Um bebê em minha porta. (COMPLETO)

Pulseira

Bônus Erick.

Droga. As coisas tinham saído bem diferente do que imaginara. Tinha usado o pretexto de conhecer a empresa justamente para ver Marcelly , de forma casual. Pelo visto Olívia tinha até tentando ajudar,porque aquele plano de trancar os dois dentro da sala só podia ser coisa dela.
Mas de nada adiantava as tentativas dos dois se a própria Marcelly não estava interessada.
A primeira coisa que sua irmã iria perguntar quando chegasse em casa era se ele tinha se declarado. Ela o aconselhou a fazer isso quando ele lhe disse que estava apaixonado. Mas Marcelly não ouviu essa parte da ligação.
Pensou no que ela lhe disse sobre ter alguém esperando por ele. Aquilo tinha sido ciúmes?
É claro que não idiota,disse a si mesmo. Ela simplesmente não confiava nele.
Erick suspirou , pegando em suas mãos a pulseira que ele tinha comprado para ela. Era prateada e tinha vários pingentes. Ele tinha escolhido a dedo cada um deles. Tinha um pingente de vestido e um de lápis, simbolizando o trabalho dela. Tinha o castelo da Disney e uma coroa, simbolizando as histórias de princesa que ela tanto gostava. Tinha um pingente de brigadeiro e um de pipoca, lembrando o dia que eles haviam trocado o primeiro beijo, na sessão pipoca que Olívia fez em sua casa.Tinha um casal dançando valsa e um táxi, para lembrar o dia do Baile de Gala. E tinha uma mala de viagem e um coração. Que significava que a distância não iria separar os dois.
Ela não iria ao aeroporto, ele não iria se declarar e não entregaria a pulseira. Cada um seguiria sua vida. Fim.

Bônus Marcelly

Era a irmã dele. Fala sério, ela estava sofrendo desde o dia anterior por nada. Ela nem sabia que Erick tinha irmã. Mas também,nunca perguntou muito sobre a família dele. Quando  comentou que ele, Aleksander e as Amigas Azedas andavam juntos na adolescência, ela pensou que ele fosse filho único como Aleksander. Mas também, que garoto adolescente leva a irmã a todo lugar que vai? Nenhum.
Que burra tinha sido. Por causa de seu orgulho, não perguntou pra ele sobre a ligação.
Mas será que tinha sido orgulho mesmo? Ou tinha sido medo da resposta?
De qualquer forma, ele tinha ido embora. Pior,tinha ido embora magoado com ela.

Tina entrou de supetão na sala e Marcelly ergueu a cabeça rápido, pensando que poderia ser Erick voltando. Ao ver a amiga, abaixou a cabeça novamente, desanimada.

-- Se eu fosse você, levantaria a bunda da cadeira agora.- disse Tina.
-- Por que?
-- Porque a Olívia deixou a chave do Carro dela comigo e me deu permissão para levar umas multinhas de velocidade. Disse que você vai pagar todas.- respondeu e caiu na gargalhada.
Marcelly a olhou e disse :
-- Esquece Tina. Eu sou uma babaca. Acabei de deixar ir embora o homem da minha vida. Não dá mais tempo. Eles já devem estar chegando ao aeroporto.
Tina se aproximou da mesa da amiga e pousou a mão sobre a dela.
-- Hey. Se você não tentar, nunca vai se perdoar. Amanhã ou depois pode até ser que você mude de idéia e corra atrás dele, mas até lá as coisas podem ter mudado. Se tem algo que você possa fazer hoje, faça. Faça sua parte.

Marcelly ergueu os olhos marejados para a amiga,sorriu e disse:
-- Se eu não for, você e a Olívia não vão me deixar em paz nunca mais, não é?
Tina sorriu e respondeu:
-- Nunca.
Marcelly se levantou,limpou as lágrimas, ajeitou a roupa, pegou a bolsa e disse:
-- É agora. Minha última tentativa com esse papo de amor. Vamos lá.
E saiu da sala com Tina em seu encalço.
Na recepção, tinha duas funcionárias conversando e Marcelly gritou sobre o ombro:
-- Cuidem de tudo por aqui.
Chegando no carro, ela virou-se para Tina e disse:
-- Me dá a chave.
Tina perguntou,receosa:
-- Tem certeza? Sei que precisamos chegar rápido, mas você dirige que nem uma louca.Seu carro fica mais na oficina do que com você. Ainda mais nesse estado em que está. Parece que te ligaram em uma tomada de 220 voltz.
Marcelly deu uma gargalhada e pegou a chave da mão da amiga.
-- Meu carro não aguenta a potência da dona que tem, só isso. Agora entra e coloca os cintos porque nós vamos decolar.