Capítulo 12

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Helena

Ele olha com cara feia para mim.

- Não obrigada, eu consigo me virar sozinho.

- Aham, percebi ! - Não aguento e começo a rir.

Ele fica vermelho e com cara de raiva e volta a andar, eu então começo a ir de carro acompanhando ele.

- Vamos Augusto entra logo, eu te dou uma carona, pelo jeito o chão está quente. Aqui rapidinho você entra e nós vamos.

- Eu já disse que não obrigado.

Ele acelera o passinho do balé no chão, e segura com força a toalha para ajudar na marcha mais rápida. Rio mais um pouco dele. Ando mais rápido com o carro e saio do lado dele.

Augusto

Ela acelera o carro e passa ele por mim, pelo jeito desistiu. Que bosta eu deveria ter aceitado. Esse condomínio é enorme.

O carro para lá na frente próximo a calçada, ela desce e vem pro meu lado. Seu rabo de cavalo balança enquanto ela caminha, seus peitos são lindos nessa blusinha branca e balançam também enquanto ela anda. Ela é muito linda mesmo. Sinto uma reação lá na toalha e coloco a mão em cima, mas que hora é essa do meu juninho acordar.

- Augusto vamos entra no carro, você não pode andar assim pelas ruas! Vamos esquecer nossas brigas? Eu te deixo em casa e está tudo bem, ok.

Fico calado, não posso andar agora, e ela bate o pé no chão e cruza os braços impaciente. Um carro cheio de mulheres passa por nós e elas diminuem e buzinam, gritando pela janela.

Helena olha para elas fechando a cara, vem para o meu lado e segura no meu braço me puxando pra ir paro o carro. Elas riem buzinam de novo, uma delas grita "gostoso" e depois vão embora.

- Vem vamos logo - ela me puxa pelo braço, sua cara está vermelha, e ela vai me puxando impaciente e eu caminho desengonçado. Ela então abre a porta do carro.

- Calma tô indo - Tento ajustar o juninho que começa a diminuir.

- Anda Augusto, antes que essas vadias oferecidas voltem. - ela ainda está vermelha e olha para a rua observando.

- Não seria ruim. Aí eu pegava carona com elas. - digo e pisco para ela.

- Ah seu abusado, safado. - ela parte para cima de mim e me dá uns tapas no meu braço - pois vá então com elas, estou indo embora.

Ela dá a volta no carro pisando fundo e abre a porta entrando. Corro e entro no carro logo.

- Ah entrou no carro porque? Não quer ir com as oferecidas lá? Com certeza foi elas que te ofereceram abrigo quando você estava para ser morto a pauladas no meio da rua, sem uma chance de se defender! Que te ofereceu cama quentinha e um chá para você melhorar. Que te emprestou a havaiana da Minnie preferida para você ficar aí relaxando ela.

- Calma Helena, que drama, não precisa disso, eu estava brincando.

- NAO SOU DRAMÁTICA! E aquelas vadias não prestam, você viu a cara de oferecida delas...

- Você tá com ciúme?

- Haha me poupe, mal te conheço!

- Pois parece ciúme.

Ela fecha a cara e liga o carro.

- Pois não é! Vou te levar logo em casa, me diz por onde é?

Vou explicando para ela o caminho, ela ainda está zangada e isso deixa ela com um biquinho engraçado, quero rir mas tenho medo dela ficar mais zangada. Entramos na nossa rua e aponto para ela a minha casa. Ela para em frente. Respiro fundo e olho para ela.

- Olha Helena. Sei que começamos errado, mas vi que parece ser uma mulher... digamos que... sensata e cuidadosa. Te agradeço por ter cuidado de mim naquele estado mesmo não gostando muito de mim, é muito difícil achar pessoas de bom coração hoje em dia. Vou conversar com minha filha sobre a escola, mas peço que tenha paciência com ela também, é um momento muito conturbado para ela, e confesso que para mim também. Não está sendo fácil o que estamos passando. Costumávamos falar que éramos três pilares fortes e que sem um não iríamos manter a família de pé. Quando Amanda se foi, realmente parecia que um enorme pilar de sustentação tinha sido tirado e que iríamos cair. Ainda sentimos a falta desse pilar, e a falta é gritante sabe. A gente sente todos os dias, em todos os lugares. Quero que pense nisso a cada vez que minha filha ficar nervosa ou estressada, provavelmente ela se lembrou que um dos pilares foi embora e o vazio se fez presente de novo. Ela custa entender. As vezes me pergunta se a mãe dela achava ela muito ruim e abandonou ela, outras vezes ela pensa que Deus achava ela ruim e tomou a mãe dela, as vezes ela só pensa que o mundo é injusto, e tira as pessoas dela sem ela merecer e ela só tem três anos. Ela era grudada a mãe, passavam o dia todo juntas, a babá só auxiliava, imagino que ela sinta mais falta do que eu, ou não, não sei o que pensar.

Paro e olho para ela, sinto que meus olhos estão cheios dágua e fico sem graça. E então ela me surpreende quando se levanta um pouco do banco e me puxa para um abraço apertado. Seu abraço é quente, macio e parece aliviar um pouco o aperto no meu peito, não sabia que precisava tanto de um abraço assim, até receber um.

- Vai ficar tudo bem - ela sussurra no meu ouvido.

Acho que ela pretendia me acalmar, mas seu sussurro me arrepiou todo e o juninho voltou a acordar, mas que droga, isso não é hora. Sinto seus seios macios apertados contra mim o que até então eu não tinha reparado e me separo do seu abraço sem graça.

- Me desculpe ter tomado essa liberdade, mas você parecia precisar de um abraço.

- Ah, tudo bem. Foi bom.

Ela abaixa a cabeça ficando vermelha e vejo quando seu olhar cai no junior, envolto pela toalha, ele então se mexe um pouco, subindo e descendo. Se ela estava vermelha, fica quase roxa. Eu coloco a mão em cima dele e já abro a porta do carro.

- Espera só um minuto que eu vou trocar de roupa e já trago sua toalha e havaiana ok.

Helena

Seus olhos estão marejados. É tão profundo o que ele disse. Sem pensar me levanto um pouco e o puxo para um abraço apertado e digo que tudo irá ficar bem. Ele então me afasta, opa será que eu ultrapassei algum sinal? Ele diz que está tudo bem, meio sem graça e eu abaixo a cabeça devo estar vermelha. Meu olhar cai em seu colo e vejo um volume, grande por sinal, esse volume meche. Ele tampa e sai do carro.

- Espera só um minuto que eu vou trocar de roupa e já trago sua toalha e havaiana ok.

Ele sai andando com o volume na frente tampado ainda e eu fico roxa de vergonha. Acho que olhei demais.

Ele demora uns dez minutos e nesse tempo confesso que só pensei em seu volume e em algumas bobagens. Me sinto safada ao extremo. Quando ele aparece acho que fiquei vermelha de novo. Ele está vestindo uma bermuda de tecido preta que parece confortável e uma camiseta branca lisa que cai super bem nele.

- Oi, quer entrar para conhecer a casa? - ele abre um sorriso e pergunta.

- Ah não, obrigada, tenho que voltar e arrumar uns desenhos para a aula de amanhã.

- Tudo bem, aqui suas coisas.

Ele me entrega a sacola e eu pego e agradeço. Me despeço e vou embora.

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Olá meus queridos leitores!

E aí, acham que esse clima tranquilo de amizade entre eles vai continuar? 😂😂😂

Bjus e até o próximo capítulo.

Uma pestinha me trouxe o amor (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora