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Alice
Não consigo definir em palavras o que estou sentindo nesse momento. Segurar minhas filhas pela primeira vez me faz sentir plena, completa. É como se somente agora minha vida fizesse total sentido. Quando soube que estava grávida e o Otávio tinha voltado para mim, minha felicidade foi tão grande, parecia que meu coração ia explodir. Eu estava completamente feliz, mas segurando elas e vendo o sorrindo bobo estampado nos lábios do homem da minha vida, posso dizer que antes era só um terço da felicidade do que estou sentindo agora. Nunca pensei que pudesse ser tão feliz.
Olho para meus dois anjinhos. Elas são tão pequeninas. Parece duas bonequinhas. É engraçado como eu já as amava tanto, quando ainda estavam dentro de mim e agora a extensão desse amor não se pode nem medir. É um amor que só uma mãe ou pai pode saber a grandeza. Otávio nos olha e sorri. Posso ver através dos seus olhos que está sentindo a mesma emoção que eu.
As duas começam a chorar no meu colo. Devem estar com fome. Entrego a Victória para o Otávio segurar enquanto dou de mamar para Valentina. Ele senta-se na poltrona do lado da cama e fica nos observando com um sorriso bobo estampado no rosto. Sorrio e agradeço à Deus pela família maravilhosa que me deu. Termino de amamentar a Victória. Otávio pega-a do meu colo para fazê-la arrotar e entrega-me a Valentina que falta arrancar o bico do meu peito ao mamar. Sorrio para minha esfomeada linda. Termino de fazê-la arrotar quando duas enfermeiras entram no quarto.
— Olá mamãe e papai, está na hora dessas bonequinhas voltarem para o berçário. — Meu coração acelera. Não quero ficar longe das minhas filhas.
— Porque elas não podem ficar conosco? — Pergunto com os olhos marejados e apertando Victória contra meu peito. Otávio faz o mesmo com a Valentina.
— Querida, apesar delas estarem bem, ainda é muito cedo para ficarem expostas muito tempo ao ambiente fora da incubadora. Seu sistema imunológico ainda é fraco, por terem nascido prematuras. Prometo que amanhã as deixo ficar mais um pouco. — Uma das enfermeiras explica docemente. Eu entendo, mas mesmo assim dói meu coração ter que ficar longe delas. Lágrimas escorrem livremente pelo meu rosto.
Otávio senta-se do meu lado.
— Meu amor, não chore. Também não quero ficar longe das nossas filhas, mas é para o bem delas. Logo vocês três receberão alta e vamos para casa. — Fungo e aceno concordando.
— Meus amores, a mamãe vai morrer de saudades. Vou ficar contando os segundos para poder tê-las em meus braços novamente — dou um beijo na bochecha rosada de cada uma das minhas pequenas. Otávio faz o mesmo.
As enfermeiras levam-nas. Parece que tiraram um pedaço de mim. Sei que pode parecer que estou sendo dramática, não sei se é pelo fato de quase tê-las perdido duas vezes, mas é exatamente assim que estou me sentindo.
Em uma das visitas da minha médica e do médico das minhas princesas, eles me garantiram que no máximo dentro de três dias nós três estaremos recebendo alta. Nem acredito que vou poder sair daqui levando minhas filhas junto comigo. Estava com medo de ir para casa sem elas.
Os dias parecem anos. Estava a ponto de surtar. Só não pirei ainda porque recebia visitas todos os dias. Meus sogros passavam sempre na hora do almoço. O Rafa e Tony de manhã antes do trabalho. Meus pais e o Leo me ligavam sempre. O Cadu quando não passava junto com a Bia e a Shopie, também me ligava. A Mari e a Manu vinham depois do serviço e eram as que ficavam mais tempo, pois adoravam implicar com o Otávio falando que iam ensinar nossas meninas a paquerar, se maquiar e a se vestirem... Eu morria de rir das caras que o Otávio fazia. Coitado, ou melhor, coitada das minhas pequenas com o papai ciumento e protetor que arrumaram.
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Magnetismo do Amor - Série Artimanhas do Destino # 1
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