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Acordei com um sentimento ruim. Uma angustia em meu peito. Coloquei minha roupa para correr, e caminhei até a sala. Encontro Kerry sentada no sofá, com as pernas esticadas, simplesmente jogada ao lado de um arranjo gigante com flores vermelhas, simplesmente maravilhosas.
Direciono-me para frente do arranjo, percebendo Kerry me seguir com olhos. Pego em uma rosa, passando o dedo levemente por sua pétala sentindo sua textura macia.
-São lindas... Scott tem um bom gosto. –Inclino-me aproximando meu nariz do arranjo, respirando fundo sentindo seu perfume natural.
-Ah não são para mim. –diz sorrindo, me entregando um cartão.
Você é como aquelas músicas que a gente fica anos sem escutar, mas quando toca, sabemos a letra toda de cor.
Você é como essas rosas, com perfume natural. Mesmo com todas as tristezas e dificuldades, você nunca perde sua essência.
William todo esse tempo nesses 7 meses, foi quem mais cuidou de mim. Confortou-me. Eu quem devia agradecer por tudo o que ele fez e o que continua fazendo.
-Então... você vai aonde? –diz ela com os olhos vidrados em mim.
-Caminhar. –suas pupilas estão dilatadas, eu conhecia aquele olhar, que que a leve junto, como sempre.
-Vem comigo? –Kerry sorriu, se levantando. Sentei-me no sofá, deitando minha cabeça em sua almofada, enquanto ela se preparava. Olhei para a cortina, que está totalmente fechada. Levantei-me colocando o cartão na mesinha e caminho até a cortina, abrindo-a. O céu está um azul com rosa, um pouco de amarelo. Está totalmente perfeito. Coloquei meus braços na quina da janela, escorando-me. Olho para cima, sentindo o vento fresco da manhã batendo em meu rosto. Em alguns minutos de silêncio, fechei meus olhos, sentindo cada parte do meu corpo torcer. Nada explica a sensação que estou. Depois de alguns minutos, décadas. Kerry apareceu logo atrás de mim.
-Tem alguém fazendo comida? Pizza? –diz colocando seu Mp3 preso em sua blusa.
-Não por...?
-Você está com olhos fechados na quina da janela. Não está apreciando alguma coisa? Uma pizza? –comecei a rir. Não consigo imaginar como cabe tanta comida em uma pessoa só. Em um estômago só.
Fechamos a casa e nos direcionamos a porta saindo por ela, coloco meu fone de ouvido mesmo não tocando nenhuma música. Descemos pelo elevador e passamos pela portaria. A praia fica um quarteirão daqui. Kerry parou ao meu lado, mudando sua música no Mp3. Segui seus passos, colocando uma música qualquer. Demos impulso e começamos a correr, devagar.
Sem ao menos perceber, senti aquela leve angústia se formar em meu peito novamente. Não é ansiedade. Não sei o que é.
Chegamos a praia e continuamos correndo. Os olhos de Kerry se encontra no chão, vendo cada passo. Olhei para os lados, encarando o mar, suas ondas e a areia.
Por reflexo, vi que Kerry encarava-me. Olhei para ela, que parou sem folego, se inclinando, colocando a mão em seus joelhos.
-Ei, você está bem? –coloquei uma de minhas mãos em suas costas, a observando.
-Você está? Corremos sem parar. –Olhei para o relógio digital em meu pulso. Não percebi que tinha passado tão rápido. Não havia percebido. Não estou sentindo dor e sim uma dor em meu peito. O celular de Kerry toca, ela atende ainda inclinada.
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New beginning, big love.
RomantizmPor dois anos, Hope Schwartz vivenciou um amor ilusório longe de sua família. Kerry Griffith, sua irmã adotiva, a chamou de volta para casa. Hope pegou o primeiro avião de volta para Chicago, mas estava tudo diferente. Em uma noite festeira, conhece...