Capitulo 9

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Helena

Acordo sonolenta e vou andando como um zumbi para o banheiro. Ontem fiquei até tarde vendo minha série favorita na Netflix. Amo The vampire diaries, não consigo evitar. Já vi e revi essa série, muitas vezes e amo o fato da personagem ser minha chará. Só faltava eu ter um Damon na minha vida. Sim o Damon. Prefiro ele ao Stefan. Amo homens de atitudes e malvados.

Prendo meu cabelo em um rabo de cavalo. Pego minha escova e coloco pasta nela. Enfio ela na boca e começo a escovação tranquila, então escuto um grito distante, parece um homem não sei, quase engasgo com a escova.

Cuspo na pia e saio correndo com a boca ainda sem enxaguar e a escova na mão, rumo a janela, penso se não devo levar um celular para filmar, vai que é briga, não se sabe.

Antes que chego à janela escuto Ellen vir correndo com seus pés descalços pro meu rumo.

- O que foi isso?

Não faço ideia do que está havendo e se for algo proibido para menores?

- Não sei, fique aí sentada no sofá que vou olhar. Ok?

Ela fecha a cara e cruza os braços.

- Não mesmo eu quero ver!

- Me obedeça Ellen, sente-se!

Ela sai bufando de raiva e pisando duro, resmunga que já tem dezesseis anos e que não é mais um bebê.

Corro para a janela, já estou ficando impaciente de curiosidade e abro a cortina olhando lá embaixo. Dona Ofélia, a velha chata e fofoqueira da rua está gritando enlouquecidamente para alguém. Mas quem? Abro mais a cortina e ando para o lado e vejo. Ah só podia ser.

- Seu bêbado folgado, eu vou chamar a polícia para você, seu babaca! Não é possível. Olha minha grama.

- Binha senhora, eu não tô bêbado. Cê precisa se acalmar ok? Ok?

- Só era o que me faltava!

- Oxe, ainda te falta muita coisa senhora.

Augusto diz olhando de cima a baixo o corpo Ofélia.

- Ah seu folgado, vai pagar minha grama onde você vomitou e deixou tudo amassado, eu te arrebento!

Dona Ofélia pega um cabo de vassoura e avança para cima de Augusto e ele tenta desviar sem sucesso.

- Ahhh, para aí sua velha doida, tá me machucando aiai, mal amada do caramba.

Escuto uma risada e olho no canto da janela. Ellen está lá usando seu pau de selfie para pegar um melhor ângulo e filmar a gritaria lá embaixo. Não acredito. Vou pra cima dela, mas ela faz sinal de silêncio e pede para eu a deixar filmar.

Acho tão engraçado a cena que acabo deixando pra eu ver a filmagem depois.

Augusto fica revoltado com a dona Ofélia tentando bater nele que decide revidar, indo em direção a ela e socando o ar. A cena é muito idiota. Ellen está ficando vermelha do meu lado, tamanha a sua vontade de gargalhar. Confesso que estou rindo muito também.

Dona Ofélia fica mais raivosa ainda com a tentativa de ataque de Augusto e parte com a vassoura para cima dele. Augusto tenta chutar dona Ofélia e chuta o ar e desequilibra o que é uma grande sorte, já que fazendo isso ele desvia do cabo de vassoura que passou muito perto dele.

Augusto consegue finalmente se manter mais firme de pé e olha diretamente para dona Ofélia, mas já era tarde demais para ele, já que ela estava com o cabo da vassoura preparado. Ela o acerta nas pernas o fazendo cair no chão, logo depois mete o cabo em suas costas. Ouço Augusto gritar.

Ele grita e ela não para tamanha sua raiva. Olho para frente e vejo várias pessoas que moram no segundo andar olhando de suas casas para aquela cena. Alguns filmam também como Ester. Ele continua lá embaixo apanhando e gritando. Não sei por que, mas me vem um surto de pena.

-Eu vou lá. - Digo.

- Aonde irmã? Tá doida? Não conhece ele.

- Pior que conheço ele é o pai de uma aluna minha. Ela está batendo além da conta. Eu vou lá. E você calce uma chinela e vamos comigo.

- O que? Tá doida. Não vou pagar mico, tem gente até filmando.

- Anda Ellen me ajude a tirar esse homem de lá.

- E vai levar ele pra onde? - Ela pergunta impaciente, olhando para mim.

- Uai para cá, ele mora no condomínio. Trazemos ele pra cá até melhorar, depois ele vai embora.

- Anem, se quiser desce você, eu não vou, pensa na vergonha.

- Vem logo Ellen, preciso que me ajude a carregar ele.

Ela para e me olha preocupada, uma angústia sobe em seu olhar. É incrível o medo de queimar a sua imagem nessa idade de "aborrecência". Ela se aproxima cautelosa.

- Olha eu desço. Daí te espero no início da escada e daí te ajudo a carregar ele pela escada, até aqui em casa, mas apenas isso. Porque se eu sair na rua serei filmada. Só isso. Oferta final. Não vou sair na rua de jeito nenhum.

Penso na proposta, melhor que nada. É muito difícil lidar com adolescentes.

- Ah tá bom, ok! O que mais posso fazer né, calça a chinela e vamos.

Corro no banheiro e enxáguo a boca e a escova, a guardando depois. Abrirmos a porta e deixamos ela encostada e descemos até o primeiro andar. De lá Ellen fica ao pé da escada olhando tudo e eu saio lá fora e atravesso a rua. Os dois me veem, junto de todas as pessoas da rua. Droga, já me arrependo de ter descido.

- Bom dia dona Ofélia, percebi o que ele fez em sua grama, mas ele esta bêbado, não irá resolver nada com ele assim agora. Me deixe levar ele para dentro e quando ele melhorar, ele vem tratar com a senhora.

- Levar ele pra dentro? A senhora é casada ou namora com ele? Achei que tivesse solteira? - ela faz cara de surpresa e parece calcular na cabeça como poderia ter deixado esse babado passar por ela.

- Não, somos só amigos. - rio por dentro ao pensar nisso - Ele mora no condomínio e quero ajudar ele, quando ele melhorar tenho certeza que irá arcar com os danos.

Olho para ele no chão quase desacordado e sinto pena. Sério ela bateu muito nas costas dele com esse cabo de vassoura.

Ela me olha desconfiada, depois concorda com a cabeça. Me abaixo e olho para Augusto, chamo baixinho o nome dele, ele não responde. Toco ele e o balanço de leve chamando seu nome, ele não diz nada. Fico apreensiva e meto o tapa na cara dele e chamo seu nome mais forte e ele abre o olho assustado.

- Mas que porra...

- Vem Augusto vamos - digo pegando na mão dele e o puxando. Ele é bem pesado, depois da terceira puxada ele levanta e quase tomba de lado. Seguro ele mais firme e ele olha para mim.

- Bocê? Como pode né gatinha, sempre ti encontru professora, você ta me perseguindo, até nos meus sonhos hahaha.

Tento não ligar para as palavras dele, mas elas me deixam pensativa. Levo ele comigo, para dentro até ao pé da escada, onde minha irmã nos espera e me ajuda a levar ele para cima.

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Olaaá, obrigada por quem está acompanhando minha história até aqui. Muitas surpresas e cenas loucas ainda vem por aí.

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Obrigada.

Mil beijos doces ❤️ ❤️ 😘

Uma pestinha me trouxe o amor (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora