Ouçam essa música lendo esse capítulo.-----------------------------------------------
HOPE ON
HORAS DEPOIS.
-Olhe para mim, fique acordada, por favor. –disse eu, segurando em sua mão, deixando uma lágrima cair em seu rosto ensanguentado.
-Hope... está doendo.
-Eu sei que sim, mas você precisa ser forte. Eu estou aqui. –entrelaço nossos dedos, colocando meus cotovelos apoiados descansando na maca, enquanto eu observava seu rosto pálido e o seus olhos cheios d'água.
Percebi que estava tentando falar algo. Levantei-me do pequeno banco me inclinando para ouvir pelo menos uma palavra do que estava tentando me dizer.
-Não faça força, guarde-as, irá precisará mais tarde. –diz o médico com uma seringa em sua mão, colocando sua mão no braço em que eu segurava.
Eu pensei que nada poderia ser pior do que ver a pessoa que eu mais amo, deitada em uma maca, com uma ferida aberta no peito. Os seus batimentos estavam ficando fracos, meu coração parou por um segundo ao ouvir o monitor cardíaco. Uma mão segurou minha cintura enquanto eu tentava abraça-la, com todas as minhas forças. Com os meus olhos embaçados, observo rasgarem sua blusa nova, pude ver seu corpo machucado, colocando o desfibrilador as presas. Uma, duas e por fim, três vezes.
-Não me deixe.
UMA HORA ANTES
Às vezes a saudade é tão grande que nem é mais um sentimento. A gente é saudade. É viver para encontrar o olhar da pessoa em cada improvável esquina, confundir cabelos, bocas e perfumes, sorrir com os lábios tendo o coração sufocado. Porque mesmo a saudade sendo feita para doer, às vezes percebemos que ela é o meio mais eficaz de enxergar o quanto amamos alguém, no passado ou no presente. Mesmo com todos os erros do passado, eu senti saudade todo esse tempo. Agora, olhando em seus olhos azuis brilhantes, eu pude confirmar que, mesmo com todo esse tempo perdido longe um do outro, era ao lado dele que eu deveria estar. Mesmo como amigos.
-E você e o seu novo...alguém? –ele pausou suas palavras, sem jeito.
-Ah...ele é uma ótima pessoa, Dylan.- ele abaixou a cabeça, me deu uma tremenda vontade abraça-lo. Eu senti falta disso. Dele. Era tão gostoso sentir meu coração acelerar dessa forma, sentir quando ele me beijava, quando ele me abraçava, quando ele me fazia carinho e me olhar nos olhos. Infelizmente a metade disso, ele não poderá fazer. Não mais. Ele queria que eu falasse do William, mas tudo o que queria sair de minha boca, era características do Dylan.
-Que bom que ele está te fazendo feliz, Hope. Talvez algum dia eu posso conhece-lo.
-Conhecê-lo? –deixei o som de minha voz soar espantada, merda.
-Sim, agradecer por ter cuidado de você enquanto eu não pude. –Seus olhos novamente encontraram o chão e um aperto em meu peito se tornou mais forte a cada batimento do meu coração.
Olhei em volta, todas as pessoas na praça e na calçada a frente.
-Por que não damos uma volta? –peguei em seu queixo fazendo com o que olhasse para mim, erguendo sua cabeça.
-Tudo bem. Aonde gosta de ir?
-Tem um lugar lindo na praia, gostaria de lhe mostrar. -Esbocei um sorriso ao me lembrar do som do mar, e ao cavar em minhas memórias a primeira vez que nós dois fomos a praia.
Dylan se levantou dando um pequeno sorriso, fazendo sinal com a cabeça para que eu o acompanhasse. Em passos curtos, caminhei até o seu carro. O vi dando a volta, abrindo a porta do passageiro para que eu entrasse. Sorri com meus pensamentos, ele continua o mesmo. Jeito doce.
Entrei no carro assentindo agradecendo. Coloco o cinto de segurança, vendo-o fechar a porta e dar a volta novamente em volta do carro, para entrar. Ele gira a chave ligando o carro, seu dedo desliza para o GPS.
-Qual a localização? –olhei para ele que estava com seus olhos vidrados em mim. Sorri sem mostrar o dentes, direcionando o meu olhar para o GPS. O peguei e com calma, coloquei a localização, ajeitando em seu carro em um modo para que ele veja sem dificuldade.
Ele passou a marcha ligando o carro, desviei meu olhar para a janela a fora. O silencio tomou conta do ambiente até Dylan ligar o som.
-Aaah, amo essa música. –Abaixei o vidro do carro, sentindo a brisa morna em meu rosto. Fechei meus olhos por um momento, ouvindo Dylan aumentar o som. Balancei meus pés sentindo o ritmo da música. Cantei um trecho da música, pensando em sua tradução.
-Eu me esqueci como você canta bem. –Abri meus olhos ouvindo sua risada, o que me fez rir também. Ouço o meu celular tocar em minha bolsa. Ergo minha mão colocando meu dedo no som do carro, abaixando o volume. Com a bolsa em meu colo, abro-a retirando meu celular.
Uma ligação perdida de Kerry.
-Merda! –Apertei em sua chamada fazendo discar para seu telefone.
-O que? –Dylan me olha confuso, arqueando sua sobrancelha.
-A Kerry. –Como pude esquecer dela? Ela irá me matar!
Tirei o celular do meu ouvido assim que caiu em caixa postal. Olhei para o celular alguns segundos, até ver seu nome aparecer em minha tela novamente.
-Poxa Kerry, me desculpe. Eu me esqueci completamente.
-Quem fala é Hope? – A voz de um homem penetrou meus ouvidos. O que aquele homem estava fazendo o celular de Kerry?
-Sim. Esse celular é da minha irmã. Cadê ela?
-Aqui é o policial Ethan. Ouve um acidente aqui na Av.Principal, três quarteirões da praça. Sua irmã infelizmente se envolveu-se no acidente e neste instante, está sendo socorrida.

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New beginning, big love.
RomancePor dois anos, Hope Schwartz vivenciou um amor ilusório longe de sua família. Kerry Griffith, sua irmã adotiva, a chamou de volta para casa. Hope pegou o primeiro avião de volta para Chicago, mas estava tudo diferente. Em uma noite festeira, conhece...