Reino de Alein, Província de Shettey, dois dias antes.
Era quinta-feira. Eu acabara de fazer meu lanche das 17h e resolvi comer uma pera. Não tenho comido o suficiente de frutas recentemente.
Eu mal sentara na raiz da cerejeira no fundo do jardim da minha casa, quando ouvi uma voz me chamando:— Thomas, onde você está?
Sinto um calafrio percorrer minha espinha. É a voz da minha vizinha. Acredito que ela não me viu ainda. Tomara que ela não venha me procurar no fundo do quintal, não quero falar com ela...
Eu até poderia tentar me esconder, mas ela pode ouvir meus passos, ou me ver. Minha melhor aposta é fazê-la acreditar que não estou aqui.
— Tom? Onde você está?
Não! Ela está vindo nessa direção!
— Idiota! Você não está me ignorando de novo, não é mesmo?
Ah! Droga, consigo ouvir os passos dela se aproximando. Por favor, não vem para cá! Volta! Eu sabia que deveria ter me escondido logo quando ouvi a voz dela!
— Achei! — Ela gritou.
Dei um pulo de susto. Ela apareceu no meu lado direito, do outro lado do muro. Ela ria.
— Achou mesmo que eu não tinha te visto desde o início, boboca? — Ela diz enquanto repousa a cabeça na mão que usou para se apoiar no topo do muro.
E para completar, tinha esse sorriso idiota de presunção. Odeio quando ela sorri desse jeito!
— Se tinha me visto desde o início, precisava me dar um susto? — respondo irritado.
— Sim. Isso foi por você ter me ignorado de novo. Sou sua rainha, quando chamo, você responde, entendeu? E ao responder, diga: "sim, madame". Sou tão legal que nem cobrarei você se curvar ante mim.
— Perdoe-me, rainha dos demônios. A que devo a honra da leal servente de Inteikos falar comigo?
— Muito engraçado, senhor bobo da corte. Agora cala a boca, Tom. Tenho que te pedir um favor...
— A privada entupiu de novo? — Interrompi.
Ela parou de falar e me encarou ferozmente. Tenho usado esse incidente da privada entupida já faz um bom tempo para atormentá-la. Mas ela tem ficado cada vez menos tolerante que a lembre disso.
Em breve terei de arrumar outra forma de encher a paciência dela, pois, baseado em experiências anteriores, começarei a apanhar se continuar mencionando algo do qual ela já ficou farta.
Tentei sustentar o olhar agressivo dela, mas senti um pavor sobrenatural ir me tomando. Portanto, acabei recuando. Infelizmente essa garota me dá muito medo e não quero apanhar dela. De novo.
— Se falar mais uma gracinha, espalho para todo mundo que você apanhou de mim no sexto ano, quando apareceu com o nariz quebrado dizendo que foi assaltado.
Travei. Mas que droga! Por que ela tem de continuar me chantageando com isso?!
Suspirei puramente deprimido enquanto murmuro:
— Continua, Julie.
— Ótimo! Sabe aquela veneração esquisita que você mantém pela Lisa?
— Não é veneração esquista, Julie. — Suspirei cansado. — Apenas gosto dela.
— Sinto muito! — Ela exclama exasperada. — Mas se você rouba a camisa de ginástica de uma garota e fica cheirando quando ninguém está por perto não existe para você algum argumento em prol de ser normal!
![](https://img.wattpad.com/cover/94524190-288-k898938.jpg)
VOCÊ ESTÁ LENDO
Improvável
Genel KurguThomas tem um único objetivo: conquistar a garota de seus sonhos, a qualquer preço. Mesmo se isso significar participar de um plano mirabolante de Julie, sua vizinha sádica que o vem atormentando desde da infância. O que os dois não esperavam é que...