Capitulo 42

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Ellen

Ver ele na minha frente, faz meu coração acelerar instantaneamente, mesmo que eu tenha fingido por algum tempo que poderia sim, não sentir nada por ele, mesmo se o visse todos os dias, não era verdade. Nossa história era complicada, incomum, errada, pelo modo de vista social, porque para mim não havia nada mais certo do que estar nos braços dele.

Senti vergonha dele neste momento, mesmo que ele não tenha me pegado no flagra fazendo nada. Eu agradeci mentalmente por ele não ter chegado mais cedo e me visto no colo do Hélio, mas se os dois se conhecem provavelmente ele saberá, o que ele vai pensar de mim?

Não que isso importe, não somos nada um do outro, mesmo que eu seja apaixonada por ele isso não o impediu de fazer aquilo, de negar a mim, mas algo me diz que antes da sua fuga eu consegui conquistar um pouco do seu coração.

Ele não sabe o que fazer e nem eu, nos olhamos por longos segundos, ou minutos, eu não sei porque mas o tempo é algo muito subjetivo quando estou na presença dele, me sinto em uma bolha onde parece só haver eu e ele juntos e em volta nada mais importa.

- O, o, o que você está fazendo aqui? - ele gagueja, meio sussurrando.

- Eu...

Escuto Hélio mechendo no sofá e me lembro que não posso ficar mais aqui. Caminho em direção ao meu professor e aponto para a porta, ele entende, dando uma última olhada para Hélio dormindo e sai atrás de mim, fechamos a porta e saímos para o corredor.

- Tem algum outro lugar que possamos conversar? - pergunto aos sussurros.

- Tem meu apartamento - e então ele aponta para a porta de onde saímos.

- Você mora aí? - mesmo com tudo que passamos, não conhecia sua casa, isso me fez pensar que eu gosto muito de alguem que eu pouco conheço da sua vida.

- Sim!

- Mas o Hélio...

- Hélio é meu primo, o que vocês estavam fazendo?

- Ah... - eu simplesmente não sei o que dizer, como dizer, será que posso falar a verdade e confiar nele? Ele sempre foi a pessoa que mais confiei além da minha irmã e da minha melhor amiga Júlia, era meu porto seguro, meu primeiro namoro escondido, a melhor parte da minha vida, mas eu ainda guardava mágoa dele. E qual era a relação dele com o primo? Ele colocaria quem em primeiro lugar? Provavelmente o primo, mas como eu fui descoberta ou eu falava a verdade e esperava que ele entendesse ou então eu mentiria. O pior é que nenhuma mentira surgia em minha mente agora.

- Você esta namorando com ele? - uma mágoa visível estampou seus olhos.

- Não! Eca, ele é muito estranho.

Ele ri e eu fico séria, lembrando que beijei Hélio mesmo assim.

- Não existe outro lugar que a gente possa conversar sem ser aqui?

Ele respira fundo e fecha os olhos, então pega minha mão e vai em direção ao elevador, entramos e vamos até a garagem, chegamos lá e ele aperta o controle do mesmo carro branco que vim com o Hélio.

- Esse carro é seu também?

- Sim, tenho um carro de trabalho e um de passeio. Por isso você nunca viu esse carro.

Me lembro das vezes que entrei em seu carro popular, das saídas, das risadas, e me vem uma saudade imensa. Meus olhos se enchem de lágrimas.

Ele abre a porta do carro para mim e eu entro, ele fecha a porta e da a volta no carro e entra do lado do motorista, ele sempre foi um cavalheiro, sempre me tratou como se eu fosse preciosa, senti falta disso.

Uma pestinha me trouxe o amor (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora