Saquei a espada, porém Monique me deteve.
— O sangue dos servos de Barião é venenoso. Uma gota na sua pele e você estará em apuros. E, infelizmente, eu não sei como fabricar o antídoto.
Ela então disparou um orbe de fogo que queimou a criatura, deixando apenas cinzas.
— Fogo é a melhor forma de lidar com essas criaturas. Vamos vasculhar esses túneis, estou com um mau pressentimento a respeito dos outros magos. Não era para os monstros terem chegado tão rápido nessa posição, estamos na retaguarda e esse inimigo não era nem forte. Temos que chegar à posição deles e ver o que está acontecendo.
Ela marchou pelos túneis, comigo quase do lado dela. Naquele momento, eu estava com medo e nervoso. Eu podia sentir que o solo começava a vibrar ao meu redor, sacolejando os barulhos abafados que vinham lá de cima, eu tinha medo de que os túneis cedessem sob as explosões e nos soterrassem.
E assim passamos a maior parte do tempo vasculhando os corredores empoeirados e mofados atrás de inimigos e de pistas sobre o que aconteceu com outros magos. E encontramos muitos demônios e monstros, mas pistas? Nada mesmo.
Todos eles pareciam ser servos de Barião e quase todos usavam venenos como armas principais.
— Urgh! Que nojo! Morra criatura maldita! Morra!!! — Ela diz torrando uma criatura que lembrava uma centopeia.
Entretanto, mesmo após ter sobrado somente as cinzas da criatura, e mais de dois minutos tendo passado, ela não havia parado de torrar as cinzas.
— Monique, já morreu. Não suponho ser a categoria de monstro que ressurge das cinzas...
— Melhor ter certeza que as cinzas estão queimadas, não é?
— Não.
— Claro que sim! — Ela insistiu. — Centopeias são os bichos mais nojentos e horrorosos que existem, você não acha?
— Não. Você está gastando magia à-toa na minha opinião.
— Eu... Ah! Cale a boca seu paladino de meia tigela. Como ousa dizer que estou gastando magia à-toa ao queimar as cinzas de uma centopéia? Eu deveria fazer um rito de purificação para essa coisa jamais reencarnar! Sim... Sim! Isso sim...
— Não Monique, vamos, não temos tempo para essa baboseira! — Eu digo a arrastando para longe das cinzas do bicho quando percebi que ela estava se ajoelhando.
— Ei! Me solta! Eu... Preciso purificar aquela coisa nojenta! — Ela diz se debatendo.
— Está morto Monique! Supera!
Ela não parecia estar muito contente, esperneou e tentou argumentar, engajamos numa discussão sobre insetos, e rapidamente constatei que ela odiava categoricamente insetos, com exceção de besouros, que ela por alguma razão desconhecida amava irracionalmente.
— Eles são lindos! Só de ver o formato deles, todo compacto e redondinho, eu me derreto toda! E eles ainda têm todas as variedades de cores lindas e vibrantes! — Ela discursou apaixonadamente.
Apesar desse incidente com a centopéia e um incidente ainda mais feio com uma aranha inofensiva (quase não consegui salvar a coitada), Monique realmente fazia jus ao título de melhor arcanista do mundo. Foi bastante idiota da minha parte julgá-la pela idade. Ela tinha um repertório de magias imenso, e as usava com uma eficiência impressionante. Parecia também que tinha um sexto sentido, por que dava conta de tudo antes mesmo que pudesse nem sequer me mexer. Não que eu pudesse fazer qualquer coisa para início de conversa, já que eu contava unicamente com minha espada e até o momento só havíamos encontrados monstros de Barião.
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Improvável
General FictionThomas tem um único objetivo: conquistar a garota de seus sonhos, a qualquer preço. Mesmo se isso significar participar de um plano mirabolante de Julie, sua vizinha sádica que o vem atormentando desde da infância. O que os dois não esperavam é que...