Capítulo 43

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Tomar decisões nos últimos dias tem sido algo desafiador. Guilherme já não consegue pensar em mais nada a não ser Bibi. É como se ele precisasse desesperadamente de um anjo. Ela era um anjo. Que o tirou da escuridão, que fez enxergar a luz no fim do túnel, mexer com seus sentimentos de uma forma arrebatadora e se apaixonar novamente pela mesma mulher. Quando iria imaginar que o destino iria os colocar na mesma estrada novamente?

Há quinze anos, quando ambos haviam rompido o namoro, parecia que seria o seu fim. Ele nunca havia sofrido tanto por um amor quanto havia sido com Bibi. Achava que nunca mais seria feliz e que nunca se recuperaria do que aconteceu. Eles eram jovens e os tempos eram difíceis. Foi um período de conturbado para ambos, ele sabe disso. Mas se tem uma coisa que aprendeu com a vida é que o sol e o céu azul só vêm depois da chuva, ele apenas teria que permanecer inabalável durante a tempestade.

Dois dias já se passaram desde que haviam se visto pela última vez. E depois de tudo que vem acontecendo entre eles nos últimos dois meses, Guilherme não só tem a certeza de que ela é mulher da sua vida, como garante, sempre havia sido Bibi. Ele já deixou ir embora uma vez, não quer a perder pela segunda vez, não pode desperdiçar a segunda chance que está tendo para ter de volta a mulher que sempre haveria de ser sua. Independentemente do que acontecer, as coisas nunca mais serão a mesma entre eles e também já não sabe se conseguirá lidar com um amor sufocado no peito.

Ele pega as chaves do carro e começa a dirigir pelas ruas de Paris, suando frio, esperançoso, com os batimentos acelerados e um tanto nervoso. Pelo horário, Bibi não deve estar em casa, ele olha para o relógio de pulso e vê que ela está saindo neste momento da WM. Isso o alivia um pouco, pois assim terá mais tempo para pensar nas suas palavras e se expressar corretamente.

Guilherme estaciona o Jaguar no outro lado da rua e um pouco antes da sua casa para ter boa vista do instante em que Bibi chegará. Ele bate com os dedos no volante, pensando em como dizer a ela que a ama e a quer novamente. O que será que ela pensaria? Ela também confessaria seus sentimentos e dizer que a também a ama, que o quer na sua vida assim como também a quer?

Se aproximando da sua casa, Bibi estaciona o carro em frente ao portão e desce do veículo carregando nas mãos a bolsa e algumas pastas. Guilherme se agita quando enfim a vê e retira o cinto para ir até ela, ele está quase abrindo a porta do Jaguar quando identifica uma silhueta familiar fazendo uma corrida matinal na mesma direção de Bibi.

Ettiénne?

Ela está prestes a abrir o portão quando Ettiénne se aproxima dela.

— Bibi...

Ela vira-se na direção da voz.

— Ettiénne! Quanto tempo... — ela sorri, se aproximando dele e para lhe dar beijinhos.

— Pois é. E você está cada vez mais linda — Ettiénne elogia, a observando.

— Ah, obrigada. Que saudade sua — Bibi diz.

—Então, eu dei uma sumida porque tenho estado fazendo fisioterapia desde que lesionei o joelho no meu último jogo e aproveitei esse tempo que estou afastado para tirar umas férias em Cannes. Mas, quero muito que a gente tenha aqueles de novo — Ettiénne abre um sorriso.

— Eu iria adorar — ela retribui.

Dentro do carro, Guilherme sente-se como se tivesse levado uma facada no peite. Ele não consegue escutar nada do que eles conversam, mas não precisa escutar para reconhecer o sorriso de Bibi. Ela só sorri assim quando está apaixonada, a maneira de como ela olha para Ettiénne é a mesma maneira de como ela olhava para ele quando namoravam. Ele deveria saber que já havia outro homem na sua vida, que seu coração já não pertencia mais a ele há muito tempo, por isso ela resistia tanto para se entregar a ele.

Duplamente Inesperado 2Onde histórias criam vida. Descubra agora