30 days of pleasure

You're the one!

Christian...

Os olhos de Anastasia se arregalam e seus joelhos tremem, acionando todos os meus botões. Corro até ela e envolvo seu corpo ou meu, no meu abraço apaixonado e protetor. Anastasia esfrega o nariz no meu peito e funga, me deixando ainda pior do que já estava.

Nosso dia não poderia ter começado melhor. Tudo estava finalmente entrando nos trilhos e eu realmente começava ver um futuro para nós dois, mas eu esqueci que a minha vida é uma merda e que sempre tem um filho da puta para atrapalhar a minha felicidade ao lado dela.

Parece carma, não tem outras explicação.

É como se nós não tivéssemos nascido para vivermos juntos, mesmo que todas as pessoas que nos cercam digam exatamente o contrário. Eu fui idiota uma vez, mas tive a minha segunda oportunidade que está indo melhor do que eu planejei - pelo menos estava até trinta minutos atrás -.

Maldito destino...

Depois de algumas taças de champagne e conversas aleatórias, Anastasia se acomodou na poltrona e mergulhou num sono tranquilo. Devo ter ficado pelo menos uma hora direto só a observando e repetindo para mim o quanto ela é bonita e como ela mexe comigo, em todos os sentidos. Porém o toque estridente do meu celular atrapalhou o momento e senti uma ruga aparecer no meu rosto quando vi no identificador que era um número desconhecido.

Cogitei a possibilidade de não atender, mas as chamadas não paravam e aquilo já estava enchendo a minha paciência, sem falar com tinha o sério risco de que o barulho despertasse Anastasia e ela precisava dormir já que isso não foi muito possível na noite passada.

Passei os dedos pelo seu rosto e me levantei, caminhando até os fundos do avião e socando a tela do celular para aceitar a chamada. Esperei por alguns segundos até a voz do outro lado da linha soar através do alto-falante e bater nos meus tímpanos, fazendo todo o meu corpo se arrepiar.

Aquela voz, o tom debochado e cínico de sempre... e as lembranças da maior merda que eu já fiz na vida me bateram como um caminhão em um poste a duzentos quilômetros por hora. Escutei cada palavra dela e desliguei sem pronunciar nada, só sentido o chão ruir abaixo dos meus pés.

O medo nunca fez parte da minha vida, mas agora eu conhecia a sensação e ela não é bem-vinda. O pavor de perder Anastasia novamente - e não ter volta dessa vez - me deixou ainda mais inquieto. Se o assoalho do avião fosse um tapete eu certamente teria feito um caminho nele. Voltei para a minha poltrona e caí sobre ela, incapaz de olhar para o rosto de Anastasia outra vez.

Ela continuava linda e serena, sorrindo até e eu me senti dez vezes pior. Eu a arrastei para isso, impus a minha vontade e tirei o que restava da sua inocência para jogá-la numa montanha-russa de sentimentos e emoções que ela desconhecia só para realizar um capricho e só agora eu percebo o quão egoísta eu fui.

Feria o inferno fora de mim ser ignorado por ela, mas fere ainda mais olhar para o seu belo rosto e saber que certamente eu vou machucá-la, destruir o seu coração a um ponto que pode ser irreparável e aí sim ela vai me odiar com ímpeto. Se antes ela só me ignorava, depois que ela descobrir vai querer que o próprio diabo suba a terra e me carregue junto com ele.

Mas...

Talvez nem tudo esteja perdido.

Temos as nossas férias para aproveitarmos, dias e mais dias para nos relacionarmos cada vez mais. Eu tenho tempo para provar que eu sou o homem ideal e quando ela perceber isso talvez não queira me matar quando eu contar o que andei aprontando a alguns meses atrás.

Eu sorri ao ver seus lindos olhos me fitando e gargalhei com a sua carinha de sono. Anastasia é linda, ela é tudo para mim e eu não posso deixar isso acabar. Eu vou lutar pelo sentimento que nasceu entre nós dois - mesmo que ainda não tenhamos dito para o outro as três palavrinhas mágicas - mas sei que com o tempo elas virão automaticamente e a cada minuto que nos encontrarmos, assim como beijos e sorrisos de pura alegria.