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Hope on - 3 Meses depois.
Acordei ainda com cansaço. Espreguicei-me na cama, sentindo o arrepio dos pelos em meu corpo. Como é bom me mexer novamente. Eu estou totalmente recuperada, menos o coração.
Sentei-me na cama, olhando para o criado perto de minha cama. Havia um bilhete.
Ei, Você sobreviveu a 100% dos seus piores dias. Você sobreviveu aos traumas, coração partido, desilusões, mágoas, aqueles momentos de "eu não aguento mais", tristezas, todas as diferentes fases da vida e, bem, aqui está você.
Você consegue passar por mais essa, filha.
Mark.
Ele sempre foi protetor e sempre esteve aqui, quando eu mais precisei. Levantei-me ainda com a carta em minha mão, caminhei até o espelho. Encarei meu reflexo por alguns minutos. Eu precisava mudar novamente.
Kerry bateu em minha porta. Direcionei-me a ela, girando a maçaneta abrindo a porta.
-Nosso pai pediu para ficarmos na sala, daqui 30 minutos, porque quer nos entregar os presentes.
-Tudo bem. -ela sorriu e saiu andando até seu quarto. Vou para o banheiro, ligando o boxe, tirando minha roupa e entrando de baixo d'água. Tomo um banho rápido, saio me enrolando na toalha. Abro a porta, indo para meu quarto. Fecho a porta, já tirando minha toalha enrolada em meu corpo e me enxugo. Passo um creme em meu corpo já colocando meu vestido curto brilhante cinzento, um salto alto cinza.
Ligo o babyliss. Direciono-me para a frente do espelho, separando meu cabelo em mexas. Pego o babyliss já quente, começo a fazer cachinhos nas pontas.
Perdi toda a minha tarde, dormindo. Quero fazer pelo menos, minha noite de natal com a família, valer a pena, e depois com meus amigos, claro. Termino meu cabelo, pegando minha maleta, e começo a me maquiar.
Logo, abro a porta do meu quarto, passando por ela, indo em direção a sala. Meu pai, está sentado em uma poltrona, perto da árvore de natal ao lado da lareira, com a minha mãe sentada em seu colo, rindo de algo engraçado que ele acabou de dizer. Caminhei até eles, vendo Kerry sair pelo seu quarto me acompanhando.
-Feliz natal dorminhoca! -Lisa levantou-se de seu colo, vindo em minha direção envolvendo-me em uma abraço.
-Feliz natal, mãe. -dei um beijo em sua bochecha, agradecendo por estar ali. Ela se soltou se afastando, dando uma olhada em mim, sorrindo. E foi abraçar Kerry.
Mark está com um envelope em uma de suas mãos. Deve ser algo do seu trabalho, mas que diabos ele está com algo de trabalho no natal? Ele se aproximou, abraçando-me mais forte que o normal. Acho que ele queria ter certeza, que eu permanecia viva e que não iria quebrar. Ri de meus pensamentos, ele sorriu por ver um sorriso em meu rosto.
Olhei para a árvore decorada, em minha frente. Prometi a Dylan, que passaria essa data com ele. E a casa que passaríamos, estaria enfeitada com pisca-piscas e meias natalinas. O que me deu vontade de chorar, pois essa promessa foi a única da minha parte, não cumprida.
-Sentem-se meninas. -minha mãe o olhou com uma cara feia.
-Você também meu amor. -ela deu um sorrisinho, e se sentou ao meu lado.
-Bom...Sei que esse ano foi difícil. Passamos por muitas dificuldades que nem imaginaríamos que fossemos passar. Eu, por vez, não me imaginaria em Chicago novamente, mas olha onde estou nesse momento. -ele deu um sorrisinho, olhando para a minha mãe, o que me deu vontade de chorar. O amor dos dois é tão lindo.
-Hope... -ele olhou diretamente para mim, não sei o que iria falar, mas sabia que seria algo que acenderia meu coração. Algo que emocionaria. Pelos meus pensamentos, meus olhos começam a queimarem, enchendo d'água. -Não preciso olhar nos seus olhos para saber que está doendo, que o vazio está te corroendo por dentro, que você se sente sozinha e triste, mesmo tendo tudo. Você acorda todos os dias procurando uma razão para ficar, um fio ao qual possa se agarrar. Esse fio por um bom tempo foi Dylan, apesar de ter te magoado, você continuou pois acreditava no amor que sentia por ele. Quando ele se foi, algo em você também foi embora, junto com ele. A esperança o acompanhou e por isso você achou que sempre ficaria na pior. Mas não vai, ok? Nunca. -Sem que eu percebesse, já estava chorando. Suas palavras, como imaginei, me tocaram. Ele olhou para o envelope que segurava, estendeu sua mão o entregando para mim. Segurei, o encarando alguns segundos, pensando o que teria quando o abrisse. Rasguei a ponta do envelope, tirando uma... passagem.
-Eu, sua mãe e Kerry estamos aqui, se você nos permitir, seremos seu fio, seremos sua razão. Seremos a sua esperança, mesmo de longe. Aqui não é o lugar para você superar, criar nova vida, Hope. Tem lugares melhores e incríveis onde você pode recomeçar. -ele tinha totalmente razão. Eu não posso viver pensando em Dylan. Não posso viver com medo de sair a praças ou boates e encontra-lo. Não posso correr esse risco. Não vou. Levantei-me o abraçando forte, ele sempre tinha as soluções de meus problemas.
-Você irá me deixar sozinha agora? Quem irá me acompanhar nas festinhas e ver seriados comigo? -Kerry fez um biquinho, o que fez todos rirem.
-Que bom, minha filha. Nada está lhe prendendo. Estou feliz por você. Ela se levantou, dando-me um beijo em minha testa, e logo voltou a se sentar, ao lado de Kerry, envolvendo suas mãos na dela. Sentei-me ao seu lado, encarando Mark, passando os dedos sob o envelope rasgado em minhas mãos.
Mark fez um discurso para Kerry assim como fez para minha mãe, o que fez nós duas chorarmos, foi tão... apaixonante. Sentamos no chão, ao lado da árvore, trocando presentes.
-Não vou deixar você ir sozinha, Hope. -Kerry encarava nossos pais, que estão, sentados na poltrona.
-Como assim? Irá enviar um guarda-costas comigo com medo de acontecer algo? -sorri ao ver sua expressão.
-Claro que não sua ridícula. Eu irei com você. Não quero ficar aqui, sozinha não. -Um sorriso de orelha a orelha, cresceu em meu rosto. Pulei em seu colo lhe abraçando agradecendo por participar da mudança comigo.
Logo a soltei, olhando para ela. Passo a mão em um presente, pequeno em baixo na árvore. Tirei seu embrulho, abri uma caixa preta. Há um pingente com a Torre Eiffel dourada, e um bilhete na parte de cima, que o cobria.
Adoro teu olhar azul que me dá uma tremenda vontade de mergulhar. Adoro tua paz de espírito, adoro os anéis que se soltam do teu cabelo preso. Adoro quando você estende um chá quente sem eu pedir e diz: "ó, fiz pra você.". Adoro quando você dorme encolhidinha no sofá com um par de meias emprestado.
Não deixe que façam perder sua essência. Apesar das dores, seja você mesma, sempre! Pois é assim que amamos você.
Feliz natal, princesa
Te amo
Scott.
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New beginning, big love.
RomansaPor dois anos, Hope Schwartz vivenciou um amor ilusório longe de sua família. Kerry Griffith, sua irmã adotiva, a chamou de volta para casa. Hope pegou o primeiro avião de volta para Chicago, mas estava tudo diferente. Em uma noite festeira, conhece...