Capítulo 4 - Audições

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Só atualizando: São quatro de seis vezes agora. Minha taxa de sucesso caiu para 33%. Droga!

Em minha defesa, Julie usou as duas mãos e ela é realmente muito forte.

Quando a avistei na escola logo fingi que não a vi e tentei fugir. Mas não deu. É difícil andar rápido com a pélvis ardendo desse jeito.

Filha da mãe! Eu tive que passar pomada por causa disso!

— Oiiii Tom. Como está se sentindo hoje?

— O que aconteceu com a Cailena? — Eu perguntei desgostoso.

— Existe um limite até que ponto eu posso te humilhar em público. A Cailena é algo particular entre nós dois. — Ela abaixou o tom de voz de forma que somente eu pudesse ouvir: — Só se assuma quando estiver pronto.

— O que você quer, Julie? — Eu perguntei aborrecido.

— Saber como você está, é claro.

— Graças a você minha pélvis está pegando fogo.

— Eu sou uma fera na cama mesmo, né?

Foi nesse momento que percebi que estávamos passando por um grupo de pessoas e eles com certeza ouviram as duas últimas falas da nossa conversa.

Pela primeira vez na vida eu quis ser um avestruz para poder enfiar minha cabeça no chão.

— Julie, o que diabos foi isso? — Eu perguntei desgostoso.

— Chama-se o-por-tu-nis-mo. Todos devem saber que estamos namorando e quando terminarmos saberem que eu arraso.

— Mentira. Você fez isso para me provocar e está tentando sair por cima.

— Se a vida te dá limões, faça uma limonada. — Ela sentenciou solene. — Aliás, acho que você tem um alcance tonal fantástico.

— O quê... de onde você tirou isso?

— Do ganido que você deu quando levou o cuecão. Abelhas não alcançam esse tom.

Ela disparou na gargalhada.

— Aliás, por que você fez isso? —Eu perguntei magoado. — Eu não fiz nada de errado.

— Por acaso você esqueceu do que a senhorita Cailena fez no cinema? E de pensar em romper nosso acordo? E fazer um acordo por baixo dos panos com minha amiga? Eu tive que ouvir um baita sermão dela para fazer me desculpar contigo. Mas principalmente a respeito do incidente da sua saliva na minha boca. Nunca mais faça isso. Eu não sou lésbica.

— Julie, você quer comparar as inúmeras coisas que você fez com uma coisinha que eu fiz? Pensei que a gente já tinha superado isso!

— Eu me entristeço ao saber que você é mais burro que imaginei. Pensei que me conhecia há tempo o suficiente para saber que sou uma pessoa muito vingativa. E você quebrou a regra de a gente jamais se beijar.

— A gente não se beijou.

— Pior, você me fez provar sua saliva!

—Eu realizo metade de um sonho seu e você me dá um cuecão em troca?

— Metade de um sonho meu?! Está se achando gostoso, Cailena?

— Se você quiser a segunda metade do seu sonho secreto vai ter de trabalhar muuuito. Eu sou areia demais para seu baldinho de praia.

— Hey! Eu te pego a hora que eu quiser! É só eu estalar os dedos e você vem correndo como um cachorrinho. Você é minha vadia.

— Aprenda seus limites, Julie. Sou areia demais para seu caminhãozinho. Quer dizer, nem caminhão você tem. Você é uma garotinha com um baldinho de praia furado e uma colher de sobremesa ao invés de uma pá.

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