Capítulo 6

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Ouvia- se relâmpagos o tempo todo. Fiquei lá tremendo de frio debaixo daquele toldo mais trinta minutos e a chuva não passava, até que ele teve uma brilhante ideia.

- Olha acho que essa chuva não vai passar tão cedo e você está ensopada e tremendo. Talvez devêssemos deixar os veículos aqui e ir para meu condomínio a pé. Moro aqui próximo e você troca de roupa lá...

- Haha, você é impressionante. Também moro aqui perto, mas não vou sair andando na chuva porque você não quer que eu tire o carro!

- Prefere ficar ensopada aí e tremendo no frio né? - Ele pergunta me olhando com raiva e apontando para minhas roupas.

- Prefiro pegar meu carro e ir embora! Você bateu atrás, você paga. - A raiva só me faz tremer mais, não sei se estou tremendo de raiva ou de frio.

Ele dá uma risada sarcástica.

- Não sou mal pagador e arco com minhas dívidas e eu pagarei - sorrio vencedora - se caso meu advogado disser que estou errado e que devo pagar.

- Ok, então ficamos aqui. - Digo e fecho a cara.

- Pois eu estou indo, não vou ficar aqui correndo risco de ficar doente se moro logo ali. Quando a chuva voltar eu venho aqui, ok?

E dizendo isso ele saiu, assim, sem mais nem menos, saiu caminhando e me deixando para trás. Pensei por cinco segundos nas minhas possibilidades e fui atrás dele.

-Espera faz assim. Eu vou para minha casa e você para a sua já que moramos aqui perto e quando a chuva acabar voltamos aqui então. 

Ele pensa um pouco.

- Tudo bem te encontro aqui mais tarde. - ele então sai andando e eu vou atrás.

Será onde ele mora exatamente? Caminho perto dele e ele continua no mesmo caminho que o meu, atravesso a rua e ele também atravessa. Viro a esquina e ele também vira.

- Achei que ia pro seu condomínio, não precisa me acompanhar. - olho com cara de poucos amigos para ele, ele tá querendo descobrir onde eu moro?

- Como se eu fosse perder tempo te acompanhando né, estou indo para minha casa. - ele sai na frente e eu volto a ir atrás por um tempo - 

- Parece que é você que está me seguindo. - Ele olha para trás rindo com deboche.

-Ah tá certo, abaixa essa bola ai, estou indo para minha casa. Hum! - respondo mostrando a cara mais irônica que eu consigo fazer, homem chato esse.

- Então tá. - sua voz soa sarcástica. 

Passo por ele e vou reto e quando eu viro na próxima esquina ele vira também, só pode estar de brincadeira! Será que ele tá me seguindo pra fazer alguma maldade? Pra saber onde eu moro e depois vir aqui fazer algum mal? Ah ele não tem cara disso, para de paranóia Helena, ele não faria isso. Não é? Apesar que foi ele que sugeriu que a gente viesse para a casa dele, dai ele me segue até a minha? E agora? Devo ir pra casa ou não? Pior que já estou chegando na portaria do condomínio onde eu moro. Avisto seu Joaquim na portaria e fico mais tranquila.

- Boa tarde seu Augusto, dona Helena, porque estão na chuva assim? Entrem aqui dentro da salinha e se enxuguem, acho que tenho toalhas por aqui. - diz entrando na guarita no meio da entrada e saída do condomínio e vamos atrás, ele se agacha e procura em um armarinho. Acha duas toalhas e nos estende elas pego uma para mim. Acho que estou entendendo as coisas errado, olho para Augusto.

- Você mora aqui? - perguntamos juntos olhando um para o outro.

- Sério, tô começando a achar que minha vida não é realidade estou tendo um pesadelo. Estou dormindo e agorinha vou acordar e saber que nunca discuti com pai nenhum, não bati o carro e depois não andei debaixo de chuva e ainda moro no mesmo condomínio do pai que me difamou na escola. É a única explicação, só pode. Nunca dei tanto azar. Já posso acordar vamos lá.

-Cria vergonha e larga de ser dramática, hum, mulheres, nunca vi tanto drama.

Augusto esta balançando a cabeça de um lado para o outro em negação, como se dissesse que não acredita que estou falando aquilo.

-Há, drama! - vou bater nesse cara sério.

-Ele tem razão dona Helena está sendo bem dramática, mas que história é essa de bater o carro? A senhora tá bem? Bateu onde? Não estava dirigindo com essa chuva não é? Tão perigoso.

Eu adorava seu Joaquim, mas estava brava com ele agora, onde já se viu concordar com esse babaca que sou dramática, achava que ele era meu amigo. Tá talvez eu esteja sendo infantil, mas só queria alguém do meu lado. 

- Se mora aqui porque nunca te vi?

- Também nunca te vi aqui e afinal, me mudei para cá tem duas semanas, quase não fico em casa e nem conheço todo o condomínio. Não sei nem quem são meus vizinhos.

-Bom vou entrar e trocar de roupa, só me resta aguardar a chuva passar e quando isso acontecer, nos encontramos lá no local. - me despeço de Augusto.

Saio da portaria do condomínio e ando apressada pelas ruas até chegar no prédio onde moro, cada prédio possui três andares, eu moro no segundo andar. Entro ensopada e tiro a roupa, já agoniada com ela toda colada no corpo. Vou tomar um banho quente, para não ficar doente, só me resta isso agora. Fico muito feliz quando entro na água é bem relaxante. 

Tomo um banho demorado, me enrolo na toalha e vou para o quarto, visto uma calça jeans, blusinha de alça e por cima uma blusa de frio quentinha. Olho pela janela, ainda está chovendo. Nossa que canseira, não quero que meu carro durma na chuva. Devia ter perguntado qual era o prédio e apartamento dele. Vou buscar meu carro, se ele virar a noite na rua e for roubado esse idiota do Augusto provavelmente não vai arcar com isso, já que nem com a batida ele quis arcar. Decido descer lá no seu Joaquim, para saber qual é a casa dele. Pego um guarda chuva, coloco meu celular no bolso e vou caminhando devagar procurando me manter quentinha e seca.

Quando chego lá seu Joaquim diz que o Augusto acabou de passar perguntando por mim e que decidiu ir buscar o carro dele, ah que bom que ele me avisou. Que cara idiota!

Caminho às pressas até chegar lá no local onde foi o acidente, e Augusto está lá, com o telefone na mão digitando, então ele coloca o telefone no ouvido. Meu celular toca, levo um susto. Ele olha para mim ao ouvir meu celular tocando.

- Ah você está aí, acho que essa chuva não passa hoje e eu não posso deixar meu carro aqui de fora e nem você deixar o seu. Bom, tarde da noite e com chuva duvido que a perícia venha aqui. Vou tirar meu carro e decidimos isso com advogados.

-Como ainda pensa em chamar advogados? Porque só não paga o valor?

Ele fica calado. Eu espero. Ele não diz nada, por um tempo. Ouço ele respirar fundo.

-Estou indo. Depois marcamos de negociar isso direito. - ele parece triste, não entendo.

Ele vai para o carro. Lembro de uma coisa.

- Espera, como tem meu número?

- Você mora no mesmo condomínio que eu e é a professora da minha filha, não foi difícil descobrir. Boa noite.

E falando isso ele vai embora. 

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Oi, e aí o que acham que aconteceu para o Augusto ficar triste tão de repente? 

Shippo os dois e vocês? 

Um grande beijo e obrigada por lerem meu livro!

Mil beijos doces para vocês...

Uma pestinha me trouxe o amor (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora