27. A QUEDA DA RAINHA

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• KANE BENNET •

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• KANE BENNET •

Existem coisas que não somos obrigados a confrontar até que alguém que amamos morra. Você repensa vários aspectos da sua vida quando alguém importante se vai para sempre...

Eu já tinha passado por aquilo, meses e meses de uma dor profunda e de auto-ódio, a culpa e aquele bom e velho "o que eu poderia ter feito diferente?"... A morte de Lexie mudou coisas em mim, não só porque ela era a mulher da minha vida, mas porque ela morreu com meu filho dentro da barriga, todo um mundo de possibilidades se foi com ela naquele dia.

Quando alguém que amamos morre, achamos que nunca vai passar, que aquela dor vai nos matar também... Eu me lembro de um cara da prisão que constantemente me dizia que tudo que ficaria bem, que eu tinha que ser forte e seguir em frente.

Acontece que eu não queria ser forte, eu não queria seguir em frente, eu queria sofrer em paz, eu não queria ninguém me perguntando se eu estava bem, porque eu não estava bem. Não tem como ficar bem em uma situação dessas. Eu soquei a cara dele por isso...

Eventualmente as coisas se resolveram, não digo que a dor passou, ela nunca passa, a dor se tornou parte de mim, eu aprendi a conviver com ela e acabei percebendo que podia seguir em frente, no meu tempo, não no tempo de um cara aleatório da prisão que achava que sabia mais da minha dor do que eu mesmo.

E isso me mudou de muitos jeitos.

Eu imaginei que nunca amaria alguém como amei Alexandra, e eu estava certo, é impossível amar duas pessoas do mesmo jeito, o amor é diferente cada vez que ele te toca.

Mas eu me apaixonei de novo...

Nunca pensei se meu amor por Natalie Cooper era maior ou menor que meu amor por Alexandra Harrington, essa comparação não faria sentido. Uma estava viva e a outra morta, eu podia amar as duas de maneiras diferentes, não era uma competição.

Eu não sou o tipo que se ilude, eu soube que Natalie estava fora do meu alcance quando ela decidiu ir embora. Ela não era minha, e tudo bem, eu podia viver com isso...

Mas deixá-la ir e perdê-la eram duas coisas totalmente diferentes.

Saber que Natalie estava morta me fez sentir vazio, a dor estava lá de novo, mas era como passar por um caminho conhecido, eu sabia que ia passar, porque eu já tinha estado ali antes.

E esse era o problema, eu estava vivendo a mesma situação outra vez, mas me sentia perdido. Eu estava no mesmo caminho conhecido, mas me sentia sem rumo.

Eu estava vazio e tudo ao meu redor parecia sem sentido. Estar dirigindo aquele carro, interpretando um papel e jogando meu maldito jogo era entediante naquele momento.

— Você está muito calado... — A voz irritante de Negan me tirou dos meus pensamentos e eu tive que vestir minha máscara de mentiras outra vez.

Tínhamos saído do Santuário há cerca de meia hora, havíamos parado no meio do caminho e nos separado; Gavin seguira para o Reino liderando um pequeno grupo, suas ordens eram tomar o lugar e capturar o Rei. Já Simon tinha ficado com Hilltop, ele queria dar uma bela lição nos "fazendeiros", mas Negan ordenou o contrário disso.

LIFELINE² - DESTINY DON'T GIVE UP | Daryl Dixon ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora