Conversación En Familia

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Ao chegar em casa mais tarde, subi as escadas e me tranquei no meu quarto, pois tudo o que eu queria era ficar sozinha naquele momento. Eu não esperava que o meu dia seria assim, onde seria reconhecida como a garota mais perigosa da cidade. Desde que eu fui sequestrada naquele dia, eu sentia que a minha vida não seria normal novamente e fui tola em acreditar que isso não aconteceria. 

Contudo, mesmo tudo isso ter acontecido, eu não estava irritada com os meus pais. Eu poderia, mas não estava, porque no fundo eu sabia que tudo isso era culpa minha. Se eu não tivesse escondido  meu namoro deles, nada disso teria acontecido. E, saber que não poderia voltar no tempo para impedir que tudo isso acontecesse, me fazia sentir ainda mais mal e irritada ao mesmo tempo.

Eu acho que fiquei tanto pensando nisso, que não percebi as horas passarem. Porém, eu ainda não queria sair do meu quarto e talvez eu não...

_ Alita, podemos entrar? - ouvi a voz da minha mãe. - Eu e o seu pai queremos conversar com você.

Mesmo que eu quisesse ainda ficar sozinha, eu decidi abrir a porta, pois eu também precisava conversar com os meus pais.

_ Ficamos sabendo o que aconteceu - disse meu pai assim que entrando no quarto.

Não preciso ser adivinho para saber que tinha sido o Diogo que tinha contado a eles. Parece que ele vai contar tudo agora, pensei com mau humor.

_ Pois é, aconteceu exatamente aquilo o que eu não queria que acontecesse - me sentei na cama e olhei para os meus pés. - Passei seis meses tentando de tudo para que ninguém descobrisse sobre a nossa família, mas não adiantou nada.

_ Bem, nos precisamos conversar - disse o meu pai. - Nós queríamos entender o que você...

_ E tudo isso é culpa minha - continuei, não prestando atenção no que ele tinha falado.

_ O quê? - perguntou a minha mãe.

_ Tudo isso é culpa minha - olhei para cima. - Se eu tivesse contado antes para vocês sobre o meu namoro com Adam, nada disso teria acontecido e gora eu vejo que foi a minha insegurança que tomou essa decisão estúpida.

Meus pais se entreolharam surpresos.

_ Não estávamos esperando ouvir isso - disse meu pai. - Até um dia atrás você nos olhava como se nós fossemos os culpados disso tudo.

_ É porque eu não tinha percebido que a culpa tinha sido minha na hora - expliquei. - Tudo o que pensava era no Adam e como ele estava depois do que aconteceu. Mas agora isso não faz diferença, já que todos da faculdade já sabem sobre a nossa família e  nunca mais vou esquecer os olhares de medo, direcionados para mim.

Ao dizer isso, senti como se estivesse na faculdade de novo, onde eu via aqueles olhares em cada canto daquele lugar.

_ Eu sei como você se sente - falou minha mãe. - No meu primeiro dia de aula no ensino médio todos me olhavam com medo também, mas naquela época eu não sabia que os meus pais adotivos eram da máfia. Foi difícil para mim também no início, mas depois de um tempo passei a não me importar mais e aos poucos você vai a passar se importar menos também.

_ Talvez - respirei fundo -, mas eu sei que a manhã vai ser mais um dos dias que eu vou ter que conviver com esses olhares.

Eu sabia que poderia evitar tudo isso se eu não fosse mais para a faculdade, mas eu não iria fazer isso. Eu não sou de desistir e pode ter certeza que eu não vou deixar de me formar na faculdade, por causa de pessoas que estão com medo de mim. Eu sou filha dos chefes da máfia e no fundo eu sentia que numa hora ou outra isso iria acontecer - mesmo que eu tentado de tudo para evitar. 

_ Sim, nos próximos dias não serão fáceis - falou meu pai. - Mas é como a sua mãe disse, aos poucos você deixa de se importar.

_ Mas, mudando de assunto, temos algo para te contar - minha mãe deu uma breve olhada no meu pai antes de prosseguir. - Encontramos o cara que ajudou no seu sequestro.

Ao ouvir essa notícia, acabei ficando sem reação. Depois do que aconteceu na faculdade, acabei me esquecendo disso e sobre a conversa que eu queria ter com eles a respeito desse segurança. Até aquele momento, a minha mente só focava na ideia estúpida dos meus pais terem contratado um para mim, mas agora isso não importa mais.

_ A sua mãe fez questão de fazê-lo sofrer por ter mexido com a nossa família e...

_ Eu prefiro não saber - interrompi ele. - O importante que ele está morto, não é mesmo?

Ainda era difícil para mim ouvir o que os meus pais faziam com suas vítimas, pois sempre vinha com uma história mais horrível que a outra.

_ Confesso que, antes de tudo isso acontecer, a minha mente estava em focada em convencê-los dessa ideia estúpida de segurança, mas agora...- respirei fundo -...isso não importa mais. Eu já estou cansada dessas discussões e tudo eu quero é paz aqui em casa, já que na faculdade eu não conseguirei ter mais isso.

_ Tudo bem - disse minha mãe. - Você está certa, chega de discussões.

_ Porém, você sabe que não é sempre que teremos paz, já que a nossa família é da...

_ Eu sei - o interrompi. - Eu sei disso desde que eu nasci.

_ Bem, sobre o seu segurança relaxa que será só um ano - falou minha mãe. - Você irá se acostumar com ele durante esse tempo.

Respirei fundo.

_ Vamos ver - falei. Mas isso não quer dizer que será fácil para ele, pensei.

DIOGO

Nesse exato momento o senhor e senhora Leone estavam no quarto da srta. Santiago conversando com ela. Depois do que eu contei a eles, pude perceber o quanto eles tinham ficado preocupados com a sua filha, tanto que logo foram para o quarto dela.

Sinceramente, eu não gostei de ter contado para eles o que tinha acontecido, mas eu prometi que não esconderia mais nada e, para passar nesse teste, eu tinha que provar que eles tinham que confiar em mim. Claro que dias difíceis virão pela frente, mas eu sabia que isso não será só para mim.

Hola Personas! Estão gostando da história? Então não deixem de curtir e comentar ;)

Até o próximo capítulo. Bjs!

A Herdeira da MáfiaOnde histórias criam vida. Descubra agora