A Herdeira da Máfia

Pésimas Noticias

No dia seguinte...

Ao ouvir o meu despertador tocar, tive preguiça de me levantar da cama. Eu não estava cansada nem nada. Eu só não estava a fim de ir para mais um dia na faculdade, com um segurança atrás de mim. Ontem já tinha sido difícil para mim e não sei se vou conseguir aguentar mais outro dia assim e...

_ Srta. Santiago, está acordada? - ouvi a voz da dona Benta no outro lado da porta.

_ Não - respondi, escondendo a minha cabeça em baixo do cobertor. Eu sei que foi infantilidade minha ter dito isso, mas não conseguia esconder o quanto eu estava mal naquele momento.

_ Bem, então quando a senhorita acordar venha tomar café - falou ela indo embora logo seguida.

Olhei para o relógio e vi que já tinha passado de dez minutos desde que eu acordei, e sabia que se eu demorasse mais um pouco deitada naquela cama, eu iria me atrasar.

Que saco!, pensei saindo da cama. Eu sabia que não adiantaria faltar aula, pois eu só perderia matérias importantes e até encontrarem aquele sequestrador iria demorar. Isso significava que eu teria que ir para aula e, infelizmente, com um segurança na minha cola também.

Após eu ter terminado de me arrumar, peguei a minha bolsa e saí do quarto.

_ Finalmente, você se levantou - disse o meu pai, assim que eu me sentei à mesa. - Se demorasse mais um pouco iria se atrasar.

_ A minha intenção não era para ir a faculdade hoje - falei me servindo de um copo de café. - Não preciso dizer o motivo, não é mesmo?

_ Já imaginamos do que se trata - disse minha mãe.

_ Bem, depois eu percebi que não adiantaria perder aula - continuei -, pois isso só me prejudicaria depois.

_ Falando no seu segurança, temos algo para contar - disse o meu pai. - Eu e a sua mãe contratamos...

Porém, antes que ele pudesse terminar de falar, foi interrompido por um homem que tinha a voz grave e rouca, me deixando toda arrepiada na hora.

_ Bom dia - disse ele.

Olhei para trás e vi fiquei sem reação ao ver um deus grego na minha frente. Eu não tenho palavras para descrevê-lo, mas ele era tirar o fôlego e conseguia hipnotizar qualquer um que o olhasse. Eu sei que tenho namorado, mas não sou cega, pensei.

_ Filha, esse é o Diogo Barón - falou o meu pai. - Ele será o seu segurança definitivo.

E de repente aquele transe acabou. Como assim ele será o meu segurança definitivo?!, pensei revoltada.

_ Você não pode estar falando sério? - perguntei aumentando o tom da minha voz.

_ Alita você me conhece o bastante para saber que não brinco quando a situação é sobre a sua segurança - disse meu pai mantendo sua expressão séria.

_ Filha você sabe que até encontrarmos aquele desgraçado que te sequestrou, você estará correndo risco de vida - falou minha mãe.

Revirei os olhos.

_ Vocês acham mesmo que esse cara seria tão burro a ponto de me sequestrar de novo?

_ Quem disse que ele te sequestrará de novo? - falou meu pai. - Talvez, dessa vez ele esteja pensando em outra coisa e não somos videntes para saber o que é. Então, até conseguirmos encontrá-lo, Diogo será o seu segurança.

Estava claro que não conseguiria vencer aquela discussão, pois de certa foma eles tinham razão. Ninguém sabia o que esse cara está tramando e não estava a fim de descobrir o que era.

_ Tudo bem, mas e depois? - perguntei.

_ Esse assunto é para outro momento - disse meu pai. - Até onde eu sei daqui a pouco você terá que ir para a faculdade.

_ Eu acho que vou um pouco mais cedo - dei um gole no meu café e me levantei. - Vamos, segurança.

Não consegui esconder a minha irritação ao dizer esse nome.

_ Claro, srta. Santiago - disse ele.

Logo depois, peguei a minha bolsa e saímos de casa.

BÔNUS: RAFAEL

Depois que a Alita saiu de casa com o sobrinho do Carlos, senti tudo em ficar em silêncio. Claro que não era uma silêncio que eu gostava, pois isso só acontecia depois de uma discussão desnecessária. Eu não gostava de discutir com a minha filha, mas ela tinha que entender que nesse momento sua vida corria risco - de novo, pensei nervoso.

Porém, não era a primeira vez que eu e a Alita discutimos por causa de assuntos como esse, pois eu já quis contratar um segurança para quando era menor, mas ela não gostou. A minha filha sempre gostou de sua liberdade e demorei para entender isso, pois eu sempre fui um pai muito protetor. Mas agora a questão é outra ela terá que entender isso. 

_ Eu sei que você está pensando - falou Milena. - É difícil quando assunto é sobre segurança e liberdade ao mesmo tempo. Mas a nossa filha é inteligente e ela sabe que você só está fazendo isso para protegê-la.

_ Então porque ela sempre fica teimando?

_ Porque a nossa filha nunca deixou de ser cabeça dura também - disse Milena. - Vocês dois sempre foram parecidos, eu já disse isso.

_ Agora eu estou percebendo isso - falei massageando a minha têmpora.

_ Mas, mudando de assunto, por que não disse para a Alita que o Diogo será o seu segurança durante um ano? - perguntou Milena.

_ Numa hora ou outra ela vai saber - falei. - Eu só não contei para ela agora, porque isso geraria mais uma discussão.

_ Mas você sabe que mais discussões virão depois, não sabe?

_ Sim...-respirei fundo -...eu sei.