Accept me back

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Saio do banho, colocando uma blusa básica de alcinha e uma calça moletom. Fiz tudo com muita indolência. Caminhei em direção a sala, passando pelo corredor, olho para os quartos que estão vazios.

Deparei-me com Scott que cochichava para Kerry. Me parecem tensos. Kerry olhou para mim, fazendo um sinal para Scott parar.

-Bom dia maninha. Pensei que iria dormir o dia todo. –Scott coloca as mãos no bolso, olhando para o chão.

-Aconteceu algo que eu deveria saber?

-Não, não aconteceu nada. – as palavras de Kerry saem falhadas, sabia que tinha acontecido algo sim. Embora de Dylan ter aparecido ontem na festa, eu não estou mal. Pelo contrário. Estou melhor em saber que ele está bem.

Não sei como cheguei em casa e o que aconteceu depois, será que tem haver com o modo que agi ontem?

Kerry pegou uma fatia do bolo que tinha comprado, colocando torradas e geleia em cima da mesa, bem na minha frente. Peguei uma faca passando na geleia, mas desejei que fosse o pescoço de um dos dois. Odeio ficar curiosa!!

Preparei minha torrada, levando-a em minha boca dando uma mordida. O interfone toca, a expressão de Kerry é conturbadora e Scott me parece inquieto, indo em direção ver quem era.

-Eu já disse não. –ele grita, com quem estivesse do outro lado do interfone.

-Ei, acalme-se. –falei levantando-me, indo em direção a ele, pegando o interfone na mão.

-Hope, não. – Não o que? Impedir ele de ser grosso com as pessoas? Scott também não deva ser o que pensei que fosse.

-Oi? Desculpe-me a grosseria do meu amigo. Quem é?

-Srta.Schwartz, o amigo de vocês, Dylan, está querendo subir. –Droga!!

-Posso falar com ele? Ouvir a voz dele, por favor.

-O que? Não acredito Hope. –Scott bate a mão na mesa impaciente, sentando-se na sala logo em seguida. Kerry permanece em minha frente, com os olhos vidrados no meu.

-Hope? Deixe-me subir. Eu posso explicar. – ele pausa as palavras suspirando, ele estava tentando conter as lágrimas? –Eu posso explicar tudo!

-Não é um bom momento, Dylan.

-Almoça comigo. Por favor. –suas palavras ficaram em minha mente, fazendo-se um circulo com cada letra. Será que devo aceitar? Eu preciso de explicações e vê-lo mais uma vez.

-Tudo bem...

-Ótimo. Passarei aqui uma da tarde, está bem?

-Sim, irei te aguardar. –Falei, colocando o interfone no lugar. Conti o sorriso, que estava ardendo quase me fazendo mostra-lo.

-Eu não acredito que depois de tudo, você ainda irá escuta-lo. -Scott se levanta, vindo em minha direção.

- Eu mereço explicações, não acha? –Scott permanece calado, Kerry assente concordando comigo.

-Faz o que você achar melhor para você, irei dar uma volta. A noite voltarei. –Ele caminhou até a porta, saindo pela mesma a batendo.

-Não liga para ele. Ele não sabe o que faz e nem o que diz. –Kerry sorri, apontando para a mesa. –Venha, termine seu café.

Não tenho palavras para descrevê-la. Mesmo nas piores das hipóteses, está ao meu lado. Sou eternamente grata por tê-la em minha vida.

-Sairemos juntas, irei almoçar com meu docinho. –ela revira os olhos, debochando do que acabou de dizer.

-Ótimo. Conte-me mais do seu docinho, o que vem acontecido? –falei com esperança de não ser tanta novidade. Ela passaria o dia todo falando.

Horas depois

Visto um vestido no crepe com fendas rosa claro. Saio de frente do espelho que está no banheiro ajeitando meu cabelo. Calço uma sandália branca com dourado. Encontro Kerry saindo de seu quarto, com um macaquinho na viscose com guippir manga flare, que acho absolutamente perfeito.

-Você está deslumbrante! –ela me segura pelos braços, analisando-me de cima para baixo. Sorrio pela sua expressão.

-Você também está deslumbrante, maninha. –Sorrio, ouço o interfone tocar. Meu coração dispara como se fosse uma metralhadora.

Kerry percebe meu nervosismo, e anda até o interfone indo pega-lo.

-Sim, sim. Estamos descendo. Obrigada.

São as únicas palavras que sai de sua boca, o que me faz entrar em desespero. Dylan sempre me causa arrepios e embrulhos na barriga de ansiedade e felicidade. Mas vê-lo agora irá ser diferente, a última lembrança que tenho dele, é se sentando no gramado com lágrimas no rosto. Ele é um anjo, não merece chorar, embora tenha me deixado sem muitas explicações e não ter me dado notícias.

Kerry me tira do transe, esticando minha bolsa, ajeitando a dela colocando a alça em seu ombro. Pego minha bolsa, caminhando até a porta. Kerry tranca a casa, e então fomos até o elevador.

-Olha fica calma. Não liga para o que o Scott falou esses dias, ok? Tenho certeza que ele tem uma explicação descente. –ela fala tentando me acalmar, colocando a mão em minhas costas. Assenti agradecendo, eu gostaria de ter gritado sem parar, para me acalmar. Mas sei que se caso eu fizesse isso algum dia, achariam que eu sou louca.

A porta do elevador se abriu, me deparo com o Dylan olhando para mim. Saio do elevador em passos pequenos, tentando não cair. Minhas pernas estão tão bambas, odeio ficar nervosa!

Ele caminha até mim, puxando-me pela cintura envolvendo-me em um abraço forte. Seu cheiro continua o mesmo, gostoso e ameno.

-Vamos?ele se afasta um pouco, sem tirar as mãos de minha cintura, olhando-me.

-Vamos. –ele me olha como se quisesse pegar minha mão. Todas as vezes que saímos, estávamos com nossas mãos juntas. Seria estranho, até para mim. Gostaria tanto de sentir seu toque, sua pele macia. Eu não quero que essa seja a última vez de vê-lo.

Estiquei minha mão, mostrando estar tudo bem. Será que está escrito em minha testa ESTÚPIDA? Ele sorriu, um pouco aliviado, entrelaçando nosso dedos, levando minha mão até sua boca, depositando um beijo.

Caminhamos até o carro e nos ajeitamos, ele deu arrancada até sua casa.

Minutos depois

Passei pela porta de seu apartamento, me recordando da primeira vez que estive aqui, o quão extraordinário foi.

Amalie, uma de suas empregas veio nos receber, pegando minha bolsa, a pendurando.

-Poderei colocar o almoço, Sr.Marshall?

-Está com fome, ou quer esperar alguns minutos para comer? –ele se direciona a mim, não sei o que dizer. Era para eu estar faminta, como sempre. Minha barriga estava tão embrulhada que não soube dizer.

-Obrigada, Amalie. Daqui alguns minutos vamos. –Dei um sorrisinho, ela assentiu e voltou para suas tarefas. Dylan colocou sua mão em minhas costas, direcionando-me até a sala.

Eu me sentei, ele pegou seu banco o colocando em minha frente, se sentando. Ele segura minha mão a acariciando e brincando com meu dedo.

-Olha... me perdoe, por tudo.

-Eu não posso lhe perdoar se não me explicar o que aconteceu. O que vem acontecendo...

-Não sei se me entenderia...

-Eu irei tentar, prometo. –digo, vendo seus olhos brilharem.

-Eu soube o que o Ollie fez com você. –ele pausou suas palavras se levantando, parando ao lado de uma estante, olhando para mim. –Eu não pude aceitar.

-O que você fez? –aquilo me assustou. Ollie depois daquele dia, não me procurou. O que Dylan havia feito?

New beginning, big love.Onde histórias criam vida. Descubra agora