Capitulo 18

13.9K 1.3K 173
                                    

Augusto

Saí da lanchonete sem graça. Eu não sei porque beijei ela, não me segurei, ela me provocou demais e a culpa é dela, me humilhou falando que preferia beijar o chão ao invés de me beijar. Essa mulher é louca e está me enlouquecendo junto.

Lembro dela falando que Clarisse está magoada achando que troquei a mãe dela. Eu jamais trocaria a Amanda, ninguém nunca vai substituir ela. Quando soube que minha filha estava passando por isso, eu fiquei preocupado com ela, e pensando se realmente eu e Helena teríamos ficado naquele dia.

Não que eu não tenha ficado com outra mulher depois que Amanda se foi. Eu fiquei. Mas foram encontros de só uma noite, mulheres fúteis que eu não veria mais, que não faziam diferença em minha vida.

Nao estou pensando em reputação, o caso é que Helena me faz sentir culpa, porque ela faz diferença. Ela tem um ar de mulher meiga e inocente, que me instiga, me faz querer mais, me faz pensar nela mais do que devia. Suas curvas pequenas e seus cabelos longos e castanhos, quase me matam de tesão. Ela não é atirada, nem usa roupas provocantes demais.

Eu só acho mulher desse tipo na minha frente, que eu mal faço qualquer esforço e já tenho tudo que desejo, não sinto graça, não há nada o que conquistar, são mulheres que até me causam vergonha. Eu fico com elas? Claro que sim. Estão ali se oferecendo e eu não vou negar. Mas é só isso.

Helena é a primeira mulher que beijo e sinto que estou traindo a memória de Amanda, que estou avançando quando minha filha não está aberta ainda a ter uma mãe, que estou me envolvendo demais com uma mulher que merece, mas não me terá por inteiro.

Olho para Helena e quero ter mais dela, imagino como seria ela na minha cama, de lingerie, em um sexo carinhoso e não vagabundo como costumo ter. Percebo que estou carente e provavelmente é isso que está me levando a pensar tanto assim nessa mulher. Estou carente não de sexo, mas de carinho, atenção. De alguém que durma comigo não só uma noite, estou sentindo falta de Amanda. E ainda não estou pronto para colocar Helena no meio disso, usá-la para suprir minha carência de outra mulher.

Me lembro do beijo de Helena e sinto meu corpo esquentar, olho para baixo e vejo que o Juninho acordou. Ultimamente tem sido assim, só pensar nela e já acontece isso, agora depois que senti esse beijo delicioso dela, essa reação tende a piorar ainda mais.

Ligo o carro e saio. Dirijo tentando prestar atenção no trânsito, mas cenas de sexo com Helena e do nosso beijo chegam a minha mente. Olho para baixo e está pulsando, preciso fazer alguma coisa, preciso aliviar essa situação.

Paro o carro e ligo para uma moça que conheci a alguns dias em um bar e que me deu seu telefone. Fico na dúvida agora, se estou fazendo isso tentando apagar as lembranças de Amanda ou de Helena.

                           ****

- Olha, eu estou meio cansado, deve ser isso. Mas isso nunca aconteceu antes comigo.

A morena que chama Solange, ou Soraia não tenho certeza, olha para cima sem graça, enquanto segura a peça mole que está cada segundo menor. Ele simplismente morreu, não vai. Chegou como aço e quando viu quem iria brincar com ele, pelo jeito ganhou vida própria e se recusou a continuar. Não entendo.

Ela se levanta da cama e começa a se vestir sem graça.

- Claro que nunca aconteceu antes. Não gostou da minha lingerie foi?

- Eu, não que isso. Você está muito  gostosa.

- Hum, tudo bem, eu vou embora.

Ela enfia o pé no seu salto plataforma enorme. Me levanto atrás.

- Não espera Soraia, podemos conversar um pouco e tentar mais tarde.

- Meu nome é Samantha seu imbecil. Fica duas semanas sem me ligar, quando liga broxa na minha cara e ainda erra meu nome? Vai pro inferno!

Ela joga sua bolsa no ombro, e passa pela porta num rompante a batendo com muita força.

Deito na cama de novo, suspiro e deixo ela ir. É só mais uma mulher que achei em um bar mesmo, não tem diferença. Um sentimento de solidão se apossa de mim, um vazio, uma vontade de ter um amor de verdade comigo. Esses sexos vazios são uma merda mesmo.

Penso em Helena, será o que ela está fazendo agora? Sera que ela já teve um grande amor na vida? Provavelmente sim. Quem foi esse cara que não conseguiu segurar ela com ele. Se eu tivesse ela para mim acredito que segurava ela para sempre.

Olha o que estou pensando, mal conheço Helena, ela pode muito bem ser uma mulher bem diferente do que imagino.

Só sei que a boca dela é muito gostosa. Fora de brincadeira, se a boca é assim imagino o resto...

Decido usar as mãos mesmo enquanto mapeio o corpo todo de Helena na mente, como eu imagino que ela seja. Imagino cada detalhe dela, seu beijo, como ela reagiria em cada parte, em cada toque e o ápice que sinto no final é muito forte, como eu não sentia a muito tempo. Se fico assim só imaginando ter ela, imagina se eu já a tivesse.

Acordo mais tarde e percebo que dormi naquela cama de hotel, me levanto e vou ao banheiro na porta ao lado, tomar um banho, me visto e pego minhas coisas. Entro no elevador e aperto o botão para a portaria. Chego no térreo e pago a conta da estadia. Ligo para Suzi para saber se está tudo bem na Clínica. Vou direto para casa, quando chego Clarisse está dormindo. A babá conta que ela chorou a tarde toda.

- Augusto me desculpe perguntar, mas estou nessa família a muitos anos e sou meio que uma mãe para vocês, me diz, o que realmente está acontecendo com o senhor e aquela moça?

Fecho os olhos e decido que é hora de tirar ela da cabeça e fazer alguma coisa para esquecer.

************************************

Desculpa a demora em postar. Está chegando a prova da faculdade e só me resta estudar kkk.

Bjus doces a vocês. Obrigada pelos comentários estou amando ler eles.

Uma pestinha me trouxe o amor (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora