Abracei-a tentando aliviar sua culpa de tê-lo trazido para cá. Ela passou seus braços pela minha cintura, colocando suas mãos em minhas costas. Ouço seu celular apitar, ela se afasta um pouco, colocando a mão em seu bolso para pegar seu celular. Ela o desbloqueia, lendo algo que fechou sua expressão amigável.
-Olha, Hope. Irei manda-lo embora. –ela disse se exaltando, brigando com o celular, será que travou?
-Como assim embora? –ergo minha cabeça, fixando meus olhos em seu celular tentando saber o que está acontecendo. Ela não pode contar-me pelo menos uma coisa, uma vez na vida?
-Não quero ele atrapalhando sua vida, irmã. Principalmente agora que você estava indo tão bem. –Seus dedos param de lutar contra a tela de seu celular travado.
-Espera. –digo eu, colocando minha mão em cima da mão de Kerry, abaixando-a. –Ele me magoou. E o problema disso tudo, é que eu o magoei também.
-Hope, não se culpe. –Kerry faz uma expressão triste, tentando me compreender.
-Por algum motivo eu o magoei. A culpa é de nós dois, não quero jogar toda a culpa nele. –ela assentiu; abaixando o celular, para que eu veja sua conversa.
-O que eu devo falar? –fechei meus olhos, sentindo cada parte do meu corpo que Dylan tocou, se arrepiar. Pensando em cada momento juntos e como me senti vazia todo esse tempo. Talvez ele poderia ocupar esse lugar dentro do meu peito novamente, mas não como antes, claro.
Peguei o celular da mão de Kerry, que a assustou fazendo-a me olhar apavorada. Ela está achando que esse celular é o que? Uma arma? Ri baixinho com meus pensamentos.
-Eu não poderia fazer pouco caso sabendo que está na mesma cidade que eu. Eu sei que você me magoou mais que qualquer outra pessoa, porém você fez valer a pena, cada segundo, cada momento. Eu também não irei te culpar, pois sei que errei tanto quanto você. Mas agora, estou com outra pessoa, não há nada que eu possa fazer esse momento. Você voltou tarde demais.
Hope.
Apertei em enviar. Fiquei paralisada, olhando aquela mensagem no celular em minha mão, revisando cada palavra em minha mente. Eu não espero uma resposta e nem que ele veja. Meus pensamentos são interrompidos com a batida na porta do quarto. Kerry se levantou da cama, indo em direção a porta para abri-la. A voz de William penetra cada canto daquele quarto.
-Está tarde querida, irei voltar para casa. –escuto seus passos vindo em minha direção.
-Você não tem que ir. –Bloqueio o celular, colocando-o no bolso do jeans. Levanto minha cabeça, encontrando meu olhar com o dele.
-Eu sei, mas preciso. Tenho muita coisa para fazer, você sabe. –Assenti. Ele sempre é ocupado demais mas também não poderia culpa-lo. A culpa não é dele.
Levantei-me apoiando em seu braço, ele deslizou sua mão até a minha a entrelaçando. Seu toque é firme, o que me faz sentir segura. Caminho passando pela porta do quarto de Kerry, o acompanhando até a porta principal.
-Hope... –ele diz, quebrando o silêncio que havia permanecido até então. –Você sabe que qualquer coisa, pode contar comigo, não sabe? –chego até a porta, paro por um instante. Aproximo-me de William, envolvendo meus braços por volta de sua nuca, lhe puxando para um abraço, apertado.
-Eu sei, obrigada por tudo. –Ele se afasta para me olhar, depositando um beijo em minha testa, o que me faz sorrir também. Abro a porta, e vejo-o passar dela, logo a fecho.
Ouço o celular de Kerry apitar em meu bolso, o pego e o desbloqueio.
-Hope, se você estiver lendo isso, saiba que eu não estou conseguindo nem um minuto se quer te esquecer. Não consegui desde o dia que sai daquele quarto. E saiba que vou sempre amar você e sempre estar aqui, seja como amigo ou qualquer outra coisa.
Dylan.
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New beginning, big love.
RomansaPor dois anos, Hope Schwartz vivenciou um amor ilusório longe de sua família. Kerry Griffith, sua irmã adotiva, a chamou de volta para casa. Hope pegou o primeiro avião de volta para Chicago, mas estava tudo diferente. Em uma noite festeira, conhece...