Augusto
Estou descendo as escadas nervoso pensando naquela mulher linda, gostosa e implicante dos infernos, quando tropeço na ponta da toalha e ela cai no chão.
Mas que droga, esqueci que estou de toalha, e deixei minha roupa na casa dela ainda! Não vou voltar lá de jeito nenhum!
Me abaixo para pegar a toalha, nervoso com tudo que estou tendo que passar, e quando levanto para colocar ela no lugar, vejo uma senhora parada na escada me olhando, seus olhos quase saltam pelas órbitas ao me ver daquele jeito. Me cubro rapidamente, digo um desculpa baixo e desço correndo as escadas segurando melhor a toalha.
Saio para a calçada, e procuro lugares mais escuros para passar, mas essas ruas tem postes e iluminação demais, se alguém passar vou estar nessas condições e não saberei onde enfiar minha cara. Seguro com mais força a toalha. Sinto meu calcanhar queimar e olho para baixo.
- Mas que droga! O que estou fazendo com esse troço no pé? - Vejo meu calcanhar de fora da chinela pequena pegando no chão da calçada que ainda está quente, pois acaba de escurecer. Devem ser umas 18:30h.
Lembro que sai do banheiro sem chinela e como não queria andar descalço calcei uma havaiana da Minnie que achei debaixo da pia do banheiro. Acredito que seja de Helena. Eu fiquei tão nervoso, não devia ter saído desse jeito, não sei se volto ou não.
Penso em mim voltando, penso nela falando mais merda pra mim, penso na gente brigando, penso nela rindo da minha cara por eu ter saído de toalha. Não sei se volto, o que é mais vergonhoso? Voltar ou ir embora assim?
Helena
Vejo ele sair nervoso pela porta da frente, grito para que espere pois está de toalha, mas ele não me escuta e vai embora. Saio porta a fora e não vejo ele mais. Entro para dentro e tranco a porta.
- Mas que homem burro meu Deus, cara nervoso, ignorante, porque tinha que ser tão lindo esse traste?
Tenho uma idéia. Corro para a janela de sala e olho para baixo, pensando se ainda o verei na rua e ele está na frente da calçada parado olhando para seus pés. Vejo a minha havaiana da Minnie que ganhei da minha avó em seu pé e por um tempo fico possessa de raiva, ele tá deixando ela toda relaxada! Daí vejo ele olhando para seu pé, depois levanta e olha para trás e olha de novo para o pé. Parece estar em um dilema, sinto pena de novo.
Ele levanta ficando na ponta do pé tentando não tocar o calcanhar no chão, porque ele tá fazendo isso? E assim ele sai andando só com a ponta do pé tocando no chão, como se estivesse em um desengonçado passo de balé. Começo a rir do seu passo, tento me controlar mas não consigo, parece uma gazela. Respiro fundo e decido que realmente tenho que ajudar ele. Outra vez.
Desço para o estacionamento que fica próximo na parte do fundo do meu prédio e desligo o alarme do carro. Entro nele e dou partida. Saio na rua de trás da minha e dou a volta no quarteirão, vejo ele lá na frente andando só na ponta dos pés, passando em uma parte da calçada. Dou uma risada de novo, eu devo estar vermelha de tanto rir.
Vou chegando perto com o carro e diminuo a velocidade, ele continua sem olhar para mim, eu então buzino e ele pula de susto, acho que buzinei alto demais. Ele então vira para meu lado e quando vê que sou eu, sua cara se fecha.
Augusto
Decido que prefiro passar vergonha na rua do que dar meu braço a torcer para essa mulher, ainda mais que quando estou perto dela tenho umas vontades esquisitas, mas não é culpa minha, ela também é linda e não tira os olhos de mim.
Mas me sinto mal por pensar qualquer coisa diferente perto dela, ainda amo muito a Amanda e não acho que seja certo eu ficar sentindo coisas diferentes por alguém que mora no mesmo condomínio que eu e ainda é professora da minha filha. Uma coisa é matar minha vontade física com qualquer mulher por ai que nunca mais irei ver na minha frente, sem mágoas, sem sentimentos, sem convivência. Agora essa professora é implicante e pelo jeito deve ser aquelas que grudam quando a gente decide só passar a noite.
Começo a caminhar só com a ponta dos pés porque o chão tá quente e esta merda de sandália não é grande o suficiente para meu pé. É complicado no início, mas depois vou pegando o jeito a medida que ando mais pela rua. Vou andando e torcendo para que ninguém me veja.
Ouço então um carro vindo em minha direção, mas que merda, não é possível, só porque não era para ninguém me ver. O carro começa a diminuir, só era o que me faltava, a pessoa diminui para ver minha falta de sorte de perto, continuo caminhando e finjo que não o ouvi. É aí que ouço uma buzina alta. Grito e pulo levando um susto e quando olho vejo ela.
- Posso te dar uma carona?
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Estou amando escrever esta história, espero que estejam gostando de ler ela. Até o próximo capítulo.
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Uma pestinha me trouxe o amor (Completo)
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