10. IRRECUPERÁVEL

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• NATALIE COOPER •

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• NATALIE COOPER •

Acabou. Acabou. Acabou. Continuei repetindo mentalmente, enquanto segurava o volante com tanta força que os nós dos meus dedos começaram a ficar brancos.

Meus olhos oscilavam entre a estrada, os lados e o retrovisor em um ciclo constante e apavorado, como se a qualquer momento uma caravana de Salvadores fosse me surpreender e me levar de volta para aquele inferno.

Acabou. Acabou. Acabou. Tentei convencer minha mente, eu precisava pensar com clareza, mas minha paranoia não me permitia e tudo ficava bagunçado demais para que eu traçasse um plano eficiente.

A verdade é que em todos aqueles meses, meu foco tinha sido escapar do Santuário e encontrar meus filhos, em nenhum momento eu pensei em como descobriria o paradeiro deles, ou, em por onde eu começaria. Então, depois do alivio inicial que percorreu cada átomo do meu corpo, a realidade aterrorizante de estar perdida caiu sobre mim como uma pedra.

Eu estava dirigindo sem rumo, tomando estradas adjacentes e fazendo voltas sem sentido, e eu não podia mais fazer aquilo, logo escureceria, a gasolina do carro estava no fim e minha fuga talvez se tornasse prioridade no Santuário. Eu precisava de um plano e precisava rápido.

Tentei passar por lugares onde eu e as crianças tínhamos passado no começo de tudo, mas a maioria estava infestada ou destruída. Eu tinha que confiar que Luka e Petter fariam escolhas prudentes e seguras e que tinham saído totalmente da rota dos Salvadores.

Pensei em voltar pra casa, para o nosso apartamento no centro, mas eu sabia que a cidade jamais seria capaz de servir de abrigo por mais de uma noite e, pular de lugar em lugar não era uma opção segura, eu mesmo tinha dito isso aos dois no começo.

Dirigi para o sul, para o subúrbio, passando pelos bairros tradicionais e chegando a região nobre da cidade, a casa da minha mãe era afastada o bastante para ser segura, mesmo que tivéssemos descartado aquela opção no primeiro trimestre por ser uma construção muito exposta.

E realmente era, o estilo extravagante da minha mãe se achava acima de qualquer violência, nada de muros ou cercas, Deborah Spelman sempre confiou nos seguranças que a vizinhança pagava para cuidarem dos arredores. Eu e ela já tínhamos discutido muito sobre o assunto... E, obviamente, não adiantou de nada.

O lugar tinha se tornado apenas uma sombra do que foi um dia, o jardim bem cuidado estava coberto por mato e as trepadeiras haviam tomado conta de todas as paredes externas, a casa tão luxuosa da minha mãe parecia mais um mausoléu abandonado.

A porta da frente estava arrombada e tudo por ali tinha sido saqueado. Enquanto dava passos atentos pelo chão encardido, que um dia foi de madeira clara, mil e uma lembranças percorriam minha mente.

Me lembrei da partida dela e de Daniel para a Europa. Minha mãe queria que eu me mudasse para a casa dela, mas eu sempre preferi o aconchego e a praticidade do meu apartamento no centro.

LIFELINE² - DESTINY DON'T GIVE UP | Daryl Dixon ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora