06. MENTIRAS

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• NATALIE COOPER •

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• NATALIE COOPER •

Limite: aquele ponto extremo que não pode ser ultrapassado. Quando mais nova eu não entendia muito sobre esse assunto, eu não sabia por que as pessoas criavam barreiras ao redor delas, desconhecia meus próprios limites e sempre achei esse conceito algo ruim. Quer dizer, algo que te limita e te afasta de pessoas ou objetivos tem que ser ruim, não é?

Conforme fui amadurecendo tive um novo ponto de vista sobre tudo isso, aprendi que limites deviam ser respeitados, mas, ao mesmo tempo, entendi que eles podiam ser forçados aos poucos para serem ultrapassados.

Limites são elásticos; acho que essa é a explicação mais simples, se puxá-los, aos poucos, eles tentem a lacear. Um trauma tratado dia a dia tente a se curar aos poucos, um corpo sedentário exercitado de forma moderada pode adquirir resistência física. Não importa qual o tipo de limite, com tempo e paciência ele tende a ceder, ele se adapta aos poucos e sequer ficarão sequelas.

Mas sabe o que acontece com um elástico quando ele é puxado abruptamente? Sabe o que acontece com o corpo de um sedentário quando forçado a exercícios extenuantes sem pausa? O elástico se rompe. O corpo entra em colapso. Algo parecido pode ser dito sobre a mente, quando somos pressionados a ultrapassar nossos limites de formas bruscas nunca é bom, as consequências podem ser devastadoras...

Observei os primeiros vestígios de claridade entrarem pela janela dos meus aposentos, a luz trêmula e fraca escorria para o chão de madeira em uma risca clara. Acompanhei seu movimento lento e preguiçoso pelo piso, percebi que o raio ficava mais largo e brilhante conforme se aproximava do meu pé, aquecendo aquele cômodo frio aos poucos.

Eu estava sentada na cama, os lençóis perfeitamente arrumados, mostrando que eu sequer me deitei aquela noite. Estava exausta, física e mentalmente. Aquele era apenas mais um dos meus limites que eu estava forçando ao máximo.

Dia após dia eu dizia a mim mesma que aquele tormento estava perto de acabar, mas honestamente conforme o tempo se passava minha convicção sobre isso era menor. Eu estava fraquejando.

A chegada de Daryl ao Santuário contribuiu muito para que eu chegasse nesse ponto, ele me tirava do meu centro, eu perdia o controle quando ele estava por perto. A prova mais recente da minha impulsividade tinha sido pedir ajuda ao Tony com a limpeza da cela e a comida.

Claro que o próprio Pontista tinha o rabo preso o bastante para não dizer nada, mas eu sabia que era um erro, me importar daquele jeito, com qualquer pessoa ali dentro, mesmo que essa pessoa fosse Daryl Dixon, era justamente o que eu tinha prometido não fazer.

Me coloquei de pé e resolvi tirar tudo aquilo da mente, eu não podia deixar Daryl tomar conta dos meus pensamentos, não podia permitir que os olhos dele me tirassem o foco. Mesmo que sua expressão ao me ver não saísse da minha cabeça...

Eu não podia dar atenção a tudo que ele despertava em mim. Passei a mão pelo rosto e suspirei profundamente, era o dia da minha primeira missão externa e eu precisava estar preparada para tudo.

LIFELINE² - DESTINY DON'T GIVE UP | Daryl Dixon ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora