39. AMOR ÉPICO¹

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• NATALIE COOPER •


Um ano depois...

— "O tempo cura tudo", é o que dizem... Não sei se acredito nisso. — Falei, movendo a cabeça lentamente para encarar todas as pessoas na roda. — Tempo por tempo não significa nada, é o que fazemos com ele que importa...

Todos os olhos estavam em mim, respirei fundo e umedeci os lábios, me preparando para continuar:

— Situações traumáticas abrem no nosso emocional e na nossa mente feridas profundas, assim como acidentes abrem cortes na nossa pele. Dependendo da gravidade desse corte o tempo não vai fechá-lo, na verdade vai piorar a situação, um simples corte pode infeccionar, um corte muito fundo pode levar a morte... — Dei alguns passos em volta da minha cadeira enquanto discursava. — Feridas emocionais e mentais precisam de tratamento tanto quanto as físicas, até mais talvez... Um machucado na nossa pele é um lembrete constante, porque podemos vê-lo. Mas um trauma emocional não pode ser visto, isso causa a falsa sensação que de que está tudo bem, de que apenas o tempo vai resolver. Isso não acontece, é apenas uma oportunidade para que o trauma se enraíze em nós de tal forma que não saberemos onde ele termina e nossas emoções verdadeiras começam...

Voltei a me sentar, observando cada uma das minhas acompanhantes com um sorriso pacato.

— Mas podemos usar esse tempo de forma proveitosa, podemos procurar a cura e trabalhar por ela. É por isso que estamos aqui, conversamos sobre o problema, compartilhamos nossa dor, nos apoiamos mutuamente e aos poucos vamos tirando tudo isso dentro de nós. O tempo cura afinal, se e quando fazemos algo de proveitoso com esse tempo.

Elas aplaudiram. Havia onze mulheres comigo ali naquela manhã. Eu tinha dois grupos diferentes no Reino, um para mulheres é um para homens. Uma espécie de roda de apoio, como os alcoólicos anônimos ou grupos para veteranos de guerra.

A ideia havia surgido há mais ou menos um ano. Era uma forma de ajudar a mim mesma no começo, mas depois cresceu de uma maneira que eu não tinha previsto.

Eu não devia ter ficado tão surpresa que as pessoas quisessem falar de seus problemas, contar seus medos, serem ouvidas...

No começo eram grupos mistos, mas eu os separei quando notei que as mulheres não falavam tudo que precisavam perto dos homens, algumas delas tinham muito problema com isso. Viver no apocalipse tinha um preço alto para nós, mas mesmo antes sempre pagávamos um preço maior de toda a forma.

Algumas passavam semanas indo sem dizer nada e então eu respeitava o tempo de cada uma, elas apenas ouviam, outras gostavam de falar sobre tudo, e outras preferiam fazer isso em particular.

LIFELINE² - DESTINY DON'T GIVE UP | Daryl Dixon ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora