33. CARTADA FINAL

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• NATALIE COOPER •

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• NATALIE COOPER •

Algumas pessoas têm medo do escuro, é compreensível até, quando pequena eu devo ter temido também. O desconhecido que se esconde nas sombras, o silêncio assombroso que pode anteceder qualquer coisa. Estar na escuridão pode ser o pior pesadelo de alguns.

Não era o meu.

Acho que algumas vezes a vida se torna tão terrível que o escuro é de certa forma acalentador. Apenas eu, a escuridão e o som da minha própria respiração. Era confortável, pacífico, minha mente estava calada, não havia dor, não havia nada...

Era como estar no vazio onde nada é real e tudo é possível. Minha consciência apagou por horas, mas eventualmente ela despertou, e lá estava eu no escuro...

Quando abri os olhos eu estava em um ambiente branco, embora eu estivesse ali, desperta, havia uma sensação estranha de dormência em mim que eu não conseguia explicar, como se parte dos meus sentidos ainda estivesse adormecida.

Encarei o teto branco sobre mim e senti aquela sensação de familiaridade, eu conhecia aquele lugar. Conhecia bem demais até. Eu estava em casa...

O pensamento me causou um choque, mas isso só aconteceu no fundo da minha mente, naquela parte adormecida dos meus sentidos. Porque minha única atitude foi me virar para a direita, como se apenas precisasse me aconchegar na cama.

Eu sequer me surpreendi quando vi o homem dormindo pacificamente ao meu lado. Na verdade, eu sorri e acariciei os cabelos de Daryl como se fosse a coisa mais certa do mundo ele estar ali comigo no meu apartamento em Washington.

Senti meu coração cheio de amor e força...

Mas soube em meu íntimo que algo faltava, então eu casualmente me virei para a esquerda e também sorri para o outro homem deitado ali. Kane dormia como se não houvesse caos algum no mundo. Com ele eu sentia paixão e segurança.

Eu estava feliz, completamente, como se não houvesse nada mais no mundo que eu quisesse.

— Você tem que escolher... — A voz me assustou e eu me coloquei sentada no impulso. — Sabe disso, não sabe?

Encarei Bolt deitado nos pés da cama e sim, um cachorro estava falando comigo.

Certo, aquilo definitivamente era um sonho... Eu já devia saber disso quando me percebi no meu apartamento em Washington, deitada com dois homens na minha cama. Soava como uma ideia tentadora e confortável, mas obviamente nunca aconteceria na vida real.

— Eu não quero escolher... — Falei em voz alta, não com o cachorro é claro, era apenas um pensamento que eu estava exteriorizando...

Eu não queria escolher entre Daryl e Kane, aquilo não tinha a ver com as ameaças de Negan, tinha a ver comigo mesma.

LIFELINE² - DESTINY DON'T GIVE UP | Daryl Dixon ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora