A Herdeira da Máfia

Tiene Ciertas Cosas Que No Podemos Contar

Estava na sala do cinema, assistindo um filme chamado Rock Of Ages. O filme era bom, porém havia certos momentos que eu não conseguia prestar atenção, pois a minha mente vagava para outro lugar. Não era algo o que eu queria, mas agora que eu não tinha nada para me distrair, a minha mente voltou a pensar na conversa de horas atrás.

Uma das partes que não saía da minha cabeça foi quando eu disse para que ele foi um deslize nosso ter deixado o nosso desejo ter saído do controle. Claro que eu só disse aquilo no calor no momento, mas eu não sabia se o Diogo sentiu a mesma coisa que saiu da sua boca. Eu ainda estou tentando processar tudo isso, algo que não estava sendo tão fácil para mim.

  Me lembro que há dois dias atrás eu queria ficar longe dele, pois eu tinha medo de perder o controle do meu desejo toda a vez que ficávamos próximos um do outro - algo que foi difícil, pois moramos na mesma casa. Agora também eu queria ficar longe dele, mas por outro motivo; um motivo que vocês sabem o qual é - porém também era difícil, pois moramos na mesma casa.

Fazer o quê?, pensei irritada. Até esse ano acabar será assim. Tomara que até lá esse desejo tenha desparecido, porém eu não estava tão convicta disso.

BÔNUS: LENA 

Cansada. Essa palavra definia como eu estava me sentindo nesse momento. Nunca pensei que fazer as contas de quantos ganhamos com as vendas das armas fosse tão desgastante. Essa parte sempre foi com o Rafael, pois eu preferia a parte da tortura e da execução. Mas, já que ele não está aqui, eu tinha assumir os negócios sozinha.

 A minha primeira intenção quando eu o cheguei em casa, era ir para tomar um banho e cair na minha cama. Porém, ao pisar os meus pés lá dentro, peguei o meu celular ao escutá-lo tocando.

_ Oi, querido - falei ao atender.

_ Oi, amor - disse ele. - Eu liguei para saber como estão as coisas por aí.

_ Estão normais - falei.  - Sabe, as mesmas coisas de sempre.

Ficamos conversando por mais um tempo, onde ele me contou como estavam as coisas lá na Espanha. Pelo que ele me contou, o Marcelo não tramou mais nada contra nós novamente, mas todos estão de olhos abertos e atentos. Pode ter certeza que a vida do Marcelo estar por um fio e não o deixaremos passar ileso novamente.

Após eu ter desligado o meu celular minutos depois, eu decidi ir para o meu quarto. Mas, quando eu estava prestes a subir as escadas, percebi que alguém estava usando a sala do cinema. Logo deduzi que fosse a Alita, então eu fui lá falar com ela.

_ Filha - falei entrando na sala do cinema.

_ Oi, mãe - disse ela, pausando o filme.

_ Como foi a sua tarde?

_ Foi boa - respondeu Alita. - Eu ajudei a Camile a encontrar o vestido ideal para o jantar dela com o Toddy. 

_ Nossa, eu sempre achei romântico jantares - falei sorrindo. - Eu sinto que no final dessa noite será muito boa para os dois.

_ Eu também acho - concordou Alita. - A manhã saberei exatamente o que aconteceu nesse jantar.

_ Sabe, eu me lembro de quando o seu pai me convidou para jantar pela primeira vez - me sorriso aumentou mais ainda. - Foi o dia mais inesquecível da minha vida.  

Logo comecei a contar para a Alita sobre aquela noite e todas nas outras vezes que saímos para jantar também. Mesmo nós tendo um monte de coisas para resolver nos nossos negócios, sempre sobrava um tempo para nós dois. E, nesses momentos, que eu pude perceber o quanto era sortuda em ter conhecido o meu marido.

_ É muito bom ouvir essas histórias - disse Alita sorrindo.

_ É muito bom lembrá-las também - falei sorrindo também. 

_ Tomara que um dia eu conheça uma pessoa que me faça tão feliz, quanto o papai faz para a senhora - disse ela num tom incompreensível. 

 _ Um dia isso irá acontecer e...- olhei para ela e fiquei desconfiada ao ver a sua expressão. - Filha, aconteceu alguma coisa?

_ Não - ela respondeu rapidamente. - Por que você acha isso?

_ Eu sinto que você está me escondendo alguma coisa - falei seriamente. - Desde hoje mais cedo você está assim.

_ Não aconteceu nada, mãe - falou Alita olhando seriamente para mim.

Estava claro que ela não me contará nada e isso me chateou muito. Não posso obrigá-la a falar o que aconteceu, mas ficarei de olhos abertos de agora em diante.

_ Tudo bem, vou deixá-la continuar assistindo o seu filme - falei. - Vou tomar um banho e cair na cama. Eu estou muito exausta.

_ Tudo bem - e depois disso ela não disse mais nada.

Ao sair da sala do cinema, eu fiquei pensando no que será que a minha filha estava me escondendo. Algo me dizia que o Diogo sabe de alguma coisa, pois os dois ficam próximos quase vinte quatro horas por dia e só tinha uma pessoa que pode tirar essa dúvida para mim.

_ Carlos - chamei ele ao vê-lo saindo da sala de segurança.

DIOGO

Eu já estava um bom tempo dentro naquele quarto. Eu poderia ter ido treinar na academia, mas eu não queria esbarrar com a srta. Santiago em algum canto dessa casa. Claro que eu não vou fazer por muito tempo, mas por enquanto eu precisava colocar a minha cabeça no lugar. Eu já estava decidido que a minha decisão era a certa, mas ainda não deixei de pensar naquela madrugada. Eu ainda podia sentir o gosto da srta. Santiago nos lábios e no prazer que sentíamos ao nos tornarmos um só.

Porém, eu sabia que aos poucos eu tinha que esquecer o que aconteceu, pois isso não se repetirá novamente. E, aos poucos eu também terei que deixar de sentir esse desejo que ainda sinto pela srta. Santiago. Era algo que ninguém podia saber e se depender de mim ninguém saberá.

_ Digo, está aí dentro? - perguntou o meu tio Carlos no outro lado da porta.

_ Sim, pode entrar - respondi.

_ Acabei de chegar - disse ele entrando no meu quarto - e vim saber como foi as coisas por aqui?

_ Normais - falei tentando esconder o máximo possível a verdade.

_ Só normais? - ele me olhou desconfiado. - Não vai dizer mais nada?

Dei de ombros, me fazendo de desentendido.

_ Não tenho mais nada o que dizer - falei. - Por quê?

Meu tio respirou fundo.

_ Diogo, eu vou direto ao ponto - disse ele. - Você sabe o que aconteceu com a srta. Santiago?

Aquela pergunta não me surpreendeu, pois no fundo eu sabia que em algum momento o meu tio ou outra pessoa perguntaria isso.

_ Não que eu soubesse - respondi rapidamente. - Você sabe que eu contaria se tivesse acontecido alguma coisa.

_ É bom mesmo, porque você sabe que a Milena não tolera segredos, principalmente quando envolve a sua família - falou o meu tio Carlos. - Ela e o Rafael não te darão outra chance, então se você sabe de alguma coisa, eu sugiro que você conte.

_ Eu já disse que não sei de nada - falei um pouco nevoso. - Se eu souber de alguma coisa, eu contarei.

Meu tio me respondeu fundo outra vez.

_ Tudo bem - falou ele. - Eu já vou, mas eu sugiro que você pense bem no que eu disse.

Logo depois ele saiu do meu quarto, me deixando pensativo. Eu sei que fiz uma promessa em não esconder mais nada do senhor e da senhora Leone. Mas nesse caso há exceções e, como eu disse antes: se depender de mim, ninguém saberá o que aconteceu.