Capítulo 11 - Missões #2 "O Mosteiro"

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Ela me largou numa trilha de terra numa montanha. Quando perguntei por que ela já não me transportou direto para o mosteiro respondeu-me que a subida de uns dois quilômetros na montanha com o ar gelado, seco e rarefeito ia ser uma primeira boa penitência para minha mente tarada.

E sem mais nenhuma palavra ela sumiu numa explosão de fumaça.

Depois disso eu tive que subir a montanha. Tarefa fácil? Não quando você escorregou numa poça de lama na última missão e machucou o traseiro no evento.

Eu realmente não entendo por que essa deusa é tão rigorosa comigo só por que faço piadas de cunho sexual.

Claro que avaliei o corpo maravilhoso e gostos...

— PARE DE PENSAR EM DEVASSIDÃO  SEU TARADO!

O súbito grito me assustou, fazendo-me tropeçar e cair numa poça de lama. Soltei um palavrão e me levantei. Droga, agora estou sujo!

— Você deve cuidar dessa boca suja. Não dá para te observar se cada adversidade que aparece no seu caminho você fala algo impróprio. Você não tem nenhum respeito?

Mordo o lábio. Ela está começando a me dar nos nervos. Continuo andando. Tento pensar em filhotes de cachorro. Qualquer coisa, só quero que ela pare de falar.

— Eu li isso. Deixe de ser insolente.

Ignoro. Quero chegar no mosteiro e acabar com a tal punição o mais rápido possível. Só isso.

Depois de uma longa caminhada chego ao mosteiro. Estou começando a achar que Aalna tem algum tipo de fetiche por montanhas. Eu tive a chance de espiar a ala particular de Malahamunt que pertencia à ela, e havia pinturas de montanhas para todos os lados.

Mal cheguei no mosteiro e percebi que prefiro mil vezes Aalna me atazanando, se é que isso é possível.

Monges estúpidos!

Depois de passar fome, frio e trabalhar por quatorze horas ininterruptas, pergunto a um dos monges por que o treinamento era tão rígido.

— Porque foi revelado a nós que você é um ser humano que está apenas um passo de ser um completo animal. Você precisa sofrer como animal para na próxima encarnação se tornar humano. Se você está destinado a ser um animal, então será longe das outras pessoas para não arrastá-las para seu destino amaldiçoado. Abraçando seu sofrimento dessa forma a natureza irá recompensá-lo te tornando uma pessoa na próxima encarnação. Então abrace seu destino e sofra como um animal com alegria. Volte ao trabalho.

Mas que raios de mosteiro é esse?! Eles estão fumando algum tipo de mato muito errado aqui. Isso é tudo uma grande loucura e não sou animal droga nenhuma. Vou fugir daqui.

— Obrigado, senhor monge. — Eu disse largando a escova de dentes que eu estava usando para limpar o pátio do templo e comecei a andar para a saída principal acenando enquanto dava as costas.

— Ei, aonde você pensa que vai? Termine o serviço!

— Não. Estou desistindo. Vou voltar para o mundo lá fora.

Aparecem uns 70 monges, do nada.

— Ah é? Você não pode desistir. Você é um animal. Não tem direito de decidir o que fazer com sua vida. Não vamos deixar alguém como você voltar para o mundo posando de ser um humano  para perverter pessoas inocentes. Você fica aqui. Isso é uma ordem.

— Não vou obedecer você. Só respondo a uma mestra e vou ter uma conversinha muito séria com ela. Só ela pode me tratar como um escravo, não um bando de almofadinhas carecas.

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