00. NL COOPER

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Três meses antes da epidemia mundial

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Três meses antes da epidemia mundial.

O clima abafado de Washington estava ainda mais quente, as ruas movimentadas da capital dos Estados Unidos da América, com seu transito caótico e pessoas apressadas, tinham uma energia diferente naquele início de tarde. Uma batalha importante fora ganha no tribunal há poucas horas, repercutindo pela cidade com uma velocidade impressionante. Todos os noticiários faziam a cobertura.

A jornalista investigativa do Washington DC Post, conhecida apenas como "NL Cooper" tinha atacado novamente, a matéria bombástica daquele mês, levou um grande empresário local a ver seus crimes julgados em um tribunal. Assédio sexual, chantagem, adultério e uma tentativa de assassinato, da qual o homem conseguiu se salvar, haviam rendido a ele alguns anos atrás das grades.

Não era a primeira vez que "NL Cooper" desbancava um poderoso, graças as suas reportagens implacáveis. Menos de cinco meses antes um orfanato foi fechado e dezenas de crianças salvas de abuso.

Aquele era um trabalho recente, a coluna batizada de "Nua e Crua" tinha pouco mais de um ano e meio, mas a cada semana trazia um escândalo, protagonizado por um homem poderoso, que o resto da mídia preferia esconder, ou simplesmente trazia palavras que impeliam milhares de pessoas pela cidade a desconstruírem seus padrões machistas e preconceituosos.

Não tinha sido fácil chegar até ali, um longo caminho e muita luta, mas a mulher por trás do pseudônimo tinha motivos bastante pessoais para lidar com injustiça, machismo e abuso.

Dentro da Spelman e Associados, uma forte firma de advocacia, que havia crescido imensamente nos últimos anos, sentada na frente de Deborah Spelman, estava a dona de olhos negros e palavras certeiras, a jornalista mais jovem a ganhar um Prêmio Pulitzer: NL Cooper ou, para os íntimos, apenas Natalie.

— Ele vai recorrer, não acredito que vá ficar preso por muito tempo. — Deborah afirmou com toda sua classe, enquanto ajeitava os fios loiros atrás da orelha.

— Eu sei, mãe. Isso significa que eu vou precisar ser mais rápida em achar algo que o ligue ao assassinato daquela secretaria. — Natalie respondeu controlada, pensando em cada coisa que podia ter deixado passar naquele caso.

— Isso é um trabalho da polícia, lembra? — A advogada argumentou, encostando seu corpo na cadeira e negando. — Talvez tenha sido apenas um acidente mesmo.

— A polícia raramente faz o trabalho dela, prova disso é que eles pensam que foi acidente, sabemos que não foi. Pare de pensar como minha mãe por um momento e pense como a advogada excepcional que você é, aquele homem merece ser punido pelos crimes dele. — A mais nova apontou, cruzando suas longas pernas, que estavam cobertas pela calça social azul que trajava.

Deborah suspirou, a obstinação da filha sempre foi um ponto de discussão entre as duas, fosse no trabalho ou na vida, mas Natalie era irredutível.

O relacionamento de mãe e filha nunca foi fácil, embora tivesse melhorado consideravelmente nos últimos anos. No fundo as duas tinham uma visão muito parecida sobre o mundo, por isso a advogada, mesmo que preocupada, tinha prazer em colocar sua firma para trabalhar a favor da jornalista.

LIFELINE² - DESTINY DON'T GIVE UP | Daryl Dixon ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora