Capítulo 5 - Assombração

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Eu quase desmaiei quando percebi o que tinha na minha mão. Santo pão de forma! Isso é tããão errado...

Fique uns dois minutos girando em torno do meu próprio eixo com a roupa íntima na mão sem saber o que fazer.

Era a calcinha de uma garota que eu tinha na mão. Uma calcinha...

Meu precioso... minha mente maravilhada pensou involuntariamente.

É possível que minha mente esteja funcionando sozinha neste momento,  porque provavelmente os goblins e gnomos estão catatônicos ou desmaiados.

Eu preciso me livrar dessa calcinha. E rápido. Antes que eu não consiga mais fazer isso.

Corri até um cofre que tinha na minha casa, coloquei a calcinha lá dentro e fechei.

Sem perceber, fiquei parado olhando o cofre trancado por uns dois segundos.

Meu precioso... — Eu murmurei sem pensar. Dei um tapa no meu próprio rosto para me tirar do torpor.

Mas o que diabos está acontecendo comigo????

Mesmo dentro de um cofre não saí desse estado? Preciso ser mais ríspido.

Levei o cofre até a casa da Julie. Eu não podia contar para Gustav a respeito disso. Eu não confio nele tanto assim para pedir que ele guarde um... tesouro desses.

Eu tinha de guardar porque é certo que ela vai se arrepender e vir buscar. Então preciso guardar. Não é porque eu considero isso um tesouro valiosíssimo e que é meu e de mais ninguém. Não mesmo...

— Meu precioso... — Murmurei automaticamente de novo.

Nesse passo, os goblins e gnomos vão ser substituídos por um monte de ogros e trolls.

— Julie, você pode colocar uma senha nesse cofre e não me dizer qual é? — Eu estendi o cofre para ela com um grande sorriso deslavado no rosto assim que a porta me foi aberta.

Ela me encarou por uns segundos e fechou a porta.

— Julie! Não faz isso! Eu preciso da sua ajuda! — Eu disse quase esmurrando a porta.

Ela reabriu a porta.

— Você sabe que aparecer durante a noite na porta de alguém com um cofre pedindo para trancá-lo é estranho, né? O que você escondeu aí? Um pedaço de cadáver? Roubou uma roupa suada da Lisa de novo? — Ela olhou suspeitosamente e com um certo nojo do cofre.

— Francamente, você acha que matei alguém?

— Na verdade não. Mas já invadir a casa da Lisa e roubar as roupas íntimas é algo que eu acredito que você faria. Você é um stalker afinal de contas. —  Ela disse dando de ombros.

Gelei quando ela falou roupas íntimas. Não posso deixar ela continuar nessa linha de raciocínio, ou na base de tentativa e erro ela poderia chegar na verdade.

— Deixe de lado essa desconfiança. Vai me ajudar ou não?

— Confesso que estou curiosa para saber o que existe aqui dentro. — Ela apontou para o cofre. Mas meu senso de autopreservação está me alertando que é melhor não saber, sob pena de um trauma permanente. — Ela pegou o cofre das minhas mãos enquanto dizia: — Vou fazer o que me pede. Mas se for um cadáver ou algo roubado, vou te dedurar para a polícia.

— Claro, faça como quiser.

Eu estava suando ali. Se ela visse o que tinha dentro...

Ela trancou o cofre e começou a limpá-lo cuidadosamente com um lenço.

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