Accident

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Apresentei-a família. Com um pé para trás, desejando a levar comigo, para bem longe daquele salão.

Noah lançava-me olhares preocupados, o que me deixava mais nervoso ainda. Os pés de Hope, começam a doer, por ficar um bom tempo em pé com seu salto alto. Levei-a em uma mesa, onde Alexia permanecia.

Alexia fazia muitas perguntas, mas Hope, não se incomodou de respondê-las, o que me deixou aliviado. Sinto uma mão passar em meu ombro, Hope me olhou sem entender. Um beijo foi depositado em meu pescoço e aquele cheiro, eu sabia de quem era.

-Callie! -Hope, permaneceu calada, apreciando a comida.

-Oi amor, quanto tempo. –Odiava quando me chamava assim, principalmente depois quando acabei tudo que tínhamos, embora ela não tenha aceitado muito bem.

Levantei-me deixando Hope com Alexia, indo para o centro do salão, Alexia me acompanhou, e o que mais queria é deixa-la longe.

-Ei gatinho, não gostou de me ver? – ela me pergunta, segurando meus braços o acariciando.

-Acho que não, Callie. –Soltei um sorrisinho, percebi Hope me encarando. Sai de sua vista, não quero que me veja com Callie, e nem que Callie a perturbe.

-Você não sente saudade dos velhos tempos? –parei em um corredor onde não havia tantas pessoas.

-Não, estou melhor agora. –falei cuspindo minhas palavras, sinceras.

-Eu sinto sabia? Acordar toda manhã ao seu lado, gatinho. –ela passa a mão pelo meu peitoral, brincando com os botões de minha camisa.

-Que pena, não? –segurei suas mãos a tirando de mim.

-Pena? – Callie sorriu, o que me deixou irritado. Puxou-me pela gola da camisa, dando-me um beijo. Eu já iria pega-la pelos braços e tira-la daquele local.

-Dylan? – Vejo Hope, afastei de Callie, que não tirava o sorriso irônico de seu rosto. A vejo correr.

-Merda Callie, fique longe de mim. –Sai correndo atrás de Hope, percebendo os olhares de quem se encontrava em minha volta. Antes que entrasse onde os convidados se permaneciam, consegui alcança-la.

Eu a segurei pela cintura, para que parasse de correr, mas ela começou a se debater para que eu soltasse. Gritou que não queria me ver nunca mais, que agora é que ela tinha visto quem eu sou de verdade. Mas isso não foi culpa minha, tentei deixar Callie longe de mim. Ela precisa saber que eu nunca pensei que Callie fosse fazer aquilo!

Então eu vi lágrimas se formando em seus olhos, e, no mesmo instante, ela se virou e saiu correndo. Eu fiquei parado, assistindo a ela passar pela porta do salão, sentindo muita raiva para me mover. Raiva de Callie. Raiva de mim. Raiva do mundo inteiro.

Eu ainda estava no mesmo lugar, digerindo os fatos e pensando se algum dia, ela irá me perdoar. Algum dia ela irá tentar me entender. Quando ouvi gritos do lado de fora e vi pessoas correndo para a portaria. Fui depressa em direção ao tumulto que estava se formando, com um pressentimento muito ruim.

E no momento que pisei fora do salão, fiquei paralisado. Porque, caída no meio da rua, com o seu vestido branco todo ensanguentado e uma perna debaixo da roda de um carro, estava ela. E foi aí que vivenciei a pior dor que já senti. A possibilidade de perder alguém que era o sentido da minha vida.

E de saber que a culpa era toda minha.

New beginning, big love.Onde histórias criam vida. Descubra agora