19. VERDADES E DESAFIOS²

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• DARYL DIXON •

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• DARYL DIXON •

Pesadelo...

Eu sempre fui habituado a essa particularidade do sono. Com o passar dos anos, o impacto dos pesadelos perdeu o efeito em mim. Suponho que tenha a ver com o costume e, talvez, com a certeza de que, por pior que, fosse eu acordaria. Mesmo que a realidade fosse uma merda e que tudo estivesse desmoronando, a certeza de acordar causava uma sensação de segurança, afinal, antes a tragédia conhecida do que a aflição desconhecida de um pesadelo.

Quando eu abria os olhos todo acabava. Era mais fácil daquele jeito. Fazia as coisas se tornarem suportáveis.

Mas, e quando acordar não é mais possível? E quando todos os seus pesadelos se tornam reais?

Era isso que eu estava vivendo naquele momento, sozinho no quarto... Não importava quantas vezes eu abrisse e fechasse os olhos, sair daquela situação era impossível. Não era um pesadelo, embora fosse a personificação do pior deles...

Todas as palavras de Natalie continuavam rodeando a minha cabeça, em um loopping infinito que me causava náuseas. Era até difícil dizer qual parte daquela conversa me atingiu mais profundamente.

"Você pode me culpar e me odiar, tudo bem. Nossa história acabou, nós não precisamos ser nada um do outro..."

Tinha como ser pior? Eu quis dizer que eu nunca faria aquilo... Mas eu não consegui, e sejamos honestos, de que adiantaria?

Natalie estava certa, aquilo não era sobre nós dois, e já era complicado o bastante sem ser, adicionar meus sentimentos conturbados e mal resolvidos na situação não adiantaria de nada.

"Você é o pai dele."

Eu não podia fazer aquilo. Essa era minha única certeza. Eu não podia ser pai. Quer dizer, eu não podia ser o tipo certo de pai...

Eu não era como Rick, como Hershel, ou como o Glenn... Tudo que eu traria para a vida daquele garoto seria dor e destruição.

Minha cabeça dava voltas, era como se eu tivesse sido jogado em alto mar sem saber nadar. Eu nunca imaginei que sentiria tanto pânico como sentia naquele momento. Era algo inexplicável, quase irracional. Me impedia de pensar, me deixava paralisado.

A pior parte era o conflito, quer dizer, eu não me sentia capaz, preparado ou digno de ser pai, mas, ao mesmo, tempo eu já era pai, certo? Não tinha como mudar isso...

Então, quais eram minhas opções? Fingir que eu não sabia de nada? Me negar a assumir minhas responsabilidades? Agir como se a Natalie tivesse feito aquele filho sozinha?

Sim, eu tinha dito que não queria ser pai, não me lembrava desse momento especifico da briga, mas soava como algo que eu diria, porque era verdade, eu não queria ser pai, eu não queria ter um filho, mas dizer isso quando você ainda não tem um filho é uma coisa, dizer quando já tem, é outra.

LIFELINE² - DESTINY DON'T GIVE UP | Daryl Dixon ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora