- Desculpe, mas quem está falando? - Maite perguntou do outro lado da linha, bastante confusa.
- Eu sou Mark Sloan, filho de ...
- Mary Beorlegui Sloan. - Ela completou. - Mas bem dizendo, apenas Mary Beorlegui para mim. - Explicou.
- Eu... Deus, isso é muito estranho, muito novo para mim mas... Eu gostaria de conhecer você, gostaria de...
- Eu sei, eu também, na verdade, gostaria de conhecer você a minha vida toda. - Comentou.
- Você sempre soube de mim? - Perguntou apoiando o rosto na mão, ele havia perdido toda uma vida com sua irmã.
- Sim mas... Eu entenderia se vocês não quisessem me conhecer.
- Se eu soubesse de você antes eu... Descobri que tenho uma irmã ontem mesmo. - Explicou.
- Mark, você ainda mora em Chicago?
- Sim. - Confirmou.
- Muito bem, amanhã mesmo estou indo para Chicago. - Contou decidida.
...
- Jesse, cheguei. - Sophia avisou, deixando as chaves na mesa de centro, e indo até ele na sala.
- Desculpe a intromissão, mas eu precisava da sua televisão para ter um tamanho maior das minhas fotografias, então a instalei, e... Já escolhi as que quero expor. - Comentou. - Pode ver o que acha? - Ela assentiu, e se sentiu no sofá.
Pelos próximos quinze minutos Jesse ia mostrando e certas vezes explicando cada uma das fotos que havia escolhido. Em sua grande maioria, ele focava nos olhos das pessoas, e os focalizava com a camera, podendo mostrar a perfeita expressão de dor que a maioria deles passavam.
- Deus, eu não canso de dizer que elas são...
- Reais, eu sei. - Ele completou. - E é esse o nome que eu quero para a exposição. - Comentou. - Realismo. - Falou, e a viu testar o nome baixinho.
- Gostei. - Afirmou.
- Mas... Eu ainda não acabei, tem mais uma foto que eu quero expôr. - Disse pegando sua camêra e se sentando na poltrona que ficava ao lado do sofá. - Pode me fazer um favor? - Pediu, e ela deu de ombros.
- Se estiver ao meu alcance... Sim.
- Vai parecer intruso, vai parecer fora do normal, e eu odeio ver qualquer pessoa vulnerável em frente a mim, mas... É sobre isso que são as minhas fotos, sobre a vulnerabilidade das pessoas, e... Você está conhecendo uma parte bastante vulnerável de mim aqui. - Apontou para as fotos. - Então, pode me contar... Como foi pra você a perda da sua irmã? - Pediu, e por essa ela não esperava, mas não negou.
- O Poncho me ligou dizendo que a Sarah havia sofrido um acidente. - Começou. - Eu e a minha mãe arrumamos uma mala rápida e pegamos o primeiro voo para Chicago. Eu lembro que esse dia alguns dos voos estavam atrasados por conta do clima, e nós tivemos que ficar esperando algumas horas no aeroporto, pareceu uma eternidade. - Completou. - As duas estávamos com o celular na mão, esperando uma ligação com noticias, mas sem coragem alguma de ligar para ele, com medo de escutar o pior sabe. - Explicou, ela não percebeu, mas seus olhos começaram a lacrimejar, e foi nessa hora em que Jesse começou a tirar fotos dela. - Chegamos em Chicago e fomos direto para o hospital... - Ela parou um pouco, enxugando as lagrimas que agora sim haviam sido notadas. - Nós sequer tivemos tempo de dizer adeus. - Contou. - Eu havia falado com ela no dia anterior, havíamos conversado sobre algo fútil, as compras para o bebê, e... Eu só lembro dessa ligação porque... Graças a Deus eu tenho o costume de dizer "te amo" no final de todas as minhas ligações sabe... Com a minha mãe, a Ri, e até mesmo com o Poncho, e eu tinha esse costume com ela, então eu disse que a amava e... Ela disse de volta. - Contou. - Saber disso, me conforta de uma maneira incontrolável. - E então ela baixou a cabeça e chorou, chorou o tempo suficiente para que Jesse largasse a câmera de lado e se ajoelhasse em frente a ela e pegasse cuidadosamente uma das mãos dela, passando-lhe força.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Mi Corazón Insiste
FanfictionComo os erros do passado podem influenciar no futuro? E o que podemos fazer para concerta-los? Alfonso Herrera descobriu da pior forma que os erros do passado, podem mudar o rumo de toda uma vida. Já na faculdade ele tinha sua vida toda pensada desd...