Capítulo 20 - Tons de Aalna

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Fomos andando pelo meio das ruas que gradualmente estavam ficando mais cheias. Eram por volta das oito e meia da noite.

— O que você costuma fazer quando sai para se divertir à noite?

— Bem, eu...

E depois fiquei sem palavras. Porque me lembrei que eu nunca tinha saído para me divertir à noite.

Até os dias de hoje minhas noites se consistiam em ficar em casa, aumentando os níveis dos meus personagens online e caçando fofocas das estrelas de cinema.

— Eu bebo. — Minto para Aalna.

Já tenho pouca moral com essa mulher. Melhor mentir e fazê-la acreditar que tenho uma vida social. Não sei se aguento ela me chamando de fracassado, em adição a lista enorme de insultos que ela tem para mim.

— É mesmo? Então vamos tomar uma juntos? — Ela aponta para um bar lotado. — Você tem algum dinheiro aí?

— Eu tenho. Vamos.

Fomos até o bar e assim que Aalna colocou os pés no bar notei que todos os homens olharam para ela. E a maioria não fez um bom trabalho disfarçando...

Nós nos sentamos no bar.

— Acho que era o esperado todo mundo olhar para você devido à sua aparência.

— Mortais não podem me ver da forma que eu sou realmente, bobão. Mudar de aparência é uma capacidade inata para um deus, não preciso de magia para isso.

— Então por que todo mundo olhou para você?

Ela sorri.

— Acha mesmo que eu escolheria alguma aparência que não fosse de uma mulher super atraente?

— Pensei que você não ligava para ser notada por mortais.

— Eu não ligo. Entretanto... Eu ligo em fazer uma determinada coisa.

— O quê?

— Só preste atenção nas mulheres, e não nos homens. Vamos beber Thomas.

— Eu vou querer...

— Vamos beber aquilo! — Ela me interrompe, apontando uma garrafa para o bartender.

Santo pão de forma...

O bartender colocou na mesa a garrafa do uísque Velho Bafo de Onça. Aalna pegou dois copos, encheu e passou um copo para mim.

— Um drinque. À bebida.

Ela ergue o copo.

Só o cheiro... Santo pão de forma, alguém me ajuda.

— À bebida... — Eu brindo desconcertado.

Mas nós dois não tomamos nossos copos. Ela apenas fica com o copo na mão, olhando-me maliciosa.

— Não vai tomar? — Eu pergunto.

— Você primeiro, senhor "saio à noite e encho a cara". — Ela replicou.

— Isso é o velho bafo de onça. É forte. Um copo desse uísque é o suficiente para me drogar.

— Não deveria ser um problema para você, tããão acostumado com álcool. A menos que você estivesse mentindo para mim...

— Eu não menti para você. — Minto mais uma vez.

— Então toma, ué. — Ela leva o copo aos lábios e toma tudo de uma vez, depois ela se inclina para mim e sussurra:

— Eu te desafio.

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