Capítulo 8

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Augusto

O carro encosta próximo da calçada, o dia está claro e tudo está meio que girando. Olho para o motorista.

- Eu moro aqui moço obrigado, eu mooroo aquí, haha, lindo lugar não é?

- Claro senhor, a sua corrida ficou 20 reais.

- Ah, vou te pagar amigo, pode deixar, tá bom, espera aí ... Espera aí... Hum só um minuto... Eita... Cadê minha carteira? - procuro louco em todos os bolsos, que porraaa! Olho atrás no banco, tateio a calça toda - puta que pariu cadê minha carteira caraá!

- O senhor já olhou na jaqueta?

- Jaqueta? Há eu não fui de jaqueta. - olho no meu colo e vejo uma jaqueta bonita de couro, parece bem cara- caramba de quem é essa jaqueta? Hahahahhaha - começo a ter crise de riso, porque acho que roubei uma jaqueta, o motorista parece mal humorado, eu heim... Olho no bolso interno da jaqueta e acho minha carteira. - Aqui moço a grana, pode ficar com o troco.

Desço do carro e sinto frio na barriga, nossa que frio estranho, olho para baixo e vejo que estou sem camisa. Porque estou sem camisa?

- Hahaha tô sem camisa! Que bosta!

Visto a jaqueta desconhecida, ela até que é bem macia e me esquenta um pouco. Caminho cambaleante até a entrada do condomínio. Vejo seu Joaquim saindo da casinha onde ele fica, bem no meio da entrada e saída de carros.

- Ei, e aí seu Joaquim tudo bem? - sorrio e aceno.

- Seu Augusto o senhor está bêbado?

- O que? Eu bêbado, hahaha eu bêbado, pensa, só bebi um tiquinho assim - demonstro para ele com a ponta dos dedos - estou ótimo, senhooo Joaquim. Preciso só chegar em casa para trocarr de roupa e tomaarr um banho.

- O senhor está bem? Quer que eu te acompanhe.

- Opa, tá me estranhando seu Joaquuuuim?  Tô tranquilo. Por falar nisso o senhor tá bonitão, vai namorar mais tarde?

- Ah... Bom... Que isso... Não, não. O senhor tem certeza que não quer que eu chame alguém para buscar o senhor na portaria?

- Alguém? - penso em quem está lá em casa. Lembro da babá, não, não, dona Márcia ia me dar um sermão, a anos está na família, parece minha mãe. Penso em Clarisse, bom com três anos duvido que ela consiga me ajudar a chegar em casa. Penso em Amanda minha esposa, vem o pensamento da tragédia, meus olhos se enchem d'água, e começa a sair um monte de liquido dos meus olhos.

- Ei senhor Augusto?

- Minha vida é uma berrdaa, uma grande berda, sabii? Não dá. Ela era linda, marabilhosa, daí du nada bam! Foi embora, tipu, como ela podi me deixar? Eu nem sequer, beijei ela, ou demus uma pra despedir. Nunca se sabi... Grande berda.

- Calma seu Augusto, quer que eu peça para alguém te buscar?

- Não seu Joaquim, vou a pé mesmo.

Viro as costas para ele e entro no condomínio e vou caminhando, caminhando. Parece que as ruas estão mais compridas, tudo é tão longe. Viro na primeira rua a direita, nunca passei por aqui, mas pelas minhas contas vai encurtar o caminho, sigo reto, não tem ninguém na rua, que estranho o sol já nasceu.

- Bamoos acordaar meu povoo! Hahaha. - grito pra ver se o pessoal anima em aparecer, que povo que dorme, olha o sol, já tá lá em cima.

Enquanto caminho tento lembrar o que ocorreu ontem, mas são tudo flashes momentâneos. Lembro que peguei uma loira bem gostosa, e que uma morena deu em cima de mim e levei ela pro banheiro do pub. Acho que ainda estava com a loira quando peguei a morena, porque sai do banheiro e larguei a morena quando acabamos nosso momento maravilhoso e voltei para a loira na mesa. Não lembro se com a loira passou dos beijos.

Depois de caminhar muito nessa rua decido virar a esquerda e continuar caminhando, devo estar próximo da minha casa. Eu acho.

Volto a tentar me lembrar de ontem. Se não me engano, acho que eu dancei ontem também. Droga muita coisa não passa de um apagão, talvez eu tenha bebido mais do que planejei. Eu não lembro de nada. Nada. Nadaaaa. Uma música engraçada passa pela minha mente e decido cantar ela.

- Nada, nada, nada, nada, eu não tô lembrando de nada! - canto a plenos pulmões, repetindo o verso.

Um acesso de riso me consome e eu rio até a barriga doer e então começo a tossir e rir ao mesmo tempo. A tosse é tanta que sinto falta de ar e sento no jardim da casa de alguém, meu corpo pesa para trás e me permito deitar. Olho para o céu. Que sol forte! Coloco o braço sobre meus olhos e respiro fundo.

Penso em me levantar, mas não consigo, está muito bom aqui nessa grama, ah que grama fofa, viro de bruços e abro os braços, abraço a grama feliz, está tão macia, que incrível. Relaxo meu corpo e apago.

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Olá pessoas lindas.

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Uma pestinha me trouxe o amor (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora