Helena
Na segunda feira de manhã chego bastante cedo e muito animada na escola. Passei o final de semana todo pensando, bom você sabe em quem. Eu nunca tinha visto esse lado safado dele e não sei se quero me aventurar nele.
Para ser sincera você quer sim.
Ok! Eu não sei se devo me aventurar nele. Porque... Bom você sabe os motivos. Ele é um viúvo muito gostoso que pode não querer nada com nada e levar eu a me machucar. Mas quem disse que eu quero algo sério também né? Mas quem disse que ele não quer? Ele disse que não sabe se quer, as vezes ele quer. Bom não sei. Passei o final de semana todo nesse impasse.
Abro minha sala, ajeito as cadeiras, organizo as minhas pastas e verifico as atividades do dia. Hoje terá mais ensaio, a apresentação está chegando, já será na próxima sexta feira, estou ainda com medo deles errarem a coreografia, caírem ou dar algo errado, afinal é a primeira apresentação da minha turma e meu primeiro ano na escola, tudo tem que sair bem.
Maria da cozinha passa na porta da minha sala e avisa que a diretora Marlene quer falar comigo. Me espanto, e saio da sala rezando para não ser problema.
Caminho pelo corredor, onde alguns professores passam e me comprimentam em um bom dia desanimado e cheio de sono. O que? Você não acha que os professores chegam na escola animados em uma plena segunda feira assim né? Só em filme ou quando algo diferente aconteceu no final de semana, que é o meu caso, também sou a novata, quanto mais tempo se tem na escola, mais comum é chegar de cara emburrada e desanimada. Não julgue. Já trabalhou como professora? Eu amo o que eu faço, mas realmente, passar anos nessa profissão deve cansar a pessoa.
Bato na porta e Marlene pede que eu entre. Eu passo fechando a porta atrás de mim e me sento na sua frente.
- Professora Helena, tudo bem? - ela abre um sorriso doce.
- Tudo bem e com a senhora?
- Já disse para me chamar de você, nada de senhora.
- Ah claro, tudo bem com você?
- Sim estou ótima.
Ela apoia os cotovelos na mesa e junta as mãos pensativa.
- Bom te chamei aqui para que a gente possa conversar um pouquinho sobre um assunto que eu pensei em evitar, mas que não deu muito certo. Acredito que seja melhor eu ter então essa conversa com você.
Fico nervosa com a situação, será que ela vai me mandar embora? Mas o que eu fiz de errado? Um filme passa na minha mente dos meses que estou aqui, não encontro nada que possa justificar uma dispensa.
- Pode conversar comigo dona Marlene que aí saberei onde posso melhorar posteriormente.
As vezes minha fala educada e positiva faça ela desistir, caso esteja pensando em me demitir agora.
- Assim espero. Bom é sobre o pai de Clarisse, o Augusto. Eu tive o conhecimento de um vídeo dele rondando as redes sociais, não te disse nada porque no vídeo só via ele bêbado meio que em um vexame e você que o conhecia ajudando ele.
Tenho certeza que estou corando. Ainda existia esperanças de que ela não tivesse visto esse vídeo.
- Até aí tudo bem, mas logo após esse vídeo que repercutiu bastante, algumas mães vieram a minha sala falar que estão se sentindo preocupadas porque tem marido que as vezes vem trazer o filho na escola e em sua sala quando elas não podem vir e você é nova, bonita e solteira e parece não ter nenhum problema em se envolver com pai de aluno. Algumas parece que se sentem, como posso dizer, ameaçadas.
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Uma pestinha me trouxe o amor (Completo)
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