09. ALEXANDR(I)A

3.8K 341 170
                                    


• KANE BENNET •

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

• KANE BENNET •

Já parou pra pensar em como as pessoas a sua volta moldam você? Quer dizer, você é aquilo que quer ser, ou é apenas um produto do que conexões casuais e obrigatórias fizeram de você?

Família, amigos, aquele alguém que você conheceu por acaso em uma noite de bebedeira... até que ponto os caminhos que você trilha são escolhas somente suas? Talvez cada passo que damos seja influência de outra pessoa...

Começa com a família, aquelas pessoas que você não escolheu e com as quais você é obrigado a conviver a maior parte da vida. E tudo a partir daí são consequências... Suas escolhas perante atitudes deles, e suas atitudes perante as escolhas deles, que levam a mais atitudes e mais escolhas, em um ciclo que nunca termina e não pode ser controlado.

Não pode? Passei toda a minha infância com essa pergunta em minha mente. Aprendi cedo que não podemos controlar as outras pessoas, mas as atitudes e escolhas delas vão sempre influenciar você de alguma forma. Todavia você pode controlar suas reações, pode controlar seus próprios impulsos e, se for esperto o bastante, pode prever todas as variáveis do grande efeito borboleta que é o jogo da vida.

O jogo... Assim que você entende que ele existe, assim que percebe que o chão sob os seus pés é um grande tabuleiro, você tem duas escolhas, ser só mais uma peça, ou ser um jogador.

Eu escolhi ser um jogador muito cedo, não me lembro ao certo quando. Certamente foi em algum momento entre meu nascimento e minha infância. O primeiro indício que eu tive de que estava jogando foi aos onze.

Eu ainda me lembro do sangue; da poça se formando no chão lentamente; do barulho que o corpo fez quando caiu; ver seu irmão gêmeo matar seu pai é mesmo uma das coisas que fica presa na mente.

Quer dizer, o velho não era nenhum exemplo paterno, muito pelo contrário, ele era do tipo opressor, controlador e violento, mas isso se limitava as paredes da nossa casa, para o exterior erámos uma família perfeita que ia para a igreja todo o domingo. O senhor Bennet era o marido modelo que tratava a esposa como uma rainha e nunca deixava faltar nada em casa, um homem trabalhador, um ótimo oficial da narcóticos, respeitado por todo o Bronks.

Qual é, quem desconfiaria que o responsável por toda a droga apreendida no bairro era um viciado?

Ele era tão ciumento que não deixava minha mãe trabalhar, a maior parte das brigas deles eram por isso. Ted Bennet era um controlador compulsivo, tudo sempre teve que ser do jeito dele.

Se eu acho que as drogas que ele usava eram as responsáveis pelo comportamento e pelo surto de violência? Nem pensar, qualquer idiota sabe que essas merdas não mudam quem você é, elas só liberam o seu lado mais sombrio. E no caso do meu pai, esse lado sombrio era um bréu completo.

O engraçado é que eu não me lembro exatamente porquê ele estava brigando comigo naquele dia, pelas notas da escola, por alguma tarefa que eu não fiz, por não ter ficado de olho na minha mãe, eu não sei... Mas eu me lembro de responder, lembro erguer as mãos para me defender quando ele tentou dar o primeiro golpe, e certamente lembro da fúria que veio depois e das mãos dele ao redor do meu pescoço, enquanto o ouvia dizendo que ia me matar.

LIFELINE² - DESTINY DON'T GIVE UP | Daryl Dixon ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora