Capítulo 13

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Augusto

No domingo a noite mesmo trato de ligar do telefone de minha casa para Jenny para saber o que foi que aconteceu com meu carro. Ela ri quando eu digo não lembrar de nada, diz que fui embora com uma loira no carro dela e que pedi que Jenny levasse embora meu carro. Fico feliz por ter pensado isso, já que bêbado como fiquei, era bem perigoso dirigir. Pergunto a Jenny quem era a loira e ela disse que não conhecia, pergunto do meu celular e ela diz para eu ir buscar o carro e o meu celular na casa dela. Desligo a ligação.

- Papai, porque você estava na rua de toalha?

Fico sem reação. Minha filha viu que eu entrei em casa de havaiana e toalha, me perguntou o que houve e eu disse que iria me vestir e mais tarde explicava. 

- Bom minha filha papai decidiu ir para a piscina do condomínio hoje bem cedinho, só que a roupa seca do papai molhou, tive que voltar de toalha e sunga por baixo e havaiana.

- Mas papai a havaiana era da Minnie e o senhor tá na piscina desde bem cedinho? Acordei e você não tava aqui. - ela faz uma cara triste - eu queria ter ido amanhã para a piscina com você papai.

- Ter ido hoje minha filha, ter ido hoje na piscina com o papai.

- Isso, porque não me chamou? Não gosta mais de mim?

- É... Bom... Não é isso princesa. Papai só...

- Ei Clarisse, venha vamos assistir a Marsha e o urso, vai começar, já coloquei na Netflix. 

- Ebaaa! - Clarisse corre para o sofá e eu olho aliviado para Márcia, agradecendo sua ajuda.

Procuro a chave do carro para ir para a casa de Jenny e lembro que deixei o carro com ela. Rio da minha idiotice e penso em pegar meu celular e chamar um Uber. Lembro de novo que meu celular esta com ela, não rio mais, agora suspiro de desapontamento. Detesto ficar longe do meu celular. 

Pego o telefone fixo e abro a estante da sala pegando a lista telefônica, ela solta uma rajada de poeira quando assopro ela. Sinto que voltei para a idade das pedras. Como vivíamos sem celular? Procuro na lista uma companhia de táxi e disco no telefone fixo, peço um táxi e aguardo que chegue.

Dez minutos depois seu Joaquim me liga avisando que meu táxi está lá na portaria, permito que o carro entre. Desço as escadas e aguardo na porta. O carro aparece ao longe. Entro nele e digo o endereço. Partimos e em vinte minutos chegamos a casa de Jenny.

- Ficou vinte e sete reais.

Puta que pariu de Uber ficaria doze reais, que roubo!

- Obrigada senhor - digo entregando o dinheiro e saio do táxi com a sensação que estou sendo assaltado.

Jenny mora em um setor mais afastado. Sua casa é simples mas bem cheia de gente e grande. Chego e bato no portão verde abacate e escuto os cachorros latir em alvoroço do outro lado do portão. Alguns segundos depois Jenny aparece com os cabelos molhados, um short curto e camiseta larga por cima.

- Oi Guto, como tá?

- Nada bem, eu não lembro de quase nada.

- Haha, entra aí, vamos conversar.

Entramos e sentamos no sofá. Jenny oferece café com bolo e eu recuso, seus dois irmãos mais novos, Jeferson de 15 e Jéssica de 18 passam e dizem oi e eu os cumprimento, sua mãe dona Gildete também passa e manda uma piscadinha. Escuto João, pai de Jenny e seus irmãos, gritar lá no fundo que não quer saber, mas a Jéssica não vai mais sair com um tal de Thiago. Jéssica berra louca da vida e começa uma confusão. Jenny sorri para mim como se pedisse desculpas.

- Não se preocupe. - sorrio para ela - acho bem bacana sua família. Lá em casa foi sempre bem monótono.

- Não fale isso. Agradeça por morar em uma casa tranquila.

Ela então começa a me contar de como foi minha noite ontem, que cheguei tímido, mas que a medida que fui bebendo, comecei a me soltar. Em certo ponto ela pediu que eu parasse de beber, mas dizendo ela que não ouvi. No final fui embora com a tal loira. 

Eu então começo a contar o que lembro. Que é uma vaga lembrança de mim chegando no condomínio e falando com seu Joaquim, falo de uma velha que pelo jeito brigou e me bateu e de Helena, falo muito de Helena, sobre como eu acordei no apartamento dela e como ela me ajudou. Como conheci ela e brigamos, e como brigamos de novo no apartamento. Como ela me ofereceu carona na rua e me levou pra casa. Quando termino Jenny está rindo alto, não mentira, ela está praticamente berrando, enquanto segura sua barriga, pede um segundo levantando seu dedo e tenta respirar fundo. Não consegue e volta a rir. Fecho a cara e cruzo os braços, detesto me abrir e quando faço, ela ri desse jeito.

- Descul... Desculpa Guto, mas cara vocês dois são hilários. E as brigas de vocês, como perdi isso? Haha, já vi que dariam um belo casal sabia. Ela seria ótima para você. Pelo jeito é certinha e trabalhadora e cuidou muito bem de você.

- Larga de bobeira Jenny, tá maluca? Acabei de perder a Amanda, faz só dois meses, não posso me envolver com ninguém, jamais.

- Eu sei que perdeu a Amanda, Guto, mas penso que ela iria querer que fosse feliz né.

- Jenny não estou gostando da sua conversa. Sabe que eu acabei de perder Amanda, me sinto culpado se quer de olhar para outra mulher.

- Mas pra mim ter outra agora não tem nada a ver com não ter amado ou estar deixando de lado o sofrimento pela Amanda - olho para ela de cara feia - ok eu parei tá bom, não tá mais aqui quem falou isso. Mas tente pelo menos ser amigo dessa professora, ela não parece ser tão ruim.

Confirmo com a cabeça, me lembrando de cada detalhe dela e me perdendo em meus pensamentos.


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Concordam com a Jenny?

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Até o próximo capítulo.

Uma pestinha me trouxe o amor (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora