24. VOCÊ FICA, EU FICO

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ALERTA DE GATILHO:
Esse é um capitulo muito pesado emocionalmente, contém vários cenas que podem ser gatilho de depressão ao longo do texto, então peço que leiam com responsabilidade e respeitem seus limites, okay?

Boa leitura!

• NATALIE COOPER •

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• NATALIE COOPER •

O cérebro é um órgão muito complexo, bilhões de células nervosas compõem uma rede de comunicações que é o ponto de largada para tudo o que sentimos, pensamos ou fazemos. Algumas dessas comunicações levam ao pensamento e à ação consciente, ao passo que outras produzem respostas automáticas.

O medo é algo que acontece no cérebro, ele responde a uma situação estressante enviando sinais que fazem o corpo todo reagir; o coração dispara, a respiração acelera e todos os músculos recebem uma descarga de energia, os instintos de sobrevivência são acionados, tudo isso em um segundo, uma reação em cadeia totalmente involuntária que começa no cérebro, mas toma conta do corpo todo...

Às vezes a situação de perigo é real, mas às vezes não, infelizmente nem sempre o cérebro distingue o que é realidade do que não é, principalmente quando já houve um trauma ali.

Pois é, em resumo, as coisas que acontecem no cérebro, ditam a forma como reagíamos a qualquer situação, por isso transtornos psicológicos como ansiedade, depressão, bipolaridade e anorexia conseguem tomar conta da vida de uma pessoa e devem ser levados tão a sério como um câncer, por exemplo.

Alguns estados mentais podem nos levar a agir, pensar e reagir de formas que não são nosso usual. Quando nosso psicológico está abalado ou comprometido tudo ao nosso redor pode ganhar uma intensidade maior do que tem realmente e não é nossa culpa, não está dentro do nosso controle.

E acredite, saber de tudo isso nem sempre ajuda, talvez até piore as coisas...

Eu sabia que havia algo errado comigo, o medo irracional que tinha tomado conta da minha vida e a forma exagerada como eu reagia a coisas mínimas não eram meu comportamento normal.

Claro que eu não era uma especialista, mas provavelmente minha estadia no Santuário tivesse me levado a um caso de estresse pós-traumático. Porém, todos ali não estavam enfrentando uma merda atrás da outra também?

Talvez esse fosse o grande problema, eu sabia que tinha algo errado comigo, mas ao mesmo tempo eu também sabia que todo mundo ali estava passando pelo inferno, se todos resistiam eu também devia, não é?

Não. Não é.

Devia ter me lembrado que cada pessoa tem seu próprio tempo e maneira de processar as coisas, cada um sente de formas diferentes e com intensidades diferentes. E tudo bem, é importante respeitarmos nosso próprio tempo...

Eu gostaria de ter respeitado o meu. Mas naquele momento, enquanto todos que eu amava estavam empenhados em entrar de cabeça em uma guerra, eu achei que o certo fosse deixar minhas necessidades e limites de lado, afinal eu tinha que estar ali por eles.

LIFELINE² - DESTINY DON'T GIVE UP | Daryl Dixon ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora