Cautiverio

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De onde eu estava, pude ver ele levando o revolver na minha direção para atirar em mim. Mas antes que pudesse puxar o gatilho, fui mais esperto e dei um tiro na sua mão, que a arma que ele estava segurando parou longe. E, para garantir que o cara não fugisse, dei um tiro nas duas pernas dele, o fazendo cair no chão na mesma hora.

_ Seu desgraçado! - ele berrou de dor.

_ Cala a boca - dei um chute no seu rosto que o fez ele gritar mais ainda, mas eu não me importei. - Ei, tio - o chamei da porta -, pode entrar.

Não demorou muito, o meu tio Carlos entrou na casa e deu um sorriso ao ver um daqueles capangas morto e outro gemendo de dor.

_ Fica aqui com ele, eu vou ver a onde aquele otário e a Alita estão - ao dizer isso, ouvi aquele cara dando uma risada em meio aos seus gemidos de dor.

_ Vai perder o seu tempo - disse ele.

_ Como assim? - peguntei cerrando os punhos, louco para lhe dar um soco.

_ Você é um idiota mesmo por achar que o Liam a manteria presa aqui - ele deu outra risada. - Ele sabia que vocês iriam atrás dela e, por isso, bolou um plano para os que distraísse enquanto ele fugisse com ela.

_ Claro que ele faria isso - dei um soco na parede, com muito ódio. - A onde ele a levou?!

_ Você acha mesmo que eu direi a vocês - o cara falou ainda rindo. - Vocês nunca o encontraram porque são idiotas, tanto que nem descobriram quem ele era todo esse tempo todo. Ele o Marcelo sempre estiveram um passo a frente de todos vocês e, por isso, não demorará para todos da família Santiago morrem!

_ Chega! - disse meu tio com raiva. - Vamos matar logo esse otário.

_ Na verdade, eu tenho uma alternativa melhor - apontei o meu revolver no meio das pernas dele. - Tem certeza que você não nos dirá onde o Liam levou a Alita? Pode ter certeza que farei você sofrer antes matá-lo e o meu primeiro instinto é castrá-lo - dei um sorriso diabólico. - Então, o que você me diz?

O cara engoliu em seco e não escondeu o seu pavor ao dizer isso. Porém, eu não estava blefando, pensei.

_ Você mandou bem quando o ameaçou atirar no pinto dele - disso meu tio rindo ao entrarmos no carro. - É uma tática muito boa.

_ Bem, eu não estava blefando - falei ligando o carro, pois dessa vez seria eu que iria dirigir. - Mas, de certa forma, conseguimos a informação de onde o Liam está mantendo a Alita presa.

_ Bem, agora são dois capangas dele a menos - disse ele - Mas, iremos precisar de ajuda, pois não sabemos quantos homens estarão lá.

_ Verdade - concordei e comecei a dirigi o mais longe daquele lugar. Com os disparos, com certeza alguém da vizinhança escutou e chamou a polícia, então eu decidi sair de lá antes que eles chegassem.

Durante o caminho, o meu tio havia pegado o seu celular e começou a ligar para os seus contatos que moravam na cidade. Todos nós o encontrariam durante o caminho e juntos resgataríamos a Alita e mataríamos todos daquele lugar que estão a mantendo presa. Pode ter certeza que até tudo isso acabar, eu não descansarei!

ALITA

Déjà vu, essa palavra significa exatamente isso o que eu estou sentindo nesse exato. Não preciso dizer o porquê, pois eu já passei por esse mesma coisa antes. Eu fui sequestrada... de novo, pensei irritada. Contudo, eu não me lembro muito bem como isso aconteceu porque foi muito rápido, mas a imagem do Liam ainda ronda a minha cabeça. Eu não tinha certeza se era ele que apareceu na minha frente antes de tudo se apagar, mas esperava que isso não passasse de uma ilusão.

Entretanto, as cordas que me amarravam na cadeira não parecia ser uma ilusão e sim uma verdade agoniante. Eu não sabia a onde eu estava e recém tinha despertado, então eu também não sabia há quanto tempo eu estava amarrada ali. Mas eu sabia que tudo isso tinha a ver com o Marcelo e parece que ele não demorou para colocar o seu plano em prática.

_ Quem está aí? - falei ao ouvir a porta sendo aberta.

Eu estava com venda nos olhos, o que me dificultou ainda mais também. Mas ela logo foi tirada por alguém que estava na minha frente e por causa da claridade, demorou um pouco para enxergar quem era.

_ Finalmente, você acordou.

Espera, eu conheço essa voz, pensei nervosa. Não pode ser!

_ Eu não esperava que aquele remédio fosse tão forte assim - ele riu. - O quê? Está surpresa em me ver?

_ Liam - falei perplexa. - Mas...o quê...- eu tentei mover os meus braços, mas não consegui. - Me solta!

Ele deu uma risada.

_ Alitinha Alitinha, você sabe muito bem que não farei isso.

_ Por que você está fazendo isso?!

Ele deu um sorriso diabólico e se aproximou de onde eu estava sentada.

_ Eu achei que você soubesse - falou Liam. - Eu e o meu pai estamos trabalhando nisso há muito tempo.

_ O quê? Me sequestrar?! - perguntei com ódio nos olhos.

_ Não - ele chegou perto do meu ouvido. - O nosso plano sempre foi matar a família Santiago.

Ao dizer isso, Liam se afastou de mim e caminhou em direção a porta.

_ Você e o seu pai são uns doentes! - gritei antes que ele saísse.

_ Está enganada, Alita - ele abriu a porta. - Eu e o Marcelo somos mais espertos e inteligentes do que a sua família ridícula e em breve todos vocês serão mortos finalmente.

Logo depois, Liam saiu daquela sala e me deixando completamente sem reação. Ele é filho do Marcelo?!, pensei assustada. Como eu pude me enganar tão fácil? E, agora a minha família...Meu deus, tudo isso é culpa minha! 

BÔNUS: RAFAEL

Eu não sei quanto tempo havia passado, mas quanto mais eu, a minha esposa e os meus seguranças matavam os capangas do Marcelo, mais deles apareciam. A boa notícia que o combate estava aqui fora, mas isso não quer dizer que as coisas estavam mais simples. Eu e a Milena sabíamos que não daríamos conta de todos aqueles capangas sozinhos e, por isso, teríamos que pedir reforços.

_ Querida, eu tenho que entrar na casa - eu disse para a Milena. - Nossos telefones estão lá dentro.

_ Hora boa para nós esquecermos deles, não é mesmo?! - ela mirou no capanga do Marcelo que estava se aproximando e atirou. - Vá, mas seja rápido. Eu tomo conta daqui enquanto isso.

Assenti e me rastejei até entrar em casa. Mesmo que eu quisesse também ligar para o Diogo ou o Carlos para saber como estava a minha filha, eu sabia que não era o momento certo. Primeiro teríamos que terminar uma batalhar e depois começar outra.

Porém, antes que eu pudesse ir para o meu escritório, uma figura de roupa preta e mascarado apareceu na minha frente e sabia que era mais um dos capangas do Marcelo. Mas, dessa vez eu sentia que esse era diferente e...logo soube o porquê. Assim que ele tirou a máscara, vi que ele era é o Marcelo.

_ Não esperava me ver aqui dentro? - ele deu uma risada. - Você deveria vigiar mais as pessoas quem entram na sua casa.

Mas antes que eu pudesse responder ou reagir, senti alguém batendo forte na minha cabeça e me deixando inconsciente na mesma hora.

A Herdeira da MáfiaOnde histórias criam vida. Descubra agora