New kiss.

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Dylan estaciona, se ajeita e sai do carro dando a volta indo em direção a porta do passageiro. Ele abre estendendo a mão esquerda para me ajudar a sair.
Tirei meu tênis ficando-os na mão, caminhando até a areia. Sentamos perto de uma pedra, coloquei o par de tênis ao meu lado e então me ajeitei.

-Você é nova por aqui?- Dylan me lança um olhar curioso e sorri de lado, me parece calmo.

-Na verdade não...- Não soube o que iria falar ou o que tinha falado, aqueles olhos tiraram totalmente a minha concentração.

-Morei aqui um tempo e depois me mudei para Nova York, mas resolvi voltar.

-Pretende ficar por aqui?

-Aqui é ótimo, não sairei tão cedo.

-Fico feliz em saber que irei te ver mais vezes. – Será que ainda estou vermelha? Estou ficando tímida, coisa que não acontece com frequência.

-Chegou bem em casa ontem? Não queria te deixar por lá da maneira que estava.

-Então foi você? -Meus braços congelaram e um frio em minha barriga começou a crescer. Olhei para ele confusa arqueando minha sobrancelha.

-No começo foi difícil entender qual o endereço, sua irmã estava falando embolado e acho que me chamou de pai. – Dylan passou a mão no cabelo se recordando da noite passada, soltando uma risada.

- Seu porteiro me ajudou a coloca-las em sua casa, depois disso fui embora meio preocupado com a situação de vocês.

-Eu me perdi ontem, acabei bebendo mais que deveria. Acho que se não fosse por você, acordariamos em alguma mesa jogada na boate. –Soltei um sorriso sem graça, dando uma risada.

-Mas você está bem? Você chorava ontem e me parecia triste.

-Estou continuando como posso, mas pensei que fosse ficar pior.

-Posso adivinhar? É o motivo que a fez voltar para essa cidade?

-É sim. Mas acho que estou melhor aqui em um dia, do que estive lá em dois anos.

-Seu ex namorado deveria ser um babaca por ter te deixado escapar.

-Como sabe? – fiquei surpresa, minha barriga ficou fria logo fazendo meu corpo inteiro se arrepiar.

-Você disse algo parecido ontem, não quis perguntar, me desc...

-Não, tá tudo bem. – O interrompi com minhas palavras, passo a mão em meu cabelo o ajeitando.

-Passei dois anos em vão com uma pessoa que não achava o meu amor suficiente. Não pensei duas vezes ao vir pra cá. Não fiquei tão mal, pois já tinha minhas dúvidas, mas isso não deixa menos doloroso.

-Tenho certeza que esse babaca algum dia vai voltar, porque obviamente, não encontrará outra igual você. –Ele sorri, o que me faz ficar tímida. O efeito que esse garoto causou em mim em dois dias, é sem explicação. Eu sorrio de volta, assentindo.

-Não acho que deva voltar, e caso volte, eu não estarei aqui para recebê-lo. Ele não pode simplesmente quebrar meu coração e depois voltar como se nada tivesse acontecido. Não existem garantias ou promessas que durem para sempre, assim como a dele não durou.

-Eu sei que dói quando você ama alguém e essa pessoa não é capaz de te amar de volta. Mas ele que não é capaz. A culpa não é sua, não se culpe por um amor que não nasceu para ser seu. – Ele passou a mão em meu rosto tirando o pouco de cabelo que se atrapalhou com vento, e colocou atrás da minha orelha. Sua mão é macia e ele tem um cheiro tão bom, que se eu pudesse, passaria o dia todo ao seu lado.

-Vamos mudar de assunto, não gosto de falar de passado.- Ele assentiu e então sorriu.
Ficamos admirando o pôr do sol e o mar, como as ondas se encontravam e logo depois se desfaziam. Ele sorriu olhando em meus olhos, escorando seu braço por volta do meu pescoço, que então me ajeitei colocando minha cabeça em seu ombro. Pude sentir sua respiração calma, e o seu cheiro que estava me deixando louca. Será que, quando ele se olha no espelho não se apaixona por sí mesmo?
O celular de Dylan toca recebendo uma mensagem, ele o tira do bolso, e logo o coloca novamente.

-Meu bem, eu tenho que ir resolver negócios importantes. Amanhã dou um jeito de te ver. Posso te deixar em casa? -Nunca me perguntei se ele era solteiro ou tinha uma vida dura.  Não sei se são negócios de trabalho ou negócios relacionados a outra mulher. Não tem o porque de me preocupar já que não temos e nem teríamos nada. Apenas assenti. Ele se levantou entendendo a mão para me ajudar. Caminhamos até o carro, ele destravou e então entramos. Dylan deu partida até minha casa e confesso que fiquei surpresa por lembrar aonde moro.

Depois de alguns minutos, chegamos. Ele estaciona e sai do carro. Ele não deveria se preocupar em abrir a porta e sim ir para o tal negócio importante.
Ele deu a volta e abriu a porta do passageiro esperando que eu saísse. Me levantei e logo ele fechou a porta atrás de mim. Ele me puxou, me abraçando.
Não esperava por aquilo, fiquei sem jeito. Eu o abracei de volta, sentindo aquele cheiro maravilhoso e tocando aquela pele macia.

-Obrigado pelo dia, baby. Não poderia ter companhia melhor. -Uma onda de calor invadiu meu corpo, que me fez querer larga-lo nunca mais.

-Eu que agradeço, por ter me dado um pouco de seu tempo. -Solto uma risadinha, ele ri junto. Me afasto um pouco dele, que coloca a sua mão em minha cintura. Aproxima seu rosto do meu, coloquei minha mão em seu peitoral que me fez sentir cada batida de seu coração.

Seus lábios se encaixam ao meu, e por pouco sua língua encontra com a minha. Coloco minha mão em seu maxilar, passando minhas unhas de leve até sua nuca. Ele para o beijo com selinhos e aproxima sua boca perto do meu ouvido.

-Até amanhã, Hope. - Olho para ele que não tira os olhos de mim, e sorri. Entra no carro, e da partida até o local que está a sua espera. Fico olhando para a porta do meu prédio, me recordando dos segundos atrás. De cada toque, do seu cheiro, e claro, do seu beijo.

Sorrio e por nada consigo tirar esse sorriso do rosto. Passo pela porta indo direto para o elevador, pensando no dia de amanhã e a irmã doida que me aguarda em casa.

New beginning, big love.Onde histórias criam vida. Descubra agora