Capítulo 40

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Se tinha um programa que Bibi e Guilherme faziam quando eram adolescentes, era ir as baladas. Sair para dançar na sexta-feira e se divertir foi algo que marcou ambos durante os anos 90, repetir essa dose é relembrar algo que há quase vinte anos não faziam. Claro que eles já não eram adolescentes e talvez Bibi nem frequentasse as casas noturnas como quando tinha 15 anos, mas Guilherme sente falta de a fazer dançar e se divertir como eram adolescentes. Por isso, ele a convidou para um programa diferente do que eles vêm fazendo nos últimos dois encontros.

Enquanto a espera dentro do Jaguar preto, ele é tomado por memórias que retornam como flashbacks. Ambos jovens, apaixonados, felizes e desimpedidos. Naquela época viviam como se não existisse hora, compromisso ou amanhã. Naquela época o amor estava onde eles estavam. E talvez seja isso o que Guilherme busca resgatar. Sabe que uma força maior do que ele o motiva a estar perto dela e não consegue controlar os seus impulsos, reconhece que sente falta do amor que foi perdido.

Bibi abre a porta da sua residência vestindo um cropped rosa bebê, saia branca de pregas e saltos nude. Ela não se cansa de o surpreender. Apesar de estarem mais próximos do que nunca e Guilherme se acostumando pouco a pouco com a mulher divina que está de volta na sua vida, a beleza dela era algo fascinante, Bibi havia se tornado uma mulher mais linda do que havia imaginado.

Ela abre a porta do carro e abre um sorriso sedutor, seus lábios irradiando um batom vermelho e maças do rosto coradas. Guilherme olha para os seus lábios, que tentadoramente são uma perdição, ele controla-se para não apressar as coisas e estragar a noite.

Guilherme sempre foi um homem charmoso, mas parece que esta noite ele está — irresistível. Ela não sabe se é o seu sorriso, as ruguinhas ao redor dos olhos, seus cabelos rebeldes ou o par de olhos verdes. Ele está muito elegante com um conjunto social cor azul que acompanha uma gravata da mesma cor, camisa branca e... Bibi olha para os seus pés e abre um sorriso imenso.

Tênis branco.

Ele sabe ser estiloso!

— Gui, tu tá muito lindo — ela elogia, irradiando um sorriso de satisfação.

— Eu? Puxa... me sinto sem graça perto de ti — Guilherme passa a mão na nuca, olhando para si. — Também tá muito bonita.

— Obrigada — Bibi se inclina para beijar a sua bochecha. — Tudo bem?

— Eu tô ótimo. E tu?

— Eu tô ansiosa pra saber onde vai me levar — ela passa o cinto de segurança, enquanto Guilherme liga o veículo.

— Em um lugar que tu vai amar.

— Tá me deixando super curiosa, sabia? — Bibi vira-se para ele.

— Aguarde. E verá...

Durante o percurso, eles conversam sobre os planos e afazeres que tem durante a semana. E presumindo que Jules deve estar se divertindo, afinal, ela está na Disney, sempre quis conhecer aquele paraíso.

No instante que o carro estaciona em frente de um edifício vidrado, Bibi olha vendo que se trata de um estúdio de dança. Há alguns casais que se preparam para uma possível aula, fazendo um alongamento e parecendo se divertir. Ela então vira-se na direção de Guilherme que sorri, olhando para ela.

— Me trouxe pra dançar?

— Bem... eu achei que seria mais apropriado do que uma balada cheia de gente bêbeda, excitada e cheirando a vômito.

— Tá brincando? Eu amei! — Bibi realmente parece animada.

— Eu estava sentindo falta de dançar quando éramos adolescentes — Guilherme sorri, com a lembrança.

Duplamente Inesperado 2Onde histórias criam vida. Descubra agora