Capítulo 7 - O Preço Da Paixão

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— KAYLA, O QUE DIABOS VOCÊ ESTÁ FAZENDO AQUI? — Julie gritou ajeitando rapidamente suas roupas amarrotadas que estavam entregando uma visão comprometedora de seu sutiã.

Kayla girou o cajado com raiva e bateu com a ponta na cabeça da Julie.

— Sua tola irresponsável! Você tem ideia da burrice que fez?!

— Tudo que eu consigo pensar é que você meteu o nariz num assunto que não te dizia respeito! Era minha noite de folga!

— E você entende folga como sair por aí traindo seu compromisso sagrado com qualquer macho que encontre pela frente?

Não fiquei feliz em ouvir isso, como assim qualquer um?!

— Meu compromisso só começa a partir de amanhã. — Ela sentenciou.

— Que parte de "Você está noiva" você não entendeu?!

— Estou noiva de uma marmota submissa, você quer dizer. — Ela corrigiu emburrada.

— Já disse para você não se referir ao príncipe de forma tão desagradável. Você tem ideia da burrice que você fez para esse quadrúpede infeliz? — Ela apontou o cajado para mim.

Comecei a me levantar, os goblins e gnomos já estavam selecionando os palavrões.

Vamos ver quem é o quadrúpede infeliz depois que eu te xingar.

Mas Julie, que já estava de pé, me empurrou de volta para o chão e se colocou entre mim e o cajado.

— Isso só vai ficar ruim se você contar para alguém o que viu. E eu sei que você não vai contar, né?

Havia um tom de ameaça muito perigoso na fala dela.

Ela sacudiu a cabeça.

— Julie, você não entendeu. O escolhido não pode ter outro.

— por que não?!

— Existe uma coisa chamada "maldição do escolhido". Ela serve para matar obstáculos à união do escolhido com a realeza. Uma forma que os deuses inventaram de garantir que a linhagem real vá continuar. Esse pobre coitado aí contraiu a maldição no momento que você o beijou depois de ter noivado nas fontes sagradas.

Fiquei paralisado quando ela disse isso.

— Como é que é? — Ela repetiu pálida como um cadáver.

— Sinto muito, mas essa é a verdade. Ele vai morrer em uma semana. — Ela sentenciou.

— Kayla, você precisa salvá-lo! — Ela gritou agarrando a túnica dela.

— Eu não tenho poderes para fazer isso! — Ela disse num tom surpreso e estridente.

Eu me ergui com dificuldade. Mas o que...

Não não. Isso não pode estar acontecendo... Como assim?!

Um silêncio aterrador se seguiu.

— E isso não deveria ser seu maior arrependimento, Julie. Você noivou hoje de manhã e algumas horas depois já estava aos beijos com outro. Eu me pergunto por que você foi escolhida.  Você não tem nenhum tipo de limite!

— Cale a boca. — Julie retrucou. — Acha que eu sou uma vadia, né? Quem é você para julgar? Então vou abrir os seus olhos. Você acha que a sua adorável rainha não é uma vadia também?

— A rainha jamais faria ato tão vil. — Ela disse resoluta.

— Tenho novidades para você. A rainha é uma ninfomaníaca. Acha mesmo que nos anos de noivado ela não fez coisas nada honrosas? Eu reclamei da marmota do filho dela e ela me disse: "eu tive certeza de me descobrir sexualmente de todas as formas possíveis". Palavras dela. É perfeito, né? Sem testemunhas!

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