La Realidad No Siempre Es Buena

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Ouvi a voz dele deixou o meu corpo todo arrepiado, mostrando o quanto ele conseguia mexer comigo. Eu sei que não deveria me sentir desse jeito tão rapidamente, mas era o meu desejo e meu corpo que estava correspondendo a voz dele.

_ Até horas atrás eu era a Alita e não a srta. Santiago - falei me lembrando que ele falou o meu nome ao gozar dentro de mim e a sorte dele que eu usava pílula.

Me virei para trás e vi que ele tinha ficado sem jeito quando eu disse isso.

_ Bem, ontem eu... - ele respirou fundo. - Nós precisamos conversar.

Pelo seu tom eu sentia que era algo de muito sério.

_ Tudo bem, pode falar - eu disse.

_ Ninguém pode saber o que aconteceu ontem a noite - falou ele. - Eu até acho melhor esquecermos.

Franzi as sobrancelhas.

_ Como assim esquecermos?

_ Srta. Santiago, você tem que entender que, o que fizemos ontem não foi certo - Diogo ficou tenso. - Eu sou o seu segurança e esse desejo que sentimos um pelo outro não pode continuar.

Por um momento eu achava que tudo aquilo que ele disse não fosse sério, mas pela a sua expressão era e isso me deixou magoada e irritada ao mesmo tempo. Como ele pode me pedir para eu esquecer de algo que foi tão bom para ambos? Diogo me fez sentir coisas inacreditáveis e agora ele estava disposto a esquecer disso tudo.

_ Não acredito nisso - falei indignada. - Você quer mesmo que eu finja que nada aconteceu?

_ É o melhor se fazer - ele continuou. - O que tivemos ontem foi bom, mas foi um momento que fomos levado por um sentimento não deveria existir. Pensa bem, esse desejo não nos levará a lugar nenhum.

Respirei fundo.

_ Quer saber, por mim tudo bem - falei, mesmo sentindo que nada estava bem. - Foi um deslize nosso, algo que nunca deveria ter acontecido.

Ao dizer isso, percebi que o Diogo ficou surpreso com as minhas palavras e antes que ele pudesse dizer algo, a minha mãe voltou para a cozinha.

_ Já falei com o seu tio - disse ela. - Bom dia, Diogo.

_ Bom dia, sra. Leone - falou ele.

Ela olhou entre mim e o Diogo e franziu as sobrancelhas.

_ Aconteceu alguma coisa? - perguntou ela.

_ Não aconteceu nada - respondi seriamente. - Não é, Diogo?

_ Sim, não aconteceu nada - respondeu ele.

Eu sabia que não conseguiria tomar o meu café naquele jeito que eu estava. E já que me a minha mãe sabia quando eu escondia alguma coisa, era um motivo para eu sair dali naquele exato momento.

_ Quer saber, eu acho que já vou para faculdade - falei me levantando. - Até mais tarde.

_ Até - disse ela.

Então eu peguei a minha bolsa e saí de casa, com o Diogo atrás de mim. Vai ser uma longa viagem até a faculdade, pensei estressada.

DIOGO

Socos e mais soco transferia naquele saco de panca sem parar. Para mim estava cada vez mais difícil de saber o que eu diria para a srta. Santiago mais tarde. Estava claro que precisamos ter uma conversa e deixar as coisas claras a respeito desse desejo que nunca deveria ter existido. O que aconteceu mais cedo só provava o nosso descontrole dos nossos sentimentos e isso não pode se repetir novamente.

Mesmo que uma parte de mim queira senti-la mais uma vez, eu não posso deixar isso acontecer de novo. Eu sou o seu segurança e se alguém descobrir o que fazemos, os meus dias dessa casa ou dessa vida estarão contados. Claro que eu gostei de senti-la nos meus braços, mas o que aconteceu ontem será só lembranças de um momento, onde aos poucos tanto ela quanto eu teremos que esquecer.

Contudo, depois de ver o horário no relógio do meu celular, decidi tomar um banho rápido e fui para a cozinha logo depois. Eu sabia que nessa hora a srta. Santiago já poderia estar acordada, pois daqui a pouco eu terei que levá-la para a faculdade. A minha sorte que a sra. Leone estava fora da cozinha quando eu cheguei lá, então eu respirei fundo e percebi que estava na hora de e eu a srta. Santiago conversarmos.

_ Bom dia, srta. Santiago - falei.

_ Até horas atrás eu era a Alita e não srta. Santiago - disse ela.

Confesso que aquele comentário me pegou de surpresa, mas depois eu rapidamente me recompus. Eu não podia me distrair e sim explicar para ela tudo logo de uma vez. Entretanto, eu não estava esperando ouvir aquelas palavras saírem da boca dela logo depois:

  _ Quer saber, por mim tudo bem - falou ela. - Foi um deslize nosso, algo que nunca deveria ter acontecido.

Mesmo dizendo isso, eu sabia que não era exatamente aquilo que ela sentia. Eu também não queria que as coisas tivesse terminado daquele jeito, mas infelizmente ela é filha dos meus chefes e isso é impossível de esquecer. E, como eu disse antes, o que aconteceu mais cedo foi um momento ótimo, mas era arriscado se continuasse.

Agora estávamos indo em direção a faculdade e não preciso ser sensitivo para saber que ela estava mal com tudo o que conversamos, mas foi necessário. E, eu não o que vai acontecer daqui pra frente, mas talvez conseguiremos esquecer esse desejo que sentimos um pelo outro.   

BÔNUS: LENA

Depois que a Alita foi para a faculdade com o Diogo, eu continuei tomando o meu café, mas pensativa. Eu sabia que a minha filha estava me escondendo alguma coisa de mim e o Diogo sabia o que era. Espero que não seja nada de grave, pois isso só mostrará que ele não merece entrar para os negócios da minha família e...

_ Alô? - falei ao atender o meu celular que estava tocando.

_ Milena, não reconheceu o meu número? - ouvi a voz do Rafael na outra linha.

_ Desculpa, querido - falei. - Eu estava distraída.

_ Aconteceu alguma coisa?

_ Nada de mais - falei, esperando que seja exatamente isso. - Eu só tenho um monte de coisas para resolver aqui.

_ Aqui em casa também - disse ele.

_ Como está a situação aí? - perguntei preocupada.

_ Está feio o negócio - ele explicou. - A entrada da nossa casa está toda destruída.

_ O quê?!

_ Pelo que o Enrico tinha me contado, eles tinhas explosivos também - Rafael me explicou. - A boa notícia que os nossos homens conseguiram pegá-los, antes que fossem para o andar de cima.

_ Pelo menos os capangas do Marcelo estão mortos - falei irritada.

_ Pelo menos isso - disse Rafael. - Eu não esperava que a situação tivesse sido tão feia assim. E, por isso, eu vou ter que ficar por mais alguns dias aqui, até eu e o Enrico conseguirmos organizar tudo.

_ Tudo bem - respirei fundo. - Qualquer informação você me conta.

_ Pode deixar - disse ele. - Tchau, amor.

_ Tchau, amor - logo depois encerrei a ligação.

Sinceramente, fico feliz que o Rafael estava lá e não eu. Meu marido sempre foi mais calmo do que eu e se eu visse a situação da nossa casa eu teria perdido o controle e mandado na mesma hora um dos meus capangas matar o Marcelo. Mesmo na cadeia, ele ainda conseguia atormentar a minha família, mas isso não continuará por muito tempo.

A Herdeira da MáfiaOnde histórias criam vida. Descubra agora