02. TESTANDO LIMITES¹

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• NATALIE COOPER •

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• NATALIE COOPER •

Durante toda minha vida adulta eu me esforcei para ser melhor, para fazer melhor. Um forte senso protetor, tudo por justiça. Lutando e vencendo, nunca desistindo. Eu era orgulhosa de mim mesma.

Eu era.

Às vezes a pessoa que você é e a pessoa que você tem que ser entram em conflito, era exatamente isso que eu vivia naquele instante.

Cumprir uma promessa, ou lutar por meus princípios? Tudo se tornou uma questão de prioridades e as minhas eram claras como água.

Então eu abri mão de mim mesma, em prol de um objetivo mais importante.

Porém decidir, e se focar naquilo que você quer alcançar, não torna o dia a dia mais fácil; abrir mão de quem realmente somos jamais poderia ser fácil.

Eu acordava todos os dias, isso quando eu conseguia dormir, e dava uma facada imaginária em mim mesma, para me impedir de revidar cada coisa que eu via e era obrigada a fingir não ver.

Essa era a minha vida no Santuário, um lugar que de santo só tinha o nome, mas era como um inferno particular para mim.

E Negan era a personificação perfeita do diabo.

Quando fechei a porta do harém eu ainda tremia, eu fingia não ver o que acontecia ali, pra ser honesta, muitas vezes naqueles últimos meses eu tinha desejado ser cega e surda para não ver ou ouvir cada crueldade que acontecia bem debaixo do meu nariz.

Coisas que eu tinha lutado para combater antes do fim de tudo e que, de repente, eu me sentia colaborando para que acontecessem.

Fechei os olhos antes de alcançar o primeiro degrau e respirei fundo, eu tinha uma promessa para cumprir. Aquilo era a única coisa que importava. Por isso, naqueles últimos meses, eu aprendera a abrir mão da minha dignidade, eu tinha um só objetivo e tinha que trabalhar por ele, me abstendo de tudo ao redor, fechando os olhos para toda a crueldade que acontecia dentro do Santuário.

Não importavam as mentiras que eu tinha que contar ou as coisas que eu tinha que fingir, eu tinha que cumprir minha promessa e isso era tudo.

Cada passo meu era planejado, cada conversa... Eu tinha que sair do Santuário, mas, depois da minha primeira tentativa frustrada de fuga, percebi que teria que ser mais esperta que eles para isso. Afinal eu não podia correr o risco de morrer antes de cumprir minha promessa.

O maldito Santuário era antes uma fábrica, o harém, com os aposentos de Negan e das esposas, estava localizado no último andar, o que um dia foi a parte administrativa do lugar. Desci as escadas controlando meu impulso de correr dali.

Controle. Controle. Era a isso que tudo se resumia, era como viver em um jogo de cartas, onde a aposta máxima era a vida e o blefe minha única saída. Não era raro que, em muitas das minhas noites em claro, eu me pegasse pensando até onde minhas mentiras ainda eram mentiras, e até quando eu conseguiria manter minhas verdades vivas o bastante para me lembrar delas quando aquilo finalmente acabasse.

LIFELINE² - DESTINY DON'T GIVE UP | Daryl Dixon ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora