05. SHERWOOD

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• NATALIE COOPER •

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• NATALIE COOPER •

Cerca de seis meses antes...

Cinzas e pó. Sangue e morte. Caos e destruição. Apenas isso havia restado da comunidade que eu costumava chamar de lar. Uma decisão impensada e muitas vidas perdidas.

Eu corria por entre os cadáveres de pessoas conhecidas, minhas pernas mal aguentavam com meu peso e meus pulmões, impregnados de fumaça, falhavam. Meus olhos ardiam e minhas mãos tremiam. Eu era apenas uma coisa naquele momento: uma mãe preocupada com os filhos.

Cheguei ao meu destino sem pensar em nada, nem mesmo nos tiros que ecoavam ao fundo. Meu coração parou por um segundo. Meus joelhos atingiram o chão e um pavor instantâneo tomou conta de mim.

Aquela que nos últimos meses foi minha casa estava em chamas, não havia como entrar, a fumaça negra escapava pelas janelas quebradas e as labaredas de fogo já haviam destruído grande parte da construção.

Eu tinha mandado Luka e Petter se esconderem ali, junto com Mike Park e outros dois meninos um pouco mais velhos da nossa comunidade. Aquilo não podia ser real, eu não podia tê-los condenado a morte.

— Eu ainda posso ouvir o choro deles. — Um cara surgiu do lado oposto, eu já o tinha visto com Negan, ele era um Salvador.

Ele manteve a arma apontada para mim, eu tinha sido pega desprevenida, mas naquele momento eu simplesmente não conseguia me preocupar com aquilo, apenas com Petter e Luka.

— Soube que seu filho estava aí dentro, minha intenção nem era essa sabe? — Ele sorriu, apontando a casa em chamas, apreciava aquilo, ergueu o queixo quadrado e se aproximou sem qualquer receio. — Mas crianças são imprevisíveis, então eu fiz o que era necessário... Negan ordenou mesmo que matássemos todos os garotos acima de dez anos.

O homem deu de ombros, ele não se importava, tinha um sorriso assassino e os olhos se mexiam freneticamente nas órbitas, como se estivesse drogado, e eu soube que não fazia diferença alguma para ele que Petter tivesse apenas nove anos.

Eu não conseguia me mover, era como se todo meu corpo estivesse paralisado, meu coração doía tanto que eu pensei que estava tendo um infarto. Meus filhos estavam mortos e de repente nada mais fazia sentido...

O Salvador se aproximou de mim e me ergueu do chão pelo braço como se eu fosse uma boneca de pano. Eu não conseguia pensar em nada que não fosse o corpo do meu filho agonizando nas chamas, todo o resto passou a não ter qualquer importância.

— Negan quer você. E ele consegue tudo que ele quer... — O homem silabou no meu ouvido e esfregou o nariz na minha bochecha, eu não sentia nada além de dor e vazio. — Temos uma regra no Santuário, sobre não se divertir com mulheres que não querem diversão. Mas sabe, não estamos no Santuário agora...

Eu ouvi sua risada como se fosse a quilômetros de distância, etérea como um sonho. Naquele momento, toda aquela maldita luta parecia em vão, sobreviver parecia ridículo.

LIFELINE² - DESTINY DON'T GIVE UP | Daryl Dixon ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora