste.
— Meu filho, não fique triste. Tenha fé em Deus. Essa tristeza logo irá embora e a alegria reinará — Olho-o sem entender. Como ele sabe o que se passa dentro do meu coração. Suas palavras trazem-me certa tranquilidade.
— Eu estou com medo, — confesso — de perder a luz da minha vida.
— Eu também já senti medo. É normal. Só que a maioria dos seres humanos deixa-se abater, e acaba perdendo a fé. Uma vez a minha própria luz disse-me isso enquanto estava em uma cama de hospital muito doente. Ela sorria em cada palavra que dizia. Eu fiquei impressionado como eu era fraco. Era para ser eu lhe dando força e não ela me dando. Depois desse dia, minha fé só aumentou. Faz mais de trinta anos que mudei, ou melhor, que a minha vida ficou cada dia mais iluminada graças ao meu grande amor. Estamos casados há trinta e cinco anos. Cada dia quero ser mais otimista e forte só para ver o seu lindo sorriso em cada manhã quando digo o quanto a amo. Portanto, meu filho, não tenha medo. Sua luz precisa que você, seja forte por ela. Vou orar por você. Tudo ficará bem. Tenha fé. — Fico olhando-o ir de encontro a uma senhora que o beija no rosto e depois pega em sua mão.
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Magnetismo do Amor - Série Artimanhas do Destino # 1
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