Una Sola Habitación

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ALITA

A viagem continuou depois do acontecido e durante o caminho ninguém falava nenhuma palavra. Tanto eu quanto o Diogo estávamos perdidos em nossos próprios pensamentos, ainda tentando processar que fomos quase mortos minutos atrás e no final...aqueles homens tiveram este destino. Eu não se quem eram aqueles caras eo porque deles tentarem nos matar, mas algo me diz que tudo isso foi planejado. É uma suspeita que passou pela minha mente e sinto que talvez eu esteja certa...

_ Está chovendo - disse Diogo, me tirando dos meus devaneios. 

Olhei para parabrisa e vi os primeiros pingos de chuva no vidro. Mas logo esses pingos de chuva se tornaram mais grossos, mostrando que a chuva se tornaria mais forte daqui a pouco.

_ Será que essa chuva irá apagar as chamas daquele carro? - perguntei pensativa.

_ Provavelmente - respondeu ele. - Mas depois daquela queda e da explosão eu duvido que eles ficarão reconhecidos.

_ Eu sinto que isso tudo foi planejado - falei ainda pensando sobre o assunto.

_ Pode ser, alguém com certeza mandou aqueles homens fazer aquilo - disse Diogo. - A questão é que não sabemos quem é.

Porém, algo me diz que os meus pais talvez saibam, pensei. 

_ Mudando de assunto, como você soube a onde tínhamos que ir, quando estávamos sendo perseguidos? - perguntou Diogo. - Você arquitetou tudo perfeitamente.

Eu não estava esperando que ele me fizesse essa pergunta, mas confesso que gostei do elogio.

_ Quando eu ainda estava namorando o babaca do Adam, o amigo dele havia feito uma festa naquele mesmo acampamento - comecei a contar a ele. - Antes de chegarmos lá, eu vi uma placa perto da estrada, avisando que era uma área proibida. Depois o Adam me contou que há um ano atrás houve uma chuva muito forte que cedeu a metade do chão que ia para aquela direção, deixando um abismo enorme como prova. A prefeitura decidiu não fazer nada na época, pois era uma área deserta e ninguém iria pra lá, mas a única coisa que deixou foi uma placa, com o aviso.

_ Mas a placa não estava lá - observou Diogo.

_ Quando fomos para o acampamento eu vi que a placa não estava lá, mas não dei bola até... - fiz uma pausa -...perceber que estavam nos perseguindo.

_ Foi um  bom plano - disse Diogo e dessa vez eu não consegui impedi que um sorriso aparecesse.

Aos poucos eu percebi que já tínhamos saído do chão batido e isso significa que estávamos quase chegando numa cidade mais próxima. Contudo, não demorou muito e logo percebemos que a chuva estava engrossando rapidamente, nos deixando preocupados em questão a isso. 

De repente, vimos uma fila de carros bem na nossa frente e umas viaturas lá na frente. Nós não sabíamos o que estava acontecendo e torcemos que nada daquilo se referia sobre o carro lá em baixo do abismo...

_ A rua está bloqueada por causa da chuva - disse o policial ao chegar a nossa vez. - É melhor vocês irem por outro caminho - ele apontou para uma rua onde o carro que estava na nossa frente tinha ido. - Indo por lá vocês chegam em quarenta e cinco minutos na cidade mais próxima.

Quarenta e cinco minutos?!, pensei nervosa. Não é tanto tempo, mas com essa chuva eu sabia que iria demorar mais. Porém, não tinha outro jeito, então seguimos pelo caminho que o policial tinha indicado.

_ A boa notícia que o policial não percebeu as marcas de bala no carro - disse Diogo rindo.  Talvez a chuva esteja prejudicando na visão dele. 

_ É, mas isso não melhora a nossa situação - falei. - Com essa chuva demoraremos para chegar numa cidade mais próxima e...- logo a minha atenção para o hotel na beira da estrada logo em frente. - Melhor nos hospedarmos naquele motel e esperarmos que a chuva passe. 

Ele olhou para o motel também e assentiu. Não demorou muito, paramos o carro no estacionamento e fomos falar com o recepcionista.

_ Bem, só temos um quarto de casal disponível - falou ele. - Por causa dessa chuva, a maioria das pessoas que estavam em viagem vieram pra cá, ocupando quase todos os quartos. Então só temos esse.

Eu e o Diogo nos entreolhamos e não ficamos tão a vontade com a notícia, mas já que não tinha outro jeito acabamos aceitando. Ao entrarmos no quarto, vimos que ele não era muito grande, mas a boa notícia que tinha um banheiro.

_ Você quer tomar banho primeiro? - perguntou Diogo.

_ Vá você, eu ainda tenho que ver se tem algum recado no meu celular - respondi e logo depois ele entrou no banheiro.

Infelizmente eu acabei o desligando depois que fiquei irritada com a mensagem do Liam. E, por isso, quando eu o liguei novamente, vi que tinha várias ligações do meu pai e fiquei preocupada. Rapidamente retornei a ligação, pois não era normal o meu pai ou minha mãe ligarem tantas vezes assim.

_ Alo? Alita - disse o meu pai na outra linha.

_Oi, pai - falei. - Eu vi que tinha várias ligações perdidas do senhor. Aconteceu alguma coisa?

_ O pior - disse ele e pude sentir uma certa tenção na sua voz. - Mas é melhor eu contar quando vocês chegarem em casa. Estão a onde agora?

Logo comecei a contar a ele sobre a chuva inesperada que chegou durante a viagem e tivemos que esperar num motel até que ela passasse. 

_ O importante é que vocês estão bem - disse ele logo depois.

Ao ouvir isso, eu me lembrei do que aconteceu mais cedo e posso dizer que foi por pouco eu e o Diogo não estaríamos bem. E, por isso decidi contar ao meu pai o que tinha acontecido, quero dizer...tentar, porque eu comecei a perceber que a ligação estava saindo cortada.

_ Pai...eu....Pai? Eu tenho que desligar - falei. - Até.

Logo depois eu encerrei aligação.

_ Aconteceu alguma coisa? - perguntou Diogo ao sair do banheiro.

Eu estava de costas para ele, tentando encontrar algum sinal no meu celular, mas por causa do mal tempo, era impossível.

_ Eu estava conversando com o meu pai, havia várias ligações perdidas dele e...- fiquei sem saber o que dizer ao me virar e ver o Diogo somente de toalha na minha frente.

A Herdeira da MáfiaOnde histórias criam vida. Descubra agora