03. TESTANDO LIMITES²

4.6K 390 244
                                    

• NATALIE COOPER •

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

• NATALIE COOPER •

As noites no Santuário eram silenciosas, a maior movimentação acontecia do lado de fora, com vigias que se estendiam em pontos estratégicos. Estratégia essa, que consistia em inibir as pessoas de sair, mas era falha quando se tratava de impedir pessoas de entrar.

Negan, em sua total prepotência, achava que os mortos presos na cerca eram o bastante para evitar qualquer invasor. Ele tinha os números, então o que temer?

O problema maior eram os Pontistas querendo dar o fora daquele inferno, por isso haviam pontos de vigias nas saídas, as portas de ferro eram trancadas, e o galpão principal também. Dentro dos corredores das alas comuns as rondas eram periódicas, mas como todo resto ali dentro não havia uma cronologia exata para troca de turnos nem nada assim. Dependia do humor de Negan e da necessidade que ele via de haver uma patrulha em determinadas áreas do Santuário.

Naquela noite em particular Simon era o responsável pela vigia dos quartinhos que faziam a vez de celas, havia uma saleta em que ele se instalara, logo no começo do corredor, que lhe dava vista para todas as portas. Inclusive a que Daryl estava.

Como eu sabia disso? Ele mesmo havia me falado da sua rotina, pois queria ver Tony e pediu uma refeição no meio da madrugada. A ordem foi o bastante para tirar o cozinheiro do galpão principal e colocá-lo no refeitório, que ficava em uma parte livre a perambulação.

Simon pensava em tudo, e quem é que desconfiaria do braço direito do chefe?

Por algum motivo estúpido eu havia saído do meu quarto e estava escondida ao lado da saleta de vigia, parada em uma entrada estratégica, de onde o casal lá dentro não podia me ver.

Eu não tinha conseguido dormir, como era de costume, mas daquela vez o motivo era outro. Eu sabia que Daryl estava em um daqueles malditos cubículos e minha mente tinha se enchido de questionamentos que eu era incapaz de responder.

De onde estava, além de ver a saleta de Simon, eu podia ouvir uma música irritante que vinha de um dos cubículos, uma batidinha alegre e alguns versinhos sobre uma "Easy Street" tocavam em um looping infinito, o tipo de coisa que deixaria qualquer um louco depois da primeira hora. Seria impossível dormir, ou pensar, e eu sabia que estava tocando o dia todo.

Aquela tortura era uma versão diferente da minha, onde Negan deixou tocando músicas de ninar infantil por tanto tempo, que eu simplesmente cheguei a cogitar furar meus próprios tímpanos.

Eu sabia exatamente como era estar naquele maldito quartinho, sozinha, no escuro e se sentindo culpada por cada coisa terrível que acontecera...

Mais cedo eu acabei descobrindo que Daryl estava ali por ter socado Negan, e que isso causou a morte da segunda pessoa no grupo em que ele estava. Não que eu acreditasse realmente que Negan matasse alguém sem planejamento, mas se Daryl Dixon ainda era o mesmo Daryl Dixon de Dawsonville, então ele estava se culpando por isso.

LIFELINE² - DESTINY DON'T GIVE UP | Daryl Dixon ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora