21. TUDO QUE EU PERDI

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• DARYL DIXON •

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 DARYL DIXON 

Eu sempre soube que as coisas podem dar errado em uma simples piscada. Na verdade, sempre que as coisas corriam bem na minha vida eu esperava pela desgraça. Depois de tanto tempo tinha virado um costume até.

E, de alguma forma, eu também estava esperando pela queda no que se tratava de Natalie e Petter. Cedo ou tarde eu faria uma burrada e estragaria tudo, então, desde o momento em que as coisas deram minimamente certo, eu me preparei pra que dessem errado...

Não era nada com o garoto, na verdade ele era um garoto incrível, não era difícil ficar perto dele, assim como não era difícil ficar perto da mãe dele quando nos conhecemos em Dawsonville. O problema não era ele ou ela, era eu.

Sim, eu tinha prometido que tentaria e que daria meu melhor, mas qual é? Eu sou um Dixon e os Dixons são PhD em estragar tudo. Era o rumo natural das coisas...

Cada pequeno segundo, cada palavra, cada gesto, eu estava esperando falhar desde o princípio. Por isso foi tão apavorante quando Natalie me deu o poder de decisão sobre Petter ir ou não conosco.

Eu não era estúpido, claro que era mais seguro para o garoto voltar para Alexandria. Mas como eu poderia negar algo que ele pediu? Que direito eu tinha pra impor minha vontade? Seria ridículo aparecer depois de dez anos dando ordens... E, para ser honesto, eu não queria ser o carrasco, eu não queria ser esse tipo de figura na vida do garoto.

Então eu disse que sim. E esperei que as coisas dessem errado por isso, mas a cada segundo que passava eu ficava mais imerso naquele clima... Algumas coisas podem contagiar a gente, e Petter certamente tinha essa influência sobre mim, ele era um garoto fácil de gostar.

E depois ele quis um cachorro, então eu pensei "que tipo de pai nega um cachorro para o filho?", mas é claro que eu nunca bateria de frente com a Natalie, não na frente do menino, ela era a mãe dele e eu era só o cara que chegou dez anos atrasado. Eu não tinha direitos ali. Mesmo assim eu precisava tentar, e fiz isso, mas não esperava que desse certo.

Ficar tão perto da Natalie daquele jeito, tendo que relembrar coisas do passado, me tirava o foco e eu esqueci que as coisas podiam dar errado, esqueci que ela tinha deixado claro que não existia "nós" fora do âmbito "pais".

Eu entendia a decisão dela, falei pra mim mesmo que respeitaria, afinal ela estava certa em querer aquela distância. Mas era difícil manter isso em mente com aquela proximidade toda e com aquele clima ameno...

E eu esqueci que as coisas podiam dar errado. Um segundo.... E tudo desmoronou. Uma horda tomou conta de tudo, Petter tinha se separado de nós por conta do cachorro e Natalie tinha se separado de mim para ir atrás do filho.

Um piscar de olhos e o dia mais agradável que eu tive em muito tempo virou o inferno. E lá estava eu, com a caminhonete parada na rua, impossibilitado de entrar na cidade porque tudo estava cercado. Tinha cara de barreira do exército.

LIFELINE² - DESTINY DON'T GIVE UP | Daryl Dixon ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora