Capítulo 24

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A bicicleta de Jake ganha praticamente a velocidade do vento enquanto Jules tenta o alcançar. Ele está ganhando a corrida e por mais que ela se esforce em pedalar mais rápido, ele ainda é atleta, consegue correr por 90 minutos de jogo. E sem contar que a força de Jake está fazendo com ela fique com dor na musculatura das pernas! Irá acordar amanhã com as panturrilhas dolorida.

O pior nem era a dor, mas com a velocidade que eles passando pelas ruas, as péssimas habilidades de Jules em conduzir a bicicleta em alta velocidade, pode provocar um acidente em qualquer um que se meter na sua frente.

— Jake, pelo amor de Deus! — ela exclama, já ficando ofegante.

— Vamos, pedala garota!

— Eu tô ficando cansada. E isso tá muito rápido!

— Você não viu nada —ele vira-se para trás enquanto pedala.

— Sério, tu ganhou! — Jules aperta o freio, fazendo a bicicleta diminuir a velocidade.

— Ah, tava tão legal... — Jake diminui a velocidade.

Os dois param em frente ao jardim botânico de Paris que está bem florido pela primavera. As flores combinam tanto com a capital que ela não nega ser uma cidade para romantismo, até mesmo Jules que não é lá das maiores românticas se pega pensando nisso.

Jake desce da bicicleta e a estende a mão a ajudando a descer. Ambos começam a caminhar em direção ao jardim botânico, carregando as bicicletas com passos tranquilos depois de apostarem uma corrida. O sol de final de tarde est[a com as nuvens rosadas e quase dando adeus aos moradores e visitantes. Apesar de estarem em um dos horários mais movimentados da capital, ainda é um dos únicos momentos em que conseguem estar juntos.

Jake está em meio a temporada de Champions League e Jules retornando às suas aulas após as férias de primavera. Agora, com o currículo em dia e se adaptando ao calendário francês, ela tem se dedicado em treinar o francês nas horas livres, mas também para estar com os amigos. Então, quando Jake descobriu que ela estava ociosa em pleno sábado, insistiu para que fizessem um passeio de bicicleta, já que havia muito tempo que ele não fazia programas normais com os amigos. Jules resistiu um pouquinho, porque apesar de amar a sua companhia, ela tem a impressão de que ele manipula os seus sentimentos.

Depois da conversa que teve durante o acampamento com Nathalia, ela se pegou pensando durante semanas e até meses nos sintomas do amor. Embora Jules não pensa que o que ela sinta seja amor, de uma coisa tem certeza. Jake desperta sentimentos que ela jamais sentiu. Durante a noite, ela se pega pensando como seria o gosto do seu beijo, no seu cheiro viciante, o abraço, toque e isso faz com que ela se transporte totalmente até mesmo nos períodos de aula, como se estivesse na terra do paraíso.

— O que acha da gente tomar um sorvete? — Jake vira-se para ela, a fazendo despertar dos seus devaneios.

— Ah, sim... claro — ele responde, cobrindo o próprio corpo com os braços pela brisa do entardecer.

— Eu gosto de chocolate. E você? — ele pergunta, parando em frente ao vendedor.

— Napolitano.

Jake pega os dois sorvetes de casquinha e alcança o de Jules. A seguir, encostam as bicicletas em uma árvore e sentam na grama observando o chafariz.

— Então, já viu o seu pai? — Jake pergunta.

— Não desde que ele pediu a Barbie do mal em casamento. Na verdade, não quero falar com ele... — Jules morde o sorvete.

Jake sorri, tentando encontrar palavras.

— Jules...

— Não! — ela o interrompe. — Eu não quero falar sobre ele.

Duplamente Inesperado 2Onde histórias criam vida. Descubra agora